02/07/2008

Técnicos da Câmara de Lisboa sentem-se desvalorizados e desaproveitados


Esta é uma ideia simples mas luminosa!
Há técnicos competentes na CML que deviam ser aproveitados mas continuam marginalizados e desmotivados. O (não) aproveitamento das competências internas agrava a crise da Câmara de Lisboa... Verdades que já ninguém contesta.
Na Câmara de Lisboa isto é dupla ou triplamente verdade.
É uma situação muito negativa e desmotivadora para os técnicos, os quais se sentem em grande medida ostracizados, postos de lado, desaproveitados.

Isso, ao mesmo tempo que se compra fora – é o reino do «outsourcing» sem rei nem roque.
Em vez de se aproveitarem os jardineiros e alargar o quadro, em vez de se integrarem m ais calceteiros, em vez de se dar trabalho aos engenheiros, aos economistas, aos juristas - não, senhor: venha cá a empresa tal, venha cá o gabinete tal, o «atelier» tal... pagos a preço de ouro.

Até para organizar uma simples exposição cultural, vai de contratar um grupo de comissários à razão de 20 mil euros por cabeça...

Acho que os vereadores da CML com pelouros deveriam meditar bem nesta questão.

Os recursos humanos da CML são, em parte, de grande competência e de grande experiência, pelo que a sua motivação será sempre um método seguro para «sair da crise» permanente em que a Autarquia vive desde 2002.

9 comentários:

Anónimo disse...

Sai um outsourcing para a presidencia da CML...dá-se regalias compativeis com o cargo, alojamento no sheraton e viatura com motorista, dá-se preferencia a relações previligiadas com o governo, mota-engil, lugar cativo na fila da frente nas reuniões partidárias e congressos, bilhetes para futebol...etc
Nota:deverá participar em algumas reuniões

Anónimo disse...

O anonimo acima esqueceu de referir que "deverá participar em algumas reuniões" sem* ter de tomar decisões.
* Nota: não confundir com cem (100), numero, aliás o qe seria tantas decisões.

Anónimo disse...

Pois mas deste mal se queixam há muito tempo funcionarios da Camara.

E o mal já vem de gestões anteriores não esquecendo a do PS-PCP, do tempo de João Soares.

Anónimo disse...

Ver a "realidade",ver os técnicos da CML existentes, comparar o que "há" para fazer com o que "falta" fazer e com as pessoas que faltam para tal,e pôr tudo isto a funcionar,significa fazer um PROGRAMA mesmo para a CML.Coisa que ninguém faz ou fez,até agora.
O opurtunismo vigente é como Sócrates o fez,magistralmente:"não sabia que estava tudo tão mal".(e por isso aumentou os impostos...) O que estava era tudo mau,há que mudar e substituir toda a gente(pondo lá gente de confiança,do partido,claro).Assim têm sido todas as CM's,criam estruturas paralelas clientelares,e vão engordando mais e mais o "monstro"(da CMC e do restante Estado),que cada vez funciona menos e pior.
A "contratação" de Júdice foi o último caso exemplar!!
O famoso advogado iria passar por cima dos advogados da CML(que são muitos,seja regulares,seja consultores),seja por cima dos arquitectos e engenheiros(que são ainda mais!!).Claro que a questão "explodiu" logo.Mais por razões político-clientelares do que outra coisa,deixando pois bem "á vista" o que se passa dentro da CML:o clientelismo partidário!!!
Quando não se consegue,passa-se ao "out-sourcing",ou seja meter os clientes de fora,lá dentro.
Isto passa-se na CML e em todas as outras CM's,no Governo (e etc.)
Como combater isto? Boa pergunta!!
Resposta:com aquilo que nos falta: CIDADANIA! Como obtê-la?
Falando VERDADE...como disse o ex- ministro Medina Carreira ainda ontem.
Sem Verdade não há confiança e sem confiança não há país...!


3-7-08 Lobo Villa

Anónimo disse...

