04/04/2011

Projectos de 350 milhões

"Lisboa vai ganhar uma nova relação com o rio Tejo, que aposta na recuperação e valorização dos espaços públicos de lazer e desportivos, em novos equipamentos e na ampliação dos espaços verdes e em novas formas de contacto com a água." É desta forma que o presidente da Câmara de Lisboa, António Costa, descreve os 19 quilómetros da futura frente ribeira.



Desde Pedrouços até à zona do Parque das Nações, está estimado para aquela zona da cidade um investimento global de cerca de 350 milhões de euros.
De um total de dez projectos – alguns já concluídos, outros em execução e outros ainda apenas propostos –, o autarca lisboeta destaca dois novos parques verdes, um na Ribeira das Naus e outro na Matinha, bem como o novo terminal de cruzeiros de Santa Apolónia . O parque da Ribeira das Naus deve ser lido na complementaridade das intervenções já efectuadas no Terreiro do Paço.
"Será feito o avanço da margem, através de uma longa escadaria que penetra na água, redefinindo a linha de costa, criando uma plataforma inclinada em direcção ao rio e possibilitando um novo percurso da avenida paralelo à margem", explica Costa.
O Parque Ribeirinho da Matinha, por seu turno, visa representar um novo tipo de parque urbano que traduz a necessidade de "levar" a natureza, o rio e a sua faixa de contacto com a cidade aos habitantes. Mas, segundo António Costa, será o Plano de Urbanização de Alcântara que marcará uma centralidade em Lisboa, através da disponibilidade de novas áreas de equipamentos, comércio, serviços e actividades de base tecnológica.
"Será construído um corredor verde entre Monsanto e o rio, em que se inclui o novo parque urbano que liga Alcântara-Terra e Alcântara-Mar, culminando na futura praça Amália Rodrigues e na zona que abrange a gare marítima de Alcântara", descreve.
NOVO ÍCONE DE ARQUITECTURA NA AV. 24 DE JULHO
O Plano de Pormenor do Aterro da Boavista Nascente visa promover a reconversão e a regeneração desta área central, através de novos espaços públicos, reconfiguração da Av. 24 de Julho, articulação com a frente de rio, através de uma ponte pedonal, potencialização de equipamentos e introdução de um novo ícone arquitectónico – a futura sede da EDP.
UM JARDIM PARA IR À DESCOBERTA NA RIBEIRA DAS NAUS
A requalificação da Ribeira das Naus prevê que no local onde hoje está o gradeamento da Marinha seja possível passear num jardim, ver a doca Seca (actualmente enterrada) onde eram recuperadas as Naus das Descobertas e reencontrar o antigo cais da Caldeirinha. Esta intervenção foi objecto de candidatura ao QREN, estando para breve a assinatura do contrato-programa.
ENTREVISTA
ANTÓNIO COSTA:"TERMINAL DE CONTENTORES EM ARBITRAGEM"
Correio da Manhã – Há uma série de projectos para a zona ribeirinha de Lisboa, alguns em curso, outros já aprovados. O que podem os lisboetas esperar daquela zona da cidade nos próximos tempos?
António Costa – Podem esperar uma maior proximidade ao rio, bem como uma maior diversificação de áreas e de actividades culturais.
– Em relação ao Terreiro do Paço, quando ficará concluída a obra?
– Ficará concluída com a intervenção no pavimento da zona Norte (ligação rua do Arsenal/rua da Alfândega) e com a intervenção nas fachadas da praça do Comércio.
– Entre os projectos para esta zona da cidade está prevista a entrada em funcionamento da pousada [da rede Pousadas de Portugal]. O que acontecerá ao Ministério da Administração Interna?
– Os serviços do Ministério da Administração Interna serão relocalizados na própria praça do Comércio. Trata-se de um processo da responsabilidade da Frente Tejo. Nas arcadas e torreões serão instaladas actividades lúdicas, culturais e de restauração.
– Qual o ponto de situação do terminal de contentores?
– Decorre neste momento uma arbitragem entre a administração do Porto e o concessionário para se acordar a forma de prosseguir a exploração do terminal. O município fará valer os interesses da cidade através dos acordos que já conseguiu, nomeadamente a praça fronteira à estação marítima, a utilização da Doca de Santo Amaro com relocalização de via-férrea de acesso ao terminal e um novo complexo de restaurantes junto à margem.
– E quando se prevê que esteja concluído o novo Museu dos Coches?
– Tenho a indicação de que será em 2012. Depois decorrerá a instalação de equipamentos expositivos.
MUSEU PENSADO EM EFEITO ÂNCORA PARA O TURISMO
O novo Museu dos Coches terá um efeito âncora na dinamização turística da zona da Ajuda-Belém. Composto por um edifício principal – que fará surgir em Belém uma nova praça – e por um segundo edifício mais pequeno (administração, restaurante e auditório), ligados por uma ponte envidraçada, o museu deverá receber um milhão de visitantes por ano.
NOVO TERMINAL DE CRUZEIROS CRIA COMPETITIVIDADE
A construção de novo Terminal da Cruzeiros de Lisboa surge da necessidade de responder às exigências de um subsector da actividade turística. A Câmara de Lisboa acredita também que a nova infra-estrutura terá um impacto positivo na economia da cidade, valorizando-a e contribuindo para um aumento da sua competitividade.
Correio da Manhã

