09/01/2014

Cinema Londres destruído: “uma regressão de civilização”

Perdeu-se "a melhor sala-estúdio de Lisboa"
“O Londres foi a melhor sala-estúdio de Lisboa”, sintetiza a autora do livro Os Cinemas de Lisboa - Um fenómeno urbano do século XX. Margarida Acciaiuoli recorda que o espaço, inaugurado a 30 de Janeiro de 1972 com o filme Morrer de Amar, de André Cayatte, “foi pensado para ter três funções: ver cinema, jantar no snack-bar e conversar no Pub The Flag, que ficava ao lado”.
No livro, a professora catedrática do departamento de História da Arte da Universidade Nova de Lisboa sublinha que o Londres “afirmava-se como uma alternativa única no panorama dos cinemas da cidade”, tendo conseguido criar “um ambiente propício à apropriação dos filmes, permitindo que os espectadores permanecessem no local depois das sessões”.
“É extraordinário como conseguimos inventar o cinema, um equipamento que não existia noutros séculos, e depois desenvolvemo-lo, demolimo-lo e não fica nada para o século seguinte”, afirma Margarida Acciaiuoli. A professora diz que hoje em dia “as pessoas não vão ao cinema, vão a uma sala onde se passam filmes”. “Ir ao cinema não é como ir ao supermercado, é preciso tempo”, explica, enquadrando o fim do Cinema Londres naquilo que considera ser “uma regressão de civilização”. in Público, 8 Jan 2014, Inês Boaventura
 



 

 

3 comentários:

Bruno Aleixo disse...

A mim que me importa!

Anónimo disse...

a autora pelos vistos não vai muito ao supermercado... é preciso tempo para fazer isso e tem de ser nas horas em que o mesmo está aberto. agora se quero ver um filme (e eu prefiro ver filmes; ir ao cinema interessa-me pouco), posso aluga-lo online à hora que me apetecer.

Filipe Melo Sousa disse...

Querem cinema, vão ao Colombo. Deixem os novos proprietários trabalhar em paz que são pessoas honestas como qualquer um!