É veridica e grave esta realidade. Os últimos oito anos têm sido terríveis a este nível.
1.Começou com uma das medidas do Santana Lopes que eu acho emblemática e que infelizmente parece que ninguém se recorda e que passo a relatar. Estarão recordados que em 2001 foi a CML alvo de uma reestruturação orgânica a pretexto de tornar a grande máquina que é aquela casa numa coisa mais eficiente?
Para tal chamou-se uma empresa de renome para proceder ao processo de avaliação e reorganização. Aqui desperdiçou-se rores de dinheiro. A organização efectuada traduziu esse propósito? Na minha optica obviamente não. Serviu para moldar a coisa à conveniência do executivo, concretamente serviços de urbanismo destituidos da componente comercial, megas estruturas como a do ambiente urbano, tráfegos misturados com segurança, departamentos para apoiar a actividade do presidente e mais uns quilos de disparates. Não era a empresa que propôs a nova orgânica barra na matéria?, pois! se era ... e depois não contentes para dar suporte e controlo desta máquina doida lá vieram os tão famosos assessores do presidente alguns ainda nem com a escola acabada que mandavam em engenheiros, arquitectos juristas com vinte e trinta anos de experiência. Ah! e aqui a orientação era: " É trata-los mal para eles não vos porem o pé em cima, e nada de cumfias que são uma cambada incompetentes". As anedotas saidas desta situação foram daquelas bem hilariantes :)! Só tenho pena de não ter jeito para as escrever.
2.Depois veio a era Carmona que não teve força para despachar esta rapaziada e então deu orientações para que os srs assessores fossem cooperantes com os funcionários, porque eles afinal até têm algum know how e podem ser úteis. Resultado gabinetes políticos e equipas dos serviços tudo a fazer a mesma coisa dentro de uma lógica de organização que já nem era a do executivo anterior,nem a de executivos anteriores (e aqui homenageio o bom ambiente reinante desde a era Krus Abecacis passando pelo Jorge Sampaio e acabando na época João Soares), resultado... descalabro total.
3.E finalmenteveio o nosso Dr. Costa e sus muchachos com o espírito do "corta em frente que eles andam aqui é para estorquir dinheiro à autarquia e foram estes miseráveis dos funcionários que puseram esta casa numa desgraça. E atenção tropas! Quem vai determinar como esta coisa se gere é aqui o nosso amigo das finanças e vamos já aqui fazer o compromisso que é ele que determina como vamos poupar dado que tem experiência nessas coisas da eficiência (julgo que gerir uma autarquia deverá ser ligeiramente diferente de dirigir um banco... mas isto sou eu falar que nem percebo nada de gestão.)". E assim chegamos à situação de serem feitos orçamentos que são cortados sem haver critério lógico, nem ser ouvida a justificação técnica, as situações humilhantes de terem de ser os funcionários a suportarem as necessidades básicas dos serviços (juro que já vi pessoas trazer papel higiénico de casa, técnicos a pagar correspondência, pagamentos dé questões básicas a que se tem direito tais como formação e deslocações em represntação da autarquia por nãoo terem sido distribuídos atempadamente fundos permanentes e as de foro mais grave tais como, que para lançar qualquer procedimento de despesa seja ele de 2€ ou 200.000 tem de seguir do chefe pró director do director para o director municip, deste para o vereador do pelouro e deste para o vereador das finanças e depois desce para as catacumpas dos serviços financeiros passa lá uns bons meses de quarentena e segue o circuito todo para o início de novo. E este ram ram repete-se para compromissos de despesa e cabimentos. Isto dá taxas de execução que como devem imaginar andam altissimas (lanço um repto à oposição para verificar esta situação. O lado bom disto é que em termos de liquidez a CML deve ter melhorado imenso com a coisa, não saneia a dívida passada para a qual guardou parte do orçamento e não executa o orçamento deste ano...
É assim... Neste contexto como se pode ser funcionário da CML e se sentir feliz dentro de uma casa assim que todos os dias perde competitividade para os concelhos vizinhos. Já fomos efectivamente uma câmara de referência, os funcionários bem sei que vão envelhecendo, mas julgo que ainda no meio disto tudo não senilizaram para não poderem dar boas respostas à qualidade. É preciso é haver respeito, consideração e confiança nos mesmos. Senhores políticos convençam-se que se não houver respeito da vossa parte por nós continuarão a verificar-se a saída silenciosa daqueles que tem a capacidade técnica para desenvolver bom trabalho e olhem as câras vizinhas ou o sector privado têm tido olho para agarrar quem daqui sai e motivá-los para produzir com mais força!

Anónimo disse...

sou funcionário. subscrevo por inteiro o que o colega de cima escreveu.
o que se está a passar mete dó... o que era a câmara e no que a transformaram os ultimos 3 presidentes...
quem abriu os buracos financeiros? os funcionários?

Anónimo disse...

sou funcionário. subscrevo por inteiro o que o colega de cima escreveu.
o que se está a passar mete dó... o que era a câmara e no que a transformaram os ultimos 3 presidentes...
quem abriu os buracos financeiros? os funcionários?

Anónimo disse...

Muitos dirigentes políticos quando vão para lugares públicos parece terem apenas um fito: arranjar trabalhinhos e tachinhos para os amigos. Á pala da paranoia de "o que é privado é bom" é vê-los encher os bolsos de alguns "consultores", que antes disso nem sabiam onde ficavam os Paços do Concelho, e deixar os serviços a braços com montanhas de papéis inúteis. Mas se por acaso aquilo corre bem, o mérito foi deles, dos políticos; se corre mal foram os funcionários.
Não sou procurador de ninguém mas em termos de motivação perguntem a qualquer funcionário sério da Câmara o que foram os tempos da coligação PS-PCP no tempo de Jorge Sampaio. E tentem perceber as diferenças.

Anónimo disse...

Concordo com as opiniões dos "colegas" acima referidos. A CML está cheia de bons profissionais, com know how e experiência que poderia ajudar esta organização em muitos níveis. Infelizmente a desmotivação impera um pouco por toda esta imensa máquina... o resultado: não se produz como se poderia produzir, porque o "funcionário público" é por norma preguiçoso e incompetente... triste adjectivo que se generaliza e tantas vezes, imerecido :(
Enquanto a CML não apostar numa efectiva gestão de recursos humanos, esta casa vai tendo a sua estrutura cada vez mais minada de interesses políticos, e corre o risco de se afundar e depois? Onde pára o efectivo objectivo da câmara: servir os munícipes? Fica uma questão em aberto...