12/09/2009

LISBON: «relentlessly over hill and dale»


Na edição de Março 2003 da revista inglesa 'Architectural Review', aparece uma descrição dos subúrbios caóticos de Lisboa. O artigo foi escrito a propósito do novo Centro Ismaili em Benfica - uma oásis de arquitectura num deserto urbano. Transcrevo a introdução da autoria de Martin Meade:

"The Past 15 years have seen the environs of Lisbon sucumb to ever denser urban sprawl. Oblivious to the erstwhile picturesque charms of the pine, cork-oak and olive grove-studded landscape which so captivated William Beckford's romantic sensibilities in the 1780s, unfettered low - and high - rise development strides relentlessly over hill and dale. This has occurred most noticeably north-west of the city where it has not only crushed the once bucolic horizons of Queluz (the exquisite Rococo summer palace of the Portuguese court), but now encroaches on the Serra the Sintra itself. Left in the wake of this proliferation, Benfica has been swamped by a sea of amorphous new 'districts', ring-roads and expressways, what otherwise remained of its identity superseded by the overweening presence of the Colombo Shopping Center. It is in these uninviting environs surrounded by high-rise apartments and the north-south expressway, that one discovers the peaceful haven of the Lisbon Ismaili Center, recentely completed to designs by Raj Rewal."

Fotos: Bairro da Liberdade à sombra do Aqueduto das Águas Livres, exemplo "pioneiro" de bairro clandestino nos subúrbios da capital. A CML prepara uma grande operação (Plano de Pormenor) que em vez de renaturalizar, reflorestando ao máximo, esta sensível encosta de Monsanto (e libertar o notável aqueduto) vai legalizar / institucionalizar a ocupação urbanística de uma zona que é naturalmente uma parte integrante do Parque Florestal de Monsanto. Será mais um bairro municipal para as futuras gerações demolirem?

10 comentários:

Anónimo disse...

Então o Salgado está lá para quê?

Reflorestar e renaturalizar? Eh, Eh

Anónimo disse...

Eu fui uma vez ao Colombo. Chegou.

TF disse...

Não, para reflorestar, arborizar está lá o Santana. Salgado não quererá decerto imitar ninguém

Anónimo disse...

Se Lisboa fosse a capital da Alemanha ou da Austria, então sim, podiamos sonhar com a extensão do parque florestal de Monsanto até à 2 circular. Mas estamos em Portugal, e o político portuga não tem tais ambições meu amigo!!!
Neste país as leis são para inglês ver. Lisboa fecha os olhos às ilegalidades, aos prevaricadores.

Anónimo disse...

O Salgado tem combatido bravamente a especulação imobiliária. Coitadinho, está cheio de negras.

Anónimo disse...

É assustador como nós país tão atrasado, em vez de aproveitar esse atraso e procurar evitar os erros de outros países continuamos a fazer urbanismo e planeamento do tipo anos 70, de zoning.
As cidades estão degradadas, os suburbios de qualquer das nossas cidades são de uma alienação social completamente assustadora.

Anónimo disse...

pois, mas isto não são suburbios.

bem, de qualquer modo, lisboa é um suburbio de si mesma.

não ha diferenças entre a avenida da república, cacém ou sacavém.

tudo prontinho a ir para o chão.

Anónimo disse...

somos um suburbio tiotal
a coisa da serafina deveria ser tota demolida e o pessoal realojado em 2 ou 3 locais distintos, de modo adequado
nuno caiado

Lesma Morta disse...

È um escandalo. Em vez de se mandar o bairro abaixo e nivelar a construção no máximo ao nível térreo para não chocar visualmente com o monumento o que fazem? Legalizam. Estamos entregues aos bichos.

Xico205 disse...

Perguntem à população local se quer ir morar para outro sitio! Há uma coisa que se chama RAÍZES. As pessoas ao viverem muito tempo num local habituam-se e criam raízes, identificam-se com o sitio e com o comercio local e com as pessoas que fazem o sitio.

Quando andava na escola tive muitos colegas da Liberdade/Serafina e todos lá gostavam de viver, nenhum estava disposto a ir para o Bº da Boavista ou Bº Padre Cruz conforme a camara quer.
Vá lá a camara mal por mal disponibilizou casas nas Furnas que sempre é mais perto.