23/04/2011
Concelhia de Lisboa do PSD marcada por desavenças
Concelhia de Lisboa do PSD marcada por desavenças (por Ana henriques in Publico)
A Comissão Política Concelhia de Lisboa do PSD ainda não tem dois meses de vida, mas as paredes da casa que a alberga, no Campo Pequeno, já têm muito que contar sobre as desavenças entre os membros da nova estrutura social-democrata.
Gritos e ameaças foram o prato forte de uma das recentes reuniões de trabalho. “As divergências poderão ser sanadas ou com um entendimento ou com novas eleições”, admite um dos vice-presidentes da concelhia, o presidente da Junta de Freguesia da Graça, Paulo Quadrado. Em causa estão os militantes que a estrutura de Lisboa indicou à distrital do PSD para figurarem nas listas de candidatos à Assembleia da República.
Não foi bem visto o facto de o presidente da concelhia, Sérgio Lipari, ter indicado o seu próprio nome – além do de outros militantes que não haviam manifestado disponibilidade para assumirem o cargo de deputados. Numa reunião em que Lipari não participou, dois terços dos membros da concelhia elaboraram uma nova lista de candidatos na qual já não constava o nome do presidente, tendo-a enviado para a distrital. “Sérgio Lipari apresentou uma lista contrária à decisão da concelhia”, diz Paulo Quadrado. “Eu estava mandatado para sugerir os nomes à distrital”, contrapõe o presidente da concelhia.
Lipari não reconhece legitimidade à reunião em que a sua lista de nomes foi “corrigida”: “Podem fazer as reuniões que quiserem à revelia dos estatutos, mas são nulas”. A direcção do partido acabou por não incluir o nome do líder da concelhia, que é também vice-presidente da distrital de Lisboa, na lista dos candidatos.
Lipari acha que a polémica tem como objectivo roubar-lhe o cargo: “Se calhar alguém quer ser presidente da concelhia. Mas por enquanto ainda sou eu e o mandato é por dois anos! Acredito que algumas pessoas que gostavam de integrar as listas de deputados tenham ficado insatisfeitas. Mas não há lugares para todos”. O presidente da concelhia foi eleito com o apoio da distrital, mas o presidente desta estrutura, Carlos Carreiras, já admitiu a alguns militantes o seu desagrado com a actuação de Lipari.
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