30/09/2014

A maravilhosa Rua Cor-de-Rosa e adjacentes

A sujidade nesta zona de Lisboa cobre tudo, calçada, o cor de rosa da rua cor de rosa, as portas, os vidros das montras, as ruas, as caixas de correio, Tudo. O cenário é de uma zona sem manutenção nem sombra de civismo. Há tempos morreu aqui um jovem arquitecto. Pergunte-se aos bares se algum fechou, uma noite que fosse, em solidariedade, em protesto pela falta de policiamentto. Nada. Não só os bares não fecharam, como as multidões continuaram a inundar este espaço como se nada tivesse acontecido. As noites, aqui, sucedem-se numa insanidade alienada dos graves problemas que este modelo comporta. 



Eram seis da tarde. O lixo acumulava-se em cada esquina, dentro ou fora dos caixotes.

Numa rua onde se juntam multidões, a CML acha que esta protecção de metal protegerá  alguma coisa ou alguém. Prédio a cair no meio da Rua Nova do Carvalho

Todas as paredes estão grafittdas...

e todas as portas, rua dos Remolares. O espectáculo do Largo de São Paulo com as novas galerias-bar muito trendy e muito cool e por todo o lado lixo, garrafas vazias, tags e bombers que alastram por todo o espaço desta meca da bela vida nocturna lisboeta, é um espectáculo triste e surrealista. Numa das mais carismáticas zonas da Baixa Pombalina, a CML promove uma ocupação inimiga de um bom ambiente urbano, dos moradores, dos turistas. Entre tanto lixo e paredes repletas de riscos, a vonttade é fugir.

16 comentários:

Anónimo disse...

Pobres residentes...

Filipe Melo Sousa disse...

Esta imagem demonstra a matéria-prima do povo que temos. Contra isto nada há a fazer. E o que não tem remédio remediado está.

Vítor disse...

É isto uma capital? Era melhor despromovê-la para , apenas, capital de distrito....

jac disse...

Infelizmente é assim a sociedade mas não é só a nossa!
Antes que venham dizer que só em Lisboa é que se vê as paredes grafitadas aconselho a perguntarem ao google algo tipo: o nome de uma vossas maravilhosas cidades europeias seguido de graffiti tag e vejam as imagens.
Claro que não sou hipócrita ao ponto de dizer que se acontece com os outros então tudo bem, mas são coisas difíceis de controlar.

Filipe Melo Sousa disse...

Acho piada que os mesmos que glorificam os graffiters rebeldes e os chamam "artistas" depois se queixem disto. Acho piada que se admirem quando é a própria CML que usa dinheiro dos contribuintes para estragar prédios com graffitis. E o autarca que promoveu tal coisa vai ser o próximo primeiro. Vocês têm o que merecem.

Anónimo disse...

LOL as pessoas que acham que os tags são só aqui, é porque nunca andaram em Milão.

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

reagindo a JAC,

obriagdo pelo seu comentári. Sim é verdade que me muitas cidades esta praga tb existe. A resposta da sociedade e dos rogãos que gerem a coisa pública é que é mais célere e menos complacente.

Tb é verdade que muitas dessas "vossas" maravilhosas cidades (???? Se não achasse Lisboa uma das cidades mais fascinantes do planeta, acredita que perderia tempo a publicar o que aqui coloco?) os graffittis têm mais expressão na parte fora do centro histórico.

jac disse...

Caro Miguel,

Tal como disse no meu post é uma coisa difícil de controlar.
Video-vigilância invade a privacidade das pessoas portanto não pode ser;
um policia em cada esquina não existe fundos para isso;
portanto ficamos dependentes do bom senso de cada um.
Mas já agora gostava de saber quais as formas céleres que os órgãos dessas cidades usam.
E quando eu digo as vossas maravilhosas cidades são aquelas que costumam usar como exemplos perfeitos (se é que existe) seja a nível de conservação de património, limpeza, etc.
O graffiti e os tags fazem parte da natureza humana, se forem realmente muito antigos chamamos de pinturas rupestres, e por exemplo quem nunca escreveu numa cadeira ou mesa da escola? Mas como em tudo na vida á quem não se contente e vá extrapolar essa vontade para as fachadas, comboios, etc. Agora ao atingir um certo nível de maturidade tem se a noção de que se trata de estragar património, mas acima de tudo trata-se de educação.
E sim o graffiti é uma arte quando feito nos locais adequados, as tags é que não.

