02/03/2009

Nova ponte obriga a ter novas vias em Lisboa

In Diário de Notícias (2/3/2009)

«Transformações. A terceira travessia do Tejo vai provocar mudanças nas duas margens. Em Lisboa esperam-se alterações no sistema de circulação. No Barreiro deposita-se confiança na ligação, com população esperançada em mais desenvolvimento

Quando a terceira travessia do Tejo em Lisboa estiver operacional, em 2013, como previsto, Lisboa terá de ter concluídas várias ligações rodoviárias no interior do seu perímetro, de forma a receber o acréscimo de tráfego automóvel (mais de 30 mil carros/dia ) gerado pela entrada em funcionamento da nova infra-estrutura. "Se isto não acontecer, circular na cidade será um caos", assegura ao DN Manuel Salgado, vereador com o pelouro do Urbanismo da Câmara Municipal de Lisboa.

Rematar alguns pontos (nove) desligados da malha viária principal da cidade de Lisboa foi, aliás, uma das condições que a autarquia colocou para dar o seu parecer favorável à nova ponte sobre o Tejo. A outra foi o rebaixamento do tabuleiro em sete metros, de forma a diminuir a "intrusão visual" que a primeira versão do estudo prévio deixava antever.

Na Declaração de Impacte Ambiental (DIA) emitida esta semana, o Governo acolheu as duas exigências de Lisboa. Mas agora terá de ser o Executivo a abrir os cordões à bolsa e pagar 160 milhões de euros (aproximadamente 10% do custo da ponte) pelas obras necessárias na capital. "É uma oportunidade única para aproveitar", considera Manuel Salgado, que neste contexto cita até o presidente António Costa: "Temos de transformar a terceira travessia em algo positivo para a circulação na cidade em vez de a encarar como um coisa negativa que temos de tolerar."

Estas transformações induzidas pela chegada da nova ponte a Lisboa não são alheias às alterações que entretanto o município quer operar na Baixa, sustenta o vereador. Ambas vão produzir mudanças no funcionamento da circulação na capital. "De um sistema radioconcêntrico, cujo vértice é o Terreiro do Paço, em que praticamente todo o tráfego de atravessamento proveniente de todo o lado ia afluir à Praça do Comércio, passaremos para um sistema reticulado, em que o tráfego é rebatido em vários níveis", explica Manuel Salgado.

Das obras previstas no plano de mobilidade para receber a nova ponte destacam-se a construção de um túnel de ligação da Av. Mouzinho de Albuquerque à Av. Almirante Reis; uma ligação franca do Viaduto Duarte Pacheco e a Av. de Ceuta; ligação da rotunda das Olaias à TTT; reformulação do Nó da Av. C. Gulbenkian; desnivelamento da ligação à Av. Inf. D. Henrique; reformulação do nó com a Av. Gago Coutinho; reformulação do Nó das Forças Armadas / Av. Álvaro Pais; reabilitação da Av. Marechal Craveiro Lopes; reformulação do Nó do Lumiar.»

O artigo encerra em si duas evidências:

No Barreiro, «das duas três», ou são tontos, ou são ingénuos ou estão voluntariamente silenciados. Em Lisboa, continua a hipocrisia, até porque o túnel no prolongamento da Pascoal de Melo está «previsto» muito antes de se imaginar uma TTT.

Já agora, uma pergunta: onde pára a 'Lisboa e Tejo e Tudo'?

10 comentários:

Anónimo disse...

"Em Lisboa, continua a hipocrisia, até porque o túnel no prolongamento da Pascoal de Melo está «previsto» muito antes de se imaginar uma TTT."

E depois? Uma das virtualidades da TTT é precisamente acelerar a construção de vias circulares em Lisboa, que estava adormecida.

Lisboa estava demasiado dependente do terreiro do paço. Lisboa, basicamente, éum conjunto de vias radiais para a baixa.

Desta forma, com a construção ou beneficiação de vias cirulares, deste a CRIL, á segunda circular, à primeira circular e outras no casco urbano, aumentam as possibilidades de mobilidade e dispersão de trânsito.

Aliás, como se viu, com os recentes condicionamentos na Baixa, a cidade suportou muito bem um novo modelo de circulação. Com as novas vias, parece-me que as coisas poderão melhorar.

Obviamente, não serve por si e será necessário apostar nos transportes públicos.

Mas enfim, o caminhos faz-se...caminhando.

Anónimo disse...

o túnel no fim da pascoal de melo, sim está "previsto" há 30 anos mas nunca ninguém avançou com a previsão...
agora que finalmente estão a demolir o quarteirão abandonado da fábrica da cervejaria portugália mesmo na zona falada pode ser que finalmente se lembrem de requalificar aquela zona esquecida no centro de lisboa... quem diria..

Paulo Ferrero disse...

«Virtualidades da TTT»? Homessa. O anónimo das 10h47 trabalha para uma construtora, é?
Outra coisa, o 'novo plano de circulação' nada tem que ver com o que afirma. Ele é necessário há muito e o actual só peca por defeito. E estou totalmente de acordo com ele, aliás.


Ao anónimo seguinte, sugiro uma visita ao local. E não seja ingénuo sobre a Portugália. Cá estaremos para ver a tal 'reabilitação'.

Anónimo disse...

melhor terá de ficar, pois vai ser demolido um quarteirão de 15 mil metros quadrados que estão estagnados há anos ao abandono, e o projecto abrange habitação comercio e escritoios, ficar pior do que tem estado até aos dias de hoje parece-me impssivel..
o tal túnel ja projectado mas nunca efectuado vai melhorar bastante um dos acessos á ttt perto da primeira saída julgo que á rotunda antes das olaias, e dinamizar aquela zona da penha de frança etc..

Paulo Ferrero disse...

« dinamizar aquela zona da penha de frança etc..»? Homessa. Como? Só se for aos ratos e as toupeiras da zona. Terão muita sorte se os prédios não cairem aos bocados. Esse túnel é uma palhaçada completa, para negócio de alguns, aliás sempre os mesmos.

Marta disse...

Pára, na sarjeta! Aliás não pára segue para o Oceano, poluir outras bandas (ilhas).

Ainda estou com o cérebro de molho do "belíssimo" festival da canção. Fomos às origens buscar os Pimbas sem emprego. Estou agora repoluir o cérebro de outras coisas, a ver se esqueço o Kalimero de sombrancelhas negras.

Anónimo disse...

Por acaso o túnel ia dinamizar muito a Rua Heróis de Quionga, diminuia-se o isolamento. Muitos residentes são idosos e fartam-se de andar para chegar ás ruas com mais comércio como a Rua Francisco Sanches e Rua Cavaleiro de Oliveira.

Além disso não há nada mais feio que aquela "gruta" debaixo daquele prédio verde!

Anónimo disse...

Ao menos quando demoliram alguns prédios na Venda Nova/Alfornelos para passar o viaduto da CRIL, pintaram as fachadas dos que ficaram; não os deixaram em pedra e tijolo como fizeram à gruta da Praça Olegário Mariano! Espero que se faça o tunel o mais rápido possível, e não sou o Bob o construtor!

Anónimo disse...

Chegou o spinning ao CidadaniaLX.... eleições a quanto obrigas.
Bora lá defender as obras Costa/Socrates

Anónimo disse...

Eu defendo obras que são verdadeiramente uteis, não defendo tuneis na baixa e no marquês!!!!!!