22/01/2014

Série Avenidas - 4- Avenida da Liberdade e circundantes 19/01/2014

Topo norte da Avenida da Liberdade. 19/01/2014

O último palacete da Rotunda. É hoje sede do Instituto Camões que pretende defender e divulgar a língua  portuguesa. 

Projecto de Carlos Ramos. Aplicou-se o mesmo programa em, praticamente, toda a Rotunda, reduzindo a diversidade. Haverá sempre quem defenda intervenções deste género. Aqui, pelo menos, entregou-se a coisa a um arquitecto cuja obra se tornou num dos marcos do modernismo português.

Um dos muitos quadrados, rectângulos, assobios, tão monótonos como fatais para a beleza e singularidade da Avenida que se quis grandiosa e exemplar numa Lisboa que crescia e se via a si própria como uma Capital.

Aqui terá existido, segundo se diz, um prédio com tectos pintados por Malhoa. Boato ou não, foi tudo demolido para cosntruir este moderno, actual e asséptico hotelzinho. Há mais assim por toda a Avenida. À noite estas tiras têm luz, uma assombrosa originalidade que nos encanta e envaidece

Já não é só fachadismo. É levar o absurdo das ideias à prática construída. Alguém achou que o universo do lego poderia ser aplicado ao património da cidade. Qual é a ligação desta fachada fim-de-século com o ar lívido, quadradão e frio da outra que a engoliu?

Coisas deste tipo são a maioria, naquela que foi a mais bela avenida de Lisboa. Em nome de quê?

Depois de séculos de abandono, aqui está o prédio "Cartier". Esses anos conduziram ao escaqueirar integral de todos os interiores, à construção de mais um rol de águas-furtadas, à colocação de caixilharias semelhantes a PVC, cuja estética é no mínimo discutível. Salvaram-se as belíssimas cantarias. Os turistas Cartier fotografam-no muito

Ao lado do mirífico "Cartier", Lisboa continua fiel à sua tendência de capital que aproveita o tempo para deixar a ruína instalar-se, devroando o seu legado fim-de-século.

Pormenor das cantarias. Folhas de louro que rodeiam antigos triunfos. Nada disto comoveu nem chamou à acção vereações, particulares, comunicação social, cidadãos. A cidade consome-se e nós deixamos.

4 comentários:

Anónimo disse...

Trabalho no prédio da quarta foto, e por isso tenho a melhor vista dos Restauradores: é o único sítio de onde não se vê o prédio! (como verá, tentámos minorar o horror passando o AC para a traseira). JPT

Anónimo disse...

E ainda dizem que isto fica em continente Europeu!

É mais "magrebeu"...

lol

Anónimo disse...

Uma reportagem muito fraquinha..

Não reportou nem metade das aberrações que existem na principal avenida de uma capital que outrora foi o centro de um dos maiores impérios do mundo!

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

O post continua, tal comoi os outros dedicados a outras avenidas