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12/04/2011

PORTUGAL BRAND = TERCEIRO MUNDO ?


Estela Barbot: Portugal está a ser “visto como país do Terceiro Mundo”

A economista Estela Barbot, que é conselheira do Fundo Monetário Internacional (FMI), está preocupada com a imagem externa do país, que diz estar a ser associado ao “terceiro mundo”. “O ponto a que chegámos está a afectar a imagem do país, das empresas e a credibilidade do país cá fora. Portugal está a ser visto como um país de terceiro mundo. Como portuguesa, estou preocupada”, diz Estela Barbot, citada pelo site da Agência Financeira.Estela Barbot, a única portuguesa conselheira do FMI, responsabiliza José Sócrates pela situação do país, pois “gastámos o que não tínhamos e vamos pagar esse preço”. Considera também que o pedido de resgate era a única “solução”, o que terá como consequência que o país ficará estagnado ou em recessão por “muito tempo”. in PÚBLICO

Fotos: Lisboa degradada, desqualificada, desorganizada - Picheleira, Freguesia do Beato. Já tinhamos uma capital repleta de cenários de Terceiro Mundo, agora o país todo está ser certificado como de Terceiro Mundo - graças, em boa medida, à classe política incompetente que tem ocupado o poder nas últimas décadas.

10/12/2010

O que se passa na Rua da Fé?




Cortada ao trânsito há cerca de uma semana, todos os dias vão surgindo novos buracos na Rua da Fé!

10/10/2010

Largo do Corpo Santo ou Largo do Carro Santo?

Largo do Corpo Santo? Parece mais um exemplo lisboeta de "Largo do Carro Santo"! Toda esta bela praça de génese pombalina está há demasiadas décadas transformada numa placa de circulação rodoviária. Tudo o mais é um parque de estacionamento feito em cima do joelho. Não há uma única árvore ou equipamentos (bancos de jardim?) para os cidadãos usufruirem do que é suposto ser um «espaço público histórico» segundo o PDM em vigor. Os passeios foram reduzidos à sua expressão mínima. E chegaram ao cúmulo de criar lugares de estacionamento mesmo em frente da entrada principal da igreja! Que outra capital da europa trata assim os seus espaços públicos de referência? E isto acontece a poucos metros da Praça do Município, sede do governo da cidade de Lisboa. É um cenário deprimente.

18/04/2010

Dia Internacional dos Monumentos e Sítios: Av. Afonso Costa, Lisboa





Dia 18 de Abril de 2010. Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. Que património Lisboa criou nos finais do séc. XX? Vejamos o caso da Av. Afonso Costa. É um verdadeiro caso de estudo do património dos anos 80 & 90 do séc. XX em Lisboa. Um plano urbano rasgado pela/para especulação imobiliária. Prédios de habitação colectiva arquitectonicamente (e construtivamente) pobres e desqualificados. Espaços públicos abandonados e expectantes (três décadas depois!). Subordinação progressiva de uma avenida ao trânsito rodoviário. Fachadas caóticas com marquises ilegais. Resultado: uma estrada com seis faixas de rodagem ladeada de construções em altura, feias, desconexas e autistas. É nesta Lisboa que queremos viver?

Mesmo ao lado: o Bairro do Areeiro e de Alvalade, um pedaço de Cidade verdadeira.

30/08/2009

LISBON: «cheerfully decrepit» & «chicly scruffy»

É cada vez mais comum ver Lisboa descrita na imprensa estrangeira com adjectivos que tentam, em simultâneo, atrair visitantes e prepará-los para a degradação e desmazelo que vão encontrar na capital portuguesa. Quem escreve sobre Lisboa tem sempre que se debater com essa realidade ingrata da cidade. A história, a topografia e o património são atraentes mas o estado das coisas é, demasiadas vezes, repugnante.

