23/10/2006

Mais um "chumbo" ao parque subterrâneo do Largo Barão Quintela

In Público (21/7/2006)
Diana Ralha

"Comissão criada pela assembleia municipal recusa o projecto de estacionamento e recomenda silos para os bairros históricos

A comissão eventual para a apreciação do processo da construção de um parque de estacionamento no Largo Barão de Quintela, criada em Junho pela Assembleia Municipal de Lisboa, chumbou unanimemente o projecto do arquitecto Gonçalo Byrne, aprovado pela câmara, que prevê a criação de 270 lugares de estacionamento em cinco pisos subterrâneos. No seu relatório final, a comissão propõe que a assembleia recomende à câmara "não autorizar a construção do parque de estacionamento do Largo Barão de Quintela, nos termos e condições do projecto licenciado à data, nem de qualquer outro que signifique a descaracterização da praça e sua envolvente, incluindo o actual coberto vegetal."

A comissão, presidida pela deputada municipal socialista Sofia Dias, pretende ainda que, no futuro, o executivo liderado por Carmona Rodrigues adopte soluções de estacionamento em altura - silos -, em particular na zona histórica, e que estes contemplem, prioritariamente, o estacionamento para residentes. "A proposta em apreço embora contemplando alguns lugares para moradores, os mesmos são manifestamente insignificantes para as necessidades", diz o documento.
No total, diz o relatório, faltam 500 lugares para residentes, apesar de existirem cinco parques de estacionamento num raio de menos de um quilómetro do Largo Barão Quintela. As conclusões da comissão juntam-se à opinião da presidente da Assembleia Municipal de Lisboa, Paula Teixeira da Cruz (PSD), e da professora Raquel Henriques da Silva, membro do Comissariado da Baixa-Chiado, que ameaçou demitir-se caso o projecto vá avante. D.R.

Oposição unida para "corrigir o erro"
Toda a oposição está, agora, contra a construção do parque de estacionamento subterrâneo no Largo Barão Quintela, a escassos metros do parque da Praça Luís de Camões, apesar de o direito de superfície sobre o subsolo do largo ter sido atribuído à Fabrica da Igreja Italiana da Nossa Senhora do Loreto, por um valor simbólico e por um prazo de 87 anos, por unanimidade, pela assembleia municipal, em 2003. Os vereadores socialistas já levaram à reunião de câmara de 7 de Junho uma proposta que pretendia "corrigir o erro" do passado: defendia a suspensão do projecto, até serem elaborados pareceres técnicos por parte do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) e de outros especialistas, nomeadamente nas áreas do património, hidrologia e mobilidade. A proposta dos vereadores socialistas uniu toda a oposição, mas foi rejeitada com nove votos do PSD e CDS/PP
."

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