10/01/2014

Tecto da Igreja de Santa Maria de Belém - Mosteiro dos Jerónimos

Perto do local onde o Infante D. Henrique, em meados do séc. XV, mandou edificar uma igreja sobre a invocação de Sta. Maria de Belém, quis o rei D. Manuel I construir um grande Mosteiro. Para perpetuar a memória do Infante, pela sua grande devo
ção a Nossa Senhora e crença em S. Jerónimo, D. Manuel I decidiu fundar em 1496, o Mosteiro de Sta. Maria de Belém, perto da cidade de Lisboa, junto ao rio Tejo. Doado aos monges da Ordem de S. Jerónimo, é hoje vulgarmente conhecido por Mosteiro dos Jerónimos.
O Mosteiro e a sua igreja são uma referência cultural que não escapou, ao longo dos seus cinco séculos de existência nem aos artistas, nem aos viajantes, tendo a igreja sido acolhimento e sepultura de reis, e mais tarde de navegadores e  poetas. O Mosteiro dos Jerónimos foi declarado Monumento Nacional em 1907 e, em 1983, a UNESCO classificou-o como Património Cultural de toda a Humanidade. O tecto da Igreja está adornado no cruzamento das nervuras da abóbada com escudos em bronze dourados, com a Cruz de Cristo e a Esfera Armilar. A Cruz da Ordem de Cristo é o emblema da histórica Ordem de Cristo (também chamada Ordem dos Cavaleiros de Cristo) e o Infante D. Henrique foi  o seu Grão-Mestre, tendo investido os rendimentos da Ordem na exploração marítima. Em 1454 e 1456, através de bulas do Papa Nicolau V e do Papa Calisto III é concedido ou dada obrigação à Ordem de Cristo de estabelecer o direito espiritual sobre todas as terras descobertas, como territórios nullius diocesis, sendo a sua sede diocesana sido atribuída à Igreja de Santa Maria do Olival em Tomar. A Esfera Armilar é o emblema pessoal do rei D.Manuel, e a sua divisa, sendo a alma ou legenda dessa divisa: “Spera in deo e fac bonitaten (Espera em Deus e faz o bem)”.
Ora acontece que esses escudos em bronze dourado estão literalmente a desfazer-se e a cair em pedaços como se pode ver pelas falhas apresentadas na fotografia, sem que ninguém tome medidas para a sua preservação e respetiva consolidação e restauro. Para um monumento que faz parte do Património Cultural de toda a Humanidade e tendo em consideração a importância iconográfica dos escudos em bronze é urgente que sejam tomadas medidas urgentes da sua salvaguarda.

4 comentários:

Anónimo disse...

Está a acontecer o mesmo que aconteceu à estátua de Dom José I.
Não vai ser barato!

Miguel de Sepúlveda Velloso disse...

Mas houve dinheiro e licença para instalar um horrendo orgão no transepto, impossibilitando a visão das capelas laterais.

Filipe Melo Sousa disse...

Quem paga?

Anónimo disse...

Quem paga?

A mesma personagem que defende a remoção dos azulejos e da calçada...

lol