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Caro Jac,

Nada contra os graffitis, conheço vários e aplaudo a magnífica galeria de arta urbana que a CML promove.

Os tags constituem um atentado á propriedade pública e privada o que é condenável numa sociedade que evoluiu.

Video-vigilância pode ser feita. Foi isso que se fez no BA.

Tornar este acto um delito/crime pode ser bastante dissuasor, poupa-se em tinte e em dinheiro público.

jac disse...

Caro Miguel,

Afinal parece que estamos de acordo em todos estes pontos, mas a forma de expressão que se usa pode fazer toda a diferença, e neste caso no seu último post fez diferença.

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Caro Jac,

Às vezes torna-se imperioso uma linguagem mais incisiva. O que se vive em termos de noite e de património na cidade de Lisboa, que é uma cidade fascinante, é muitas vezes, o atropelo do ordenamento jurídico existente numa apatia generalizada e pública que não ajuda.

Como já disse várias vezes, entre uma cidade asséptica em que nada se pode fazer e uma em que tudo vale, haverá um ponto de equílibrio que importa encontrar. Vejo este fórum como uma tentativa séria para o conseguir.

Anónimo disse...

"Nada contra os graffitis, conheço vários e aplaudo a magnífica galeria de arta urbana que a CML promove."

Caro Miguel:

Também aplaude "a" (arte urbana) que reveste as fachadas daqueles magníficos edificios antigos que estão situados em plena Fontes Pereira de Melo?

AquiMoraGente disse...

Esta é a verdadeira "Galeria de Arte a Céu Aberto, promovida pela Vodka Absolut", que vingou no Cais do Sodré e não a farsa que os moradores sempre denunciaram e:"O concurso de jovens talentos insere-se no projeto “Absolut Pink Gallery” promovido em conjunto pela Câmara Municipal de Lisboa, pela Associação Cais do Sodré e pela Pernod Ricard através da Absolut Vodka e pretende ser parte de uma estratégia de reabilitação da zona do Cais do Sodré. Este projeto inclui, entre outros, a recuperação, pintura e nivelamento do chão e a introdução de oito estruturas Mupi que suportarão uma galeria de arte ao ar livre, denominada “Absolut Pink Gallery”. A “Absolut Pink Gallery” tem previsão de duração de um ano com exposições rotativas de diferentes artistas".Os resultados destas "requalificações"em proveito de marcas de bebidas e total desprezo pelos seus habitantes estão à vista.

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Reagindo ao anónimo das 8.23

Aplaudo a ideia de aproveitar fachadas de prédios devolutos com a colocacao de obras de arte-urbana de nomes consagrados. A arte-urbana é por definicao efémera.

nao aplaudo a perenizacao do desleixo e da incúria que é o que se passa com os prédios que refere e com a maior parte do parque histórico da cidade.

esses em particular, mereceriam uma recuperacao que khes devolvesse o esplendor e o brilho. Infelizmente para esse trio já é tarde demais

Filipe Melo Sousa disse...

assim sendo, caro autor do post, eu considero estes riscos arte urbana e aplaudo a obra. esta arte está ao nível da cidade que temos.

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Caro FMS,

Nao é verdade. A arte urbana pode ser uma mais-valia para as cidades. estes riscos tem como genoma, a destruicao do património, desfiguram a propriedade que é dos outros e dao à cidade uma imagem degradada e insalubre.

estes riscos nem sequer respeitam a existência de. . . graffitis