01/03/2009

AV. da LIBERDADE, 163-173: novo «prédio estore»

A imagem mostra uma intervenção recente nos vãos da Av. da Liberdade, 163 a 173. A fachada deste elegante prédio está assim desfigurada depois da instalação de estores. Este imóvel de qualidade dos finais do séc. XIX, para além de estar incluido numa zona Em Vias de Classificação (Avenida da Liberdade), tem como vizinho directo o Cinema São Jorge, classificado Imóvel de Interesse Público. É lamentável ainda acontecerem este tipo de intervenções desqualificadoras em edifícios património. Alguém imagina isto nas avenidas centrais de Barcelona ou Madrid? Já para não falar em Paris, Londres, Viena...

A instalação de caixilharias e estores de alumínio/plástico em edifícios património é um problema que se tem vindo a intensificar com consequências negativas nos bairros e zonas históricas das cidades portuguesas. O ambiente urbano histórico está a perder os seus detalhes, a sua autenticidade. O genuíno e único é substituído por banalidades escolhidas por catálogo e ao sabor do freguês. Não é possível ambicionar por um turismo de qualidade com centros históricos feitos de plástico, alumínio e cimento.

6 comentários:

Anónimo disse...

lindo.

tem de se premiar estes proprietários....

pena não existirem varandas para se fazer um marquise em inox...

Anónimo disse...

já vi marquises em varandas desta época e tamanho! não se desvalorize a capacidade de surpreender desta cidade e dos habitantes!

Anónimo disse...

Por falar em marquises e estores de alumínio, como é que se pode disciplinar estas aberrações, quando o nosso querido estado promove coisas destas.
Veja-se o caso do Palácio das Necessidades, património de todos nós, indevidamente subtraído à cidade pelos anafados burocratas do Ministério dos Negócios Estrangeiros, e com as fachadas cravejadas de caixas de ar condicionado.

Anónimo disse...

...ou o Palácio na Rua da Junqueira, sede do Porto de Lisboa, com TODAS as janelas da fachada desfiguradas com estores de plástico branco qual prédio de subúrbio! Ah, este Palácio está Em Vias de Classificação!

Anónimo disse...

Ao anónimo das 11:51:

Infelizmente disciplina-se apresentando denúncia. A situação, se não estiver licenciada no âmbito de um projecto de alterações configura numa alteração ilegal de fachada.

As denúncias deverão ser feitas para a Policia Municipal (pm@cm-lisboa.pt). Sugiro acompanhamento com foto e cópia para o gabinete do vereador de urbanismo (gab.manuel.salgado@cm-lisboa.pt) e presidência (gab.presidente@cm-lisboa.pt).

Como referi no início, infelizmente só por denúncia se consegue fazer alguma coisa destas situações. E digo infelizmente porque é não me parece que seja saudável uma sociedade resolver os seus problemas pela denúncia, mas se quem tem as competências (Polícia Municipal) não está atenta ou sequer sensibilizada para estas situações, então cabe-nos a nós, cidadãos, alertar denúnciado.

E por vezes - surpresa - resulta. Sobretudo se forem várias as denúcias.

Anónimo disse...

O dono deste blog deve de ter algum fetiche com estores, já não é a primeira vez que fala neles e nem sempre com razão. Vou só dizer que os estores naceram na peninsula Iberica e por isso portugal e Espanha são os paises com mais estores nas suas zonas mais antigas e por uma simples razão é que eles há 100 anos já existiam e pertenciam a essas mesmas fachadas como pode ver em fotos antigas da Baixa Pombalina entre outras. O problema e onde não lhe posso tirar razão é o facto de que essa foto que apresenta não se enquadra com o que antigamente se usava e por isso esta desfigurado o prédio, concordo com a desfiguração mas não posso concordar que os deixem de por pois a mais de 100 anos que eles lá estão. Sou www.estores.pt e garanto que existem coisas que não chocam e que se parecem muito com o que antes havia.