Carro à porta do emprego tem os dias contados
Novo regulamento de estacionamento tarifado em Lisboa deverá ser aplicado em Março com fiscalização redobrada nas zonas de tempo de paragem limitada.
Quem se desloca de automóvel para o eixo central de Lisboa e chega cedo encontrará um lugar muito perto do local de trabalho. Depois é só encontrar o parquímetro mais próximo e introduzir as moedas suficientes para as primeiras quatro horas. E após o almoço repete-se a operação, com o dinheiro suficiente para completar o horário de trabalho. Até agora tem sido assim. A partir de Março, aquele estacionamento só será autorizado, no mínimo, até à hora da bica matinal (duas horas). No máximo, dependendo da zona, dará até ao almoço (quatro horas). A partir daí, se a viatura não for retirada do lugar, incorre-se em infracção.
O novo regulamento de estacionamento tarifado de duração limitada, que será hoje votado em reunião camarária, foi apreciado favoravelmente pelo executivo em Julho, com abstenção do PSD e voto contra do CDS, por não estar previsto período de consulta pública, omissão essa já corrigida. O vereador da mobilidade, Fernando Nunes da Silva, conta apresentá-lo em Fevereiro à assembleia municipal, para que em Março possa ser aplicado.
A proposta camarária, baseada num estudo encomendado pela Empresa Municipal de Estacionamento de Lisboa (EMEL), põe termo à tarifa única para toda a cidade de Lisboa, passando a praticar-se valores distintos conforme as características de cada coroa (interior e exterior) ou eixo viário. Há inclusivamente uma redução no tarifário para a coroa exterior, que baixa a partir da segunda hora. Estacionar até quatro horas vai custar 3,20 euros.
Assuntos rápidos
São criados eixos de estacionamento de curta duração (duas horas) nos locais de especial concentração de comércio e serviços e que beneficiem da oferta de transportes públicos ou de alternativas ao nível do estacionamento (parques subterrâneos ou silos). São os casos da Baixa-Chiado, Príncipe Real, Avenida da Liberdade, António Augusto de Aguiar, Saldanha, Avenida da República, Entrecampos, e avenidas dos EUA e das Forças Armadas, que estabelecem o limite (a norte) da coroa interior - a tarifa, que só permite duas horas de estacionamento, atinge o máximo de 3,20 euros.
Nestes eixos, os valores são aumentados em cinco por cento e, no limite, só dará para estacionar e tratar de um assunto rápido. Estacionar todo o dia à porta do emprego em algum daqueles locais tem os dias contados, pois a fiscalização da EMEL será reforçada e serão anotadas as matrículas, para que não haja possibilidade de extensão de tempo de estacionamento com aquisição de novo talão para mais duas horas.
Para as limitações de paragem a quatro horas concorrem algumas ruas de Campo de Ourique, Amoreiras, avenidas de Roma e da Igreja e Parque das Nações. Nestes casos, quatro horas de paragem custarão 4,80 euros. Os bairros de acesso condicionado - Alfama, Castelo, Bairro Alto, Mouraria, Santa Catarina/Bica - também têm novo regulamento.
Fonte: Público
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6 comentários:
Pode ficar na gaveta ou ser implementado que não vai ter impacto de monta no trânsito.
Qual é a vantagem de atacar quem estaciona em conformidade e paga em oposição em deixar impunes quem estaciona em cima do passeio, segunda-fila e afins?
Mais receita para a EMEL?
O que prevejo que vá acontecer é um aumento do estacionamento selvagem.
Já esvaziaram a cidade de habitantes. Agora vão esvaziá-la de empresas.
Tambem não me parece que dê o efeito pratico que querem.
Então se uma pessoa de manhã se desloca a um serviço, à tarde já não pode lá voltar? Então quando uma pessoa tanto pode demorar 20 minutos ou o dia todo, consoante a vontade de trabalhar e as bicas que os funcionarios vão beber, nas finanças, centro de emprego ou segurança social?
Acho muito complicado de pôr em pratica. E como sabem eles se o carro que está estacionado à tarde já lá esteve de manhã ou não? Se apenas querem que as pessoas apenas tenham um papel de parquimetro à vista então está bem, percebi as alterações.
Histórias para adormecer... há locais e mais locais onde TODOS OS DIAS vai uma bagunça pegada, até em zonas da EMEL, e não acontece simplesmente nada.
Haver regulamentos assim ou assado tanto faz se não se preocuparem minimamente em fazê-los cumprir.
Abóbora.
Não faz sentido limitar arbitrariamente seja o que for. A cobrança do estacionamento deve ser visto como uma oportunidade e gerida com um modelo de negócio sustentável, em que as moedas, e multas, recolhidas, vão permitir a escalabilidade dos recursos humanos para estabelecer efectivamente a fiscalização.
Este esquema altamente complexo é tão surreal quanto estúpido.
E concordo com o Karl, só vai aumentar a bandalheira e o estacionamento selvagem.
Só por curiosidade, gostaria de saber quanto custou este estudo.
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