03/09/2013

À atenção da DGPC, o que falta classificar no Miguel Bombarda:


«Cozinha (1906), do extraordinário Complexo do H M Bombarda, com Classificação proposta desde Março à DGPC e que o projecto de loteamento de Junho pretende que seja demolida ! Vista parcial da rara e surpreendente obra de arquitectura e engenharia: sistema de 33 amarrações e 33 esticadores de ferro, ajustáveis, que convergem ao centro num fecho octogonal, que sustem as cargas sobre as paredes, da cobertura piramidal em madeira com respiradouro no vértice»


«Salão Nobre, com azulejaria barroca do século XVIII, no edifício principal, ex Casa-Sede da Congregação de S. Vicente de Paulo.»


«O grandioso Edifício Principal do Hospital Miguel Bombarda, incluído na Candidatura a Classificação apresentada recentemente à Direção Geral do Património, ex Casa-Mãe da Congregação da Missão (S. Vicente de Paulo), erigido na Quinta de Rilhafoles entre 1720 e 1740. Dos raros conventos que resistiu sem danos ao terramoto de 1755, conserva a quase totalidade das instalações originais, e representa também a história e a memória do primeiro século dos vicentinos em Portugal. Salienta-se a Igreja em singular estilo rococó parisiense, o imponente Celeiro, com a suas arcadas em pedra lioz, o gabinete onde o Prof. Miguel Bombarda foi assassinado em 3 de Outubro de 1910 por um doente externo monárquico, a escadaria da entrada, o Salão Nobre com magnífico painel de azulejos barrocos com 14m de extenção, etc, etc»


«Gabinete onde o Prof. Miguel Bombarda foi assassinado há 103 anos(3-10-1910). O retrato do duque de Saldanha exibe a marca de uma das balas.»


«O Telheiro (1895) da autoria do Arq. José Maria Nepomuceno (também autor do Pavilhão de Segurança), em madeira, ferro e telha, enorme mas elegante, destinado ao passeio dos internados homens.»


«Na literatura internacional de História da Arquitectura, este edifício de Fresnes, Paris, de 1898, é considerado o primeiro em "POSTE TELEFÓNICO" do mundo. NA REALIDADE, O PRIMEIRO COM ESTA TIPOLOGIA REVOLUCIONÁRIA, FOI CONSTRUÍDO NO H. M. BOMBARDA (ver foto aérea nesta pag.) entre 1885 e 1894, da autoria do arq. J. M. Nepomuceno, e a sua CLASSIFICAÇÃO FOI PROPOSTA À DGPC em Março: Enfermarias com 3 corpos paralelos unidos racionalmente ao centro por um corpo para circulações de pessoas e materiais, aliando ainda esse pré-modernismo ao princípio do hospital psiquiátrico ideal, de Esquirol, de um só piso (evitando suicídios e grades nas janelas) rodeado de espaços verdes para passeio. O Loteamento da Estamo/S. Urbanismo CML, preconiza ... a sua DEMOLIÇÃO !!!»


Fotos e texto: Associação Portuguesa de Arte Outsider

7 comentários:

FJorge disse...

Lamentável ver que a tutela do Património repete este tipo de erro de classificar uma parcela, ou parte de um bem cultural; já lá vão mais de 20 anos desde que a Cultura classificou APENAS a fachada e escadaria do ÉDEN; terem classificado apenas 2 imóveis do complexo histórico do Miguel Bombarda é a repetição de um erro; basta ir hoje ver a situação deprimente e absurda da escadaria do Éden que não vai dar a lado nenhum, abandonada. O antigo Hospital Miguel bombarda é um bem cultural único.

Anónimo disse...

agora imaginem se existisse o blogue Cidadania LX no século dezanove... Que escândalo seria a demolição da anterior traça urbana para se construir esta modernice da qual nunca antes se ouviu falar...

Anónimo disse...

Agora imaginem que não havia gente parva que pensa que tem muita piada!
Se o património chegou até hoje é porque as intervenções da altura não destruiram, mas criaram.
E o que se quer fazer agora? Destruir.
Realmente acha que estamos a falar da mesma coisa?
Mas não se iluda, que os problemas de ignorância face a património vêm desde sempre; não fosse o Rei D. Fernando II hoje não havia Mosteiro da Batalha nem a Custódia de Belém, só para nomear alguns exemplos. O que entristece é que muitas décadas passaram e mesmo assim o povo português é como o anónimo acima: ignorante mas convencido.

Anónimo disse...

... enfim cada um tem a educação que tem... triste é que nem chegou a perceber o sentido do meu comentário...

Julio Amorim disse...

A primeira imagem é elucidativa do que se fala. Estamos perante objectos pioneiros, raros (senão únicos), da arquitectura e engenharia de Lisboa.

Anónimo disse...


Nesse local não havia traça anterior, eram os terrenos da quinta de Rilhafoles, o inteligente leitor deu um tiro no pé...

Anónimo disse...

Caro comentador o que quer que seja, havia uma pré-existência, no entanto o ponto que eu pretendo passar é que nem sempre a inovação é má como alguns velhos do Restelo aqui gritam todos os dias, e muitas vezes só é compreendida algum tempo depois. Gostei porem de o ler mais educado... afinal sempre aprendeu qualquer coisa...