Na última edição da Travel + Leisure (Agosto 2009), uma das revistas líderes na área do turismo, Lisboa vem mais uma vez ambiguamente descrita como «cheerfully decrepit» e «chicly scruffy». Como compreendemos a dificuldade da autora, Maria Shollenbarger! Em anos anteriores, e noutras revistas, Lisboa tem sido classificada como «shabby chic» e até «grubby glam». Lisboa é frequentemente referida como a «dowdy old city» um cenário urbano reduzido a «frayed charm».
Para quem nos visita, será um cenário cómico e bizarro que diverte - uma espécie de safari urbano em plena União Europeia. Mas para quem aqui nasceu, vive e trabalha pode ser deprimente. Algo de muito errado, estrutural, se passa com a nossa cidade (as nossas cidades...) considerando que Portugal faz parte de uma comunidade de países desenvolvidos desde 1986.


Foto: Imagem que abre o artigo de 4 páginas da Travel + Leisure (Rua de Santa Cruz, Bairro do Castelo); reparar no típico detalhe lisboeta do carro estacionado em local proibido, numa zona que é suposto ser de acesso condicionado e gerida pela Emel.

12/08/2009

Os girassóis, a ciclovia, o nó rodoviário e a Rua de Campolide

O que têm em comum uma plantação de girassóis, uma ciclovia, um nó rodoviário e a Rua de Campolide?
Todos juntos demonstram que, infelizmente, os poderes autárquicos em Portugal preocupam-se com mais frequência com obras de visibilidade do que com obras que facilitem a vida às pessoas.
Na imagem abaixo (centro e direita), vê-se a zona em que foram plantados os girassóis (não se vê as camadas de entulho cuja remoção custou 50.000 euros, mas isso deve ter sido há muito tempo...), vê-se a ciclovia que serpenteia até à Rua de Campolide, e não se vê o novo nó rodoviário que está ainda em conclusão.

Ora bem, consoante o dia em que se pergunta, a plantação de girassóis serviu para quinta pedagógica (para as crianças da única escola que foram lá. Uma vez...), para jardim (para ver de fora, porque está vedado), ou para produção de óleo alimentar (deve ser para confeccionar as ameijoas e berbigão que se criarão no Tejo, junto ao Terreiro do Paço).

A ciclovia serve para ligar o alto do Parque Eduardo VII ao Monsanto (já agora, espero que a ponte sobre a Av. Calouste Gulbenkian seja também pedonal e não apenas ciclável).

O novo nó rodoviário serve para "limpar" um ponto negro da face automobilística da cidade, e evitar o tempo que perdia quem vinha da Praça de Espanha para Campolide.

Também lá está a Rua de Campolide. Perto destas obras, mas longe do coração e dos projectos camarários. É que na cidade também se anda a pé, e andar a pé na Rua de Campolide não é fácil:

Na zona identificada pelo círculo vermelho, a distância entre o prédio e a "cerca dos girassóis" é de 10 metros. Do lado da cerca não há passeio, mas é utilizada para estacionamento. A estrada é larga, ou seja, cruzam-se ali - com dificuldade, mas cruzam-se - dois autocarros. Do lado dos prédios há um passeio. Esse passeio é tão estreito que, se alguém levar um saco de compras, tem de o pôr um pouco à sua frente. Nesse passeio passam constantemente pessoas.

Ora, não teria sido complicado, de entre o dinheiro que se gastou nos girassóis, na ciclovia e respectivo viaduto, e no novo nó rodoviário, "arranjar" algum que permitisse alargar este passeio na Rua de Campolide, eliminando o estacionamento "baldio" junto à cerca (são só meia dúzia de lugares) e manter a rua comportável para ser cruzada, ao mesmo tempo, por dois autocarros.
Mas desconfio que o facto de, no "ranking" de visibilidade de obras, o alargamento de um passeio para peões (que não prejudica absolutamente ninguém a não ser o tal estacionamento baldio), estar abaixo de um campo de girassóis, de uma ciclovia e de um nó rodoviário, implica se despreze este problema e a sua barata solução.