7 comentários:

Anónimo disse...

uma plataforma inclinada em direcção ao rio funciona nos dois sentidos... quando o vento estiver forte e as ondas grandes é ver as ondas a subir a platforma inclinada em direcção a terra...

mesmo sem rampa já vi o rio a galgar a ribeira das naus e a chegar ao torreão poente... a zona poenta da praça é mais baixa (daí os degraus na placa nessa zona).

Anónimo disse...

Descobriram petróleo? Onde?

Anónimo disse...

Isto não é forma de fazer cidade.
Não basta lançar empreitadas, novos projectos.
Restabelecer a vida nas cidades não passa por aí, passa por estabilizar o mercado de habitação, desenvolver espaços comerciais a preços muito competitivos a rendas baixas muito baixas, até 0€, quanto ais gente viver no centro melhor. Um investimento a longo prazo.
Gastar em obras "modernaças" com materiais que não se conhece o seu comportamento a longo prazo, descaracterizam a cidade, não interessa.
Retirar os tribunais foi uma perfeita estupidez (interessada) há bairros que necessitam dessas pessoas dessa econimia local-bairista.
A Boa Hora daria um excelente hotel, mas compreende-se que possa chocar, pois bem coloquem o SEJ e façam o hotel no lugar do edificio horrivel do SEJ!

São os conceitos errados, são vaidades de politicos e tecnicos pouco preparados e sem escrupulos.

Quase que vale a pena dizer: Não há dinheiro? Ora ainda bem!

Anónimo disse...

Seria melhor que o Sr. Presidente António Costa antes de afirmar: O município fará valer os interesses da cidade através dos acordos que já conseguiu, nomeadamente a praça fronteira à estação marítima, a utilização da Doca de Santo Amaro com relocalização de via-férrea de acesso ao terminal e um novo complexo de restaurantes junto à margem.
Mostre aos interessados esses acordos, pois a doca de santo amaro "DOCAS" ninguém os conhece a nova colocação dos Restaurantes, Sr. Presidente não destabilize mais os empresários nos seus investimentos, os trabalhadores nos seus postos de trabalho, a situação economica e o turismo que esta zona recebe de braços abertos, por favor seja mais frontal e sincero o momento e dificil.......

FJorge disse...

«NOVO ÍCONE DE ARQUITECTURA NA AV. 24 DE JULHO»

A cidade bem que dispensa este tipo de «ícone»: prepotente em relação ao cidadão, autista em relação ao contexto urbano, egocêntrico em relação à História.

Com a cidade que herdámos, e muitos dos seus ícones (Sé, S. Vicente de Fora, Baixa, Jardim Botânico) em miserável estado de conservação, a EDP faria melhor em adoptar o papel de mecenas da cultura. Mas o orgulho provinciano destas mega empresas nacionais só lhes dá para estas erecções quase pornográficas.

Manel disse...

esta malta esquece que o povo português não tem como mania passear muito a pé na rua para justificar projectos tão "belos"

Anónimo disse...

O rating de Lisboa está no lixo não tarda nada, por isso não se preocupem.