A relação que a cidade de Lisboa mantém, há muito tempo, com a chamada Segunda Circular, tal e qual a conhecemos, é cada vez mais de irritabilidade. E com toda a razão. Não só para os cidadãos de Lisboa como também para os da área metropolitana e para todos os portugueses e estrangeiros que vindo a Lisboa a têm que utilizar. Porque a Segunda Circular cada vez mais é um cancro a vários níveis para todo o universo lisboeta. É um perigo permanente para os seus utentes, tem falta de entradas e saídas decentes para drenar o tráfego, tem uma deficiente visibilidade em parte significativa do seu trajecto, tem zonas de acumulação de águas que são verdadeiramente assassinas, tem curvas perigosíssimas, etc, etc..
A melhoria de qualidade de vida de Lisboa e na área metropolitana passa muito por existir coragem e rapidez na resolução de todos estes problemas. É que a segurança rodoviária está muito em causa. Até porque a unidade tempo substituiu há muito a unidade métrica e tem neste caso cada vez mais problemas acrescidos. Não são apenas os radares que poderão resolver estes e outros problemas. Como também não será apenas a injecção de mais e melhor educação cívica. Os problemas também são outros. E soluções como novas vias alternativas devem ser equacionadas. Para que sejam parte das soluções e não parte dos problemas.
É preciso que tudo seja articulado e resolvido de forma clara com a chamada Área Metropolitana de Lisboa. De forma integrada e global. Porque é caso para perguntar o que é que a área metropolitana de Lisboa tem estado a fazer sobre estas matérias? Estão à espera de quê? Pelo menos que se lembrem das famílias dos que lá faleceram e dos que ficaram marcados para a vida.
E do calvário que é todos os dias (sobretudo durante a semana) circular naquela via. E dos prejuízos para a economia não só do concelho de Lisboa mas dos concelhos envolventes. A relação de Lisboa com a resolução de problemas deste tipo é um grande desafio para o novo executivo. É desejável que o grau de exigência dos cidadãos esteja presente por forma a que os poderes públicos de uma vez por todas resolvam este cancro.
Feliciano Barreiras Duarte no JN de hoje
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6 comentários:
Concordo plenamente!
Demolição da Segunda Circular já!
Carros fora da cidade, logo a seguir!
Até Seul já desactivou a sua Segunda Circular, por que não haveremos de fazer o mesmo, mal esteja concluída a CRIL?
Confesso que já ouvi falar da segunda circular mas já não me lembro do que é. Ou será uma estrada que passa ali fora da cidade?
Quem vive cá dentro não sente esse problema e não me agrada nada que Lisboa ande a dispensar recursos para resolver problemas explorados por desistentes, por quem abandonou a cidade, por quem a trocou por um subúrbio (mesmo que seja dentro do concelho mas fora da cidade) e se preocupa só com os seus problemas de tempo ou com as neuroses (nós por cá sofremos menos disso, a sério, a confusão que imaginam passa pouco para cá das segundas circulares e dos lugares onde chegam os desistentes).
Talvez esteja na hora de repensar o automóvel dos suburbanos dentro da cidade. A coisa é de tal modo escandalosa (só passa despercebida a quem nunca parou para ver) que, por exemplo, no Hospital de Santa Maria, a percentagem de lugares efectivos de estacionamento para utentes é inferior a cinco por cento do total (o que NOS obriga a ir de autocarro para lá, o que nem sempre é uma boa ideia, ou a pagar estacionamento num parque exterior) e os funcionários (dos quais quatro em cada cinco residem fora da cidade) dispõem de mais de noventa e cinco por cento dos lugares, devidamente reservados por funcionários zelosos. Este é apenas um exemplo com que me deparo há já muito tempo e que tenho mantido calado por receio de ser radical.
Mas parece-me que parte dos problemas se encontram a montante das discussões que vamos tendo. Imaginemos, por pura diversão, que essencialmente circulariam em Lisboa os automóveis dos lisboetas (alguns outros teriam também de o fazer). Qual Agosto, qual quê; pareceria a cidade dos anos cinquenta, até os simpáticos ciclistas poderiam pedalar sem receios.
"Pelo andar da carruagem" quando concluirem a CRIL ela já não será a solução que se espera porque virá já muito tarde e entretanto o volume de trânsito será suficiente para encher ambas as vias. Não nos esqueçamos que esperamos o fecho da CRIL, entre Alfornelos e a Buraca, há cerca de 20 anos.
Zé da Burra o Alentejano
Após o fecho da cril, a discussão sobre a segunda circular deverá incidir sobre dois aspectos:
1- o efeito de muro, que divide a cidade e os seus bairros;
2- o "enterro" da via em semi-túneis.
A Nuno Santos Silva
OK! melhorias na via, venham elas antes ou depois de acabarem a CRIL.
Já agora vou apontar uma situação grave na 2.ª Circular que ainda não vi referida: quando se vem da Av. Lusíada do lado do cimitério de Benfica para entrar na 2.ª Circular em direcção ao IC19, imediatamente à saída do viaduto, entra-se abruptamente na 2.ª Circular exactamente no local da saída para a bomba de abastecimento. Não sei se têm havido aí muitos acidentes, mas não é preciso ser-se um especialista em trânsito para reconhecer que o local é perigoso, propício a acidentes e que deveria ser objecto de uma remodelação.
Zé da Burra o Alentejano
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