01.09.2010 - 09:32 Por Patrícia de Oliveira -Público.
Encerramento da piscina olímpica de Belém vai afectar três mil pessoas.
Encerramento é "irreversível".
Utilizadores acusam ex-directores de só investirem no futebol.
Poucos minutos passavam das 18h00 quando, do lado sul da piscina olímpica do Restelo, dois jovens nadadores de competição se mostravam insatisfeitos com o encerramento do espaço. "Foi negligência", critica Pedro Oliveira, de 20 anos, atleta do Belenenses, referindo-se à "degradação" da piscina. Desde há sete anos que "[os directores] deixaram de querer saber" desta infra-estrutura, que hoje já não reabre.A decisão de fechar aquele espaço coube à actual direcção daquele clube, eleita em Julho passado, que justifica a medida drástica com a falta de viabilidade económica desta que é uma das três piscinas olímpicas existentes na zona de Lisboa. Para Pedro Oliveira, a culpa do prejuízo de 200 mil euros anuais não é o único problema. A responsabilidade maior é que as anteriores direcções pouparam dinheiro na manutenção para investirem "tudo no futebol". Incluindo a receita de exploração da piscina e das quotas pagas por quem se fez sócio para ali dar umas braçadas. Resultado: as 3000 pessoas que, em média, passavam todos os meses por aquele espaço ficaram agora de mãos vazias.Ontem, algumas dezenas de pessoas concentraram-se à tarde no complexo de piscinas, para mostrarem o seu descontentamento com este desfecho. Alguns ainda levavam uma ténue esperança numa solução que permitisse viabilizar o espaço. Ana Caio, uma das responsáveis pela concentração, tentou convencer o vice-presidente do clube, Luís Bettencourt, a manter a piscina aberta por mais um mês. Porém, este sublinhou que "neste momento" o encerramento "é uma deci- são irreversível". A piscina "não vai ser esvaziada", mas "vai ficar vedada" e dei- xará de ser limpa, frisou.Também houve quem fosse apanhado de surpresa, como José Matela, que ali foi com as filhas pela primeira vez. Mal sabia que também era a última.
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