05/08/2009

Ainda a ciclovia Telheiras-Quinta da Granja

Felizmente há autarcas que olham para o terreno, que andam no terreno e escutam os munícipes. Dos e-mails que enviei para a Câmara Municipal de Lisboa e para as Juntas de Freguesia de Carnide e do Lumiar, apenas obtive resposta de Paulo Quaresma, Presidente da Junta de Freguesia de Carnide. E a resposta não podia ser melhor:
«AV. DO COLÉGIO MILITAR E RUA FERNANDO NAMORA
JUNTA DE FREGUESIA RECORRE AOS TRIBUNAIS
Paragem imediata da obra e reposição da circulação nas 4 faixas de rodagem

A Junta de Freguesia, perante um conjunto muito elevado de reclamações de moradores e constatando no terreno a irregularidade da situação entregou no dia 5 de Agosto, no Tribunal uma providência cautelar contra a Câmara Municipal de Lisboa solicitando a paragem imediata das obras e a reposição da circulação automóvel nas 4 faixas de rodagem da Av. do Colégio Militar e Rua Fernando Namora!

À Junta de Freguesia têm chegado largas dezenas de contactos apoiando as posições assumidas anteriormente pela Junta de Freguesia e solicitando que esta tome todas as medidas ao seu alcance tendo em vista a reposição da “normalidade”.

A posição agora tomada pela Junta de Freguesia foi devidamente ponderada e analisada e só foi concretizada dado o forte apoio popular dos moradores.

Reafirmamos que o projecto desta obra não foi discutido com a Junta de Freguesia nem com as Associações de Moradores locais!

Reafirmamos ainda que a Junta de Freguesia não está contra a construção de ciclovias nem contra o aumento de soluções de estacionamento!

Continuamos sem entender como é que se avança com uma obra desta envergadura desarticulada do Plano de Urbanização Carnide/Luz e do Plano de Requalificação do Jardim da Luz.
Em Setembro, por exemplo, os stands da Feira da Luz serão instalados em cima do traçado da ciclovia que agora se está a construir!

Lamentamos que, mais uma vez, o senhor Presidente da Câmara e o Senhor Vereador Sá Fernandes, tenham avançado com uma obra sem ouvirem os moradores e a Junta de Freguesia!

É inaceitável que se continue a tentar fazer Cidade sem uma verdadeira cultura de participação onde os cidadãos, as suas organizações e as Juntas de Freguesia tenham tempo e espaço para se pronunciar! A Cidade faz-se com as pessoas envolvendo-as e considerando as suas opiniões e sugestões!

Por estas e outras razões a Junta de Freguesia não podia deixar de, mais uma vez, se colocar ao lado dos moradores. Esta tem sido sempre a nossa posição e assim continuaremos a actuar.

Não podemos calar a indignação dos moradores motivada pelos atropelos e falta de diálogo da Câmara Municipal na sua pressa eleitoralista de anunciar obra e pôr máquinas na rua a qualquer preço.

É importante saber a sua opinião sobre esta matéria. Assim, convido-o a fazer chegar a sua opinião através do mail anossajunta@jf-carnide.pt

O Presidente da Junta de Freguesia

Paulo Quaresma
ASSINE E DIVULGUE A PETIÇÃO EM: http://www.peticao.com.pt/av-do-colegio-militar»
Esta foi a resposta recebida da Junta de Freguesia de Carnide, presidida por alguém que não confunde mobilidade sustentável com ataques aos moradores da cidade.

