Um dos vários vãos Manuelinos descobertos durante os trabalhos Destruição de todos os sobrados, tectos de estuque e de madeira pintados
Mais um lamentável exemplo da FALSA reabilitação que está a ganhar terreno nos Bairros Históricos. O PDM, e o Plano de Urbanização da Colina do Castelo & Alfama, proíbem a demolição integral dos interiores dos edifícios (a não ser em caso de ruína iminente o que não era o caso). Acresce ainda que este antigo Palácio faz parte da Carta Municipal do Património, anexa ao PDM o que lhe conferia ainda maior protecção. Os pareceres obrigatórios e vinculativos do IGESPAR foram de início negativos mas mais tarde, não se percebe como, fecharam os olhos à demolição. De facto, de nada lhe valeram as supostas protecções legais pois o seu proprietário parece que esteve acima da lei do comum dos mortais: os interiores foram integralmente demolidos sem um pestanejar. E para piorar a situação, está a ser reconstruído com recurso a tecnologias modernas, isto é, atrás das fachadas antigas estão a surgir uma construção nova totalmente em estrutura de betão armado (até a estrutura da cobertura é em aço). O proprietário é o BES e os autores do projecto de arquitectura: Atelier Aires Mateus e Frederico Valssasina. Que diferença existe entre este novo prédio de habitação de luxo e um predio 100% novo na Alta de Lisboa desenhado por Frederico Valsassina ou Aires Mateus? Apenas a fachada é diferente. O que têm em comum? A máquina municipal que aprovou e os autores do projecto de Arquitectura. Esta obra do BES é um crime contra o património de Lisboa. É este modelo de desenvolvimento que queremos para Lisboa? Questione o que lhe está a ser imposto no novo PDM. PARTICIPE NA DISCUSSÃO PÚBLICA DO PDM!
13 comentários:
Este projecto foi e é uma VERGONHA!
mas quem é que se lembra de vir defender a manutenção de estruturas obsoletas em tabique? ridículo
Para mim aquilo é uma miséria.
Mas isto tem que ver com a maneira como a Arquitectura é ensinada e as modernas filosofias.
Vai sempre haver quem , como aqui o Filipe Sousa defenderá que as cidades são para mandar abaixo e fazer de novo.
O que é pena é que vivamos na época do Mono...era preciso mudar mentalidades...não me parece.
Resumindo o que poderia ser um edificio com interiores muito interessantes (+ valia para clientes com dinheiro e bom gosto)torna-se num edifico com interiores banais e sem interesse nenhum.
Filipe,
Explique-me porque o tabique é obsoleto e o pladur é melhor;
porque o parquet laminado é bom mas o soalho flutuante é retrógrado;
porque os mosaicos que imitam pedra são modernos mas a pedra verdadeira é pindérica;
porque os azulejos são cafonas mas revestimentos de mosaicos que caem entretanto denotam bom gosto;
porque as janelas de madeira não são boas mas as de alumínio que funcionam como acumuladores de calor ou frio nas estações extremas são uma boa opção;
porque o design moderno, passpartout, é agradável e aquilo que os nossos antepassados nos deixaram é mau;
porque viver nos subúrbios é atrativo, precisando-se de um carro para comprar pão à esquina e viver nas cidades onde se respira história, e caminhar pelas ruas não atrai?
A todas estas perguntas tente responder com boa fé!
compadrio e .... se um particular quiser arranjar as coisas como deve ser numa zona como esta ou outra histórica arranjam mil e um entraves, mas para deixar destruir,dependendo de quem é o dono da obra, o igespar, a CML etc estão sempre de braços abertos.
se não entende porquê nao sou obviamente eu quem lhe vai explicar
Filipe,
tem razão, não é obviamente você que me pode explicar o porquê das coisas que diz!
Quem quer lutar contra isto e o pode fazer que o faça junto do ensino! formata-se as pessoas para fazer isto e depois queremos o quê? que pensem pela cabeça deles?
O ADN destas correntes mais modernas é ser o opsoto do antigo, é contra o que estava.
É por isso que vemos estas intervenções. Isto vai mudar? Era bom era
querem fazer a "reeducação" dos dissidentes?
"se não entende porquê nao sou obviamente eu quem lhe vai explicar "
Ver o ignorante mor cá do sítio a explicar alguma coisa devia ser lindo de se ver.
"defender a manutenção de estruturas obsoletas em tabique?"
1 - as estruturas não são em tabique. são em alvenaria de pedra e madeira. os elementos de compartimentação é que são em tabique.
2 - actualmente conseguem-se caracterizar bastante bem os materiais/soluções utilizados nestas construções mais antigas, sendo possível, com custos (muito) controlados, fazer intervenções muito direcionadas, para se cumprirem as exigências actuais de desempenho estrutural, térmico, acústico,.
O original seria o ideal, mas numa época de dificuldades, se não puderem façam lá as melhores adaptações, mas não deixem estar aquilo como está.
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