11/02/2014

«Super-heróis» vs. arqui-vilões, ou seja, se o nível da argumentação for este, teme-se o pior


Esta é uma questão delicada e de grande importância para a cidade e deveria ser discutida em termos diferentes daqueles a que estamos habituados a ver em redes sociais: imediatos, inconsequentes, sem ponderação.

É certo que o Plano de Acessibilidade tem imensas virtualidades, reflexão e boas medidas mas não é o peso de 800 páginas que tornam mais pesado o argumento da substituição da calçada portuguesa.

E é neste aspeto que quase tudo o que se tem defendido publicamente contra a calçada portuguesa cai pela base, sobretudo tendo em conta as evidências:

a) Calçada portuguesa só em zonas históricas: temos comprovado, pela realidade, que até em zonas históricas existe colocação de outros pisos;
b) Substituição por pisos que evitem quedas, sejam mais aderentes: temos comprovado, pela realidade, que substituição de calçada por mármore ou lioz foge a esse objetivo;
c) Substituição da calçada impede quedas e é mais aderente: a própria autarquia tem substituído a pedra branca por pedra basáltica rugosa em diversas ruas com inclinação, bem como tem construído pequenas escadinhas para auxiliar a subida;
d) Só zonas históricas precisam de calçada portuguesa: afirmação subjetiva e sem fundamento. O Parque das Nações, desprovido das imensas e magníficas imagens de calçada portuguesa que, aliás, são prémio Valmor (prémio da autarquia) não seria o mesmo.
e) A calçada é um piso mais caro de se manter que os restantes: ficará por provar se uma calçada sem estacionamento selvagem e com construção e manutenção adequada, fica mais cara que outro tipo de pavimento. (Há que contabilizar o custo da substituição da calçada bem como outras externalidades, como os efeitos na imagem e no turismo da cidade, bem como na qualificação do espaço público);


http://cidadanialx.blogspot.pt/2014/02/camara-define-cem-accoes-para-tornar.html

5 comentários:

Anónimo disse...

E não nos podemos esquecer das falácias que circulam por aí e que atribuem exclusivamente à calçada o problema dos buracos. Ainda há pouco tempo, neste mesmo blog, chegou uma artigo que reportava este mesmo problema. Este, desta vez, já não se verificava na calçada mas no pavimento de uma recente obra, na frente rio, que foi inaugurada com poupa e circunstancia.
Mas sobre esta última já não se ouve ninguém a criticar, não é...

Anónimo disse...

Pedia por favor a quem tem autoridade de o fazer que, pelo menos tentasse, acabar com o estacionamento ilegal em Lisboa, mais especificamente o estacionamento nos passeios e passadeiras.

Anónimo disse...

Preocupem-se em retirar os automóveis de cima do passeio e resolvem o problema da mobilidade. Serão assim tão idiotas para não perceberem uma coisa tão simples?! Caramba, estamos na Europa não no Bangladesh?

Carlos Medina Ribeiro disse...

Acabei de chegar de Lagos (onde vou muitas vezes), onde também há muita calçada portuguesa (em pedras brancas, pretas e rosa).
Pois bem. Estive com atenção, e durante 1 semana não vi pedras soltas, nem papéis no chão nem caca de cão!
Os ecopontos e os caixotes do lixo são usados e são limpos atempadamente. TODOS.
Além disso, em muitas ruas os moradores limpam o lixo que sempre aparece em frente às casas, e tratam dos pequenos ajardinamentos adjacentes.
Nota-se amor pela cidade. Há poucos grafitos, não se vêem sem-abrigo, e a mendicidade profissional é residual.
Junte-se a isso um manifesto "amor pela sua terra" (da parte dos lacobrigenses) e o civismo dos inúmeros turistas do Norte da Europa - compare-se isso tudo com Lisboa!

Lisboa tira anos de vida! disse...

Caro Carlos Medina:

Não é só em Lagos!

Em inúmeras cidades europeias, capitais inclusive, podemos ver a famosa calçada, em calcário branco e negro, devidamente colocada e cuidada!

Em Lisboa já se sabe o que é que a casa gasta!

-Incompetência na colocação.
-A indiferença e a falta de civismo da maior parte dos que vivem e trabalham na cidade!
-Os que, aos fins de semana, vão para os centros históricos e os transformam em autenticas pocilgas(pobres moradores)!
-E a total complacência de certos responsáveis para com os comportamentos dos últimos.
Provavelmente os mesmos que cedem ao lobby do betão!