29/07/2009

Os ciclotontos

Por uma misteriosa e esotérica razão, a poucos meses das eleições autárquicas libertou-se um furor empreiteiro em Lisboa. Como é óbvio, o furor é inimigo da razão, e são poucas as obras que estão a ser feitas e que aparentam ter cabeças, tronco e membros (como a alteração da ligação da Av. Calouste Gulbenkian a Campolide).
Falo-vos da ciclovia entre Telheiras e a Quinta da Granja.
Da noite para o dia, a Rua Fernando Namora, única ligação de Telheiras/Parque dos Príncipes à Estrada da Luz, Segunda Circular e Laranjeiras, passou a ter menos duas faixas:
Menos uma no lado Sul, convertida em estacionamento "em espinha" (numa zona sem qualquer problema de estacionamento, resolve-se multiplicar a oferta...).
Menos outra no lado Norte, convertida em ciclovia (que podia ser feita nos terrenos a Sul, naquilo que virá a ser o parque Urbano de Telheiras).
A imbecilidade do autor desta ideia é tanta que a criatura nunca deve ter passado pelo "terreno" de manhã, altura que, esta única saída, está congestionada pelo facto de:
- (mais uma vez) ser única;
- estar cheia de carros que fogem do Eixo Norte-Sul e que a usam para o acesso a S. Domingos de Benfica, às laranjeiras e a Sete Rios;
- estar cheia dos carros dos pais que levam os filhos para a Escola na Rua do Seminário.
Assim se vai fazendo cidade: subordinada aos interesses de alguns, dificultando a vida que quem em Lisboa vive e paga impostos.
Não há pachorra para tanta estupidez!

05/05/2009

Rua das Escolas Gerais: Natal em Maio?

Estamos em Maio e ainda há decorações de Natal, instaladas por juntas de freguesia, em alguns arruamentos da nossa cidade. Este exemplo foi fotografado na Rua das Escolas Gerais, em Alfama. Será que é mais barato deixar ficar estes trastes pueris até ao Natal seguinte?

22/04/2009

António Costa e a falta de respeito

Ontem decorreu mais uma sessão da Assembleia Municipal de Lisboa. Durante a discussão das moções e recomendações, o deputado e ex-Presidente daquele órgão, Modesto Navarro, proferiu o seu discurso sobre determinadas matérias, entre elas a pressão do Governo e os seus interesses imobiliários na alteração do uso de terrenos no PDM.

Pasme-se que, no final do discurso, António Costa vira-se para Modesto Navarro e solta um: "você é um ordinário!". Veja-se o baixo nível a que se pode chegar em política.

Os eleitos no plenário indignaram-se com tal episódio, do mais sórdido e irracional em política.

E qual a desculpa de Costa na intervenção seguinte: que se candidatou em 1993 a uma câmara governada pelo PCP e que já está habituado ao estilo daquele Partido, de achincalhar os outros. Mas isto é uma desculpa ao seu comportamento inaceitável?

E este é já o segundo episódio de insultos vindos de Costa na Assembleia Municipal.

Percebo que António Costa ande irritado nos últimos dias por não conseguir uma convergência à Esquerda, mas o respeito, seja por quem for, não lhe dá o direiro de ter qualquer sentimento menos próprio.

30/01/2009

LISBOA: FEIA, PORCA E MÁ - 4

Antigo Teatro Vasco Santana, depois das apressadas demolições efectuadas pela Bragaparques, ávida e ansiosa por ali abrir um mega-parque de estacionamento. Em pleno eixo de entrada na capital. Um buraco com ruínas e destroços dignos de um cenário de guerra.
Nota: reparar na mega-tela publicitária na empena do prédio ao lado.

21/01/2009

Lisboa Turística

É isto que Lisboa tem para oferecer aos turistas, estas fotografias são do Largo da Oliveirinha e da Travessa do Fala-só ali bem perto do funicular da Glória, monumento nacional onde passam milhares de turistas. E este cenário vê-se lá de cima, do Miradouro de São Pedro de Alcântara







Escusado será dizer qual foi o acompanhamento odorífero do percurso

13/01/2009

Prédio de quatro andares em risco de cair em cima do elevador do Lavra há quatro anos

In Público (13/1/2009)
José António Cerejo

«Vizinhos temem sobretudo um incêndio provocado pelos sem-abrigo que dormem no interior. Câmara promete medidas desde 2004, mas nada fez até hoje


"Tenho mais medo que ele pegue fogo do que caia", diz Emília Santos, uma moradora do prédio ao lado. "Ele" é um edifício de quatro andares que parece estar a enrolar-se sobre si mesmo à espera de cair sobre o elevador do Lavra - o monumento nacional que sobe e desce a meio metro da fachada lateral do prédio.
Os "testemunhos" fixados nas paredes em 2004, quando a Câmara de Lisboa ordenou a evacuação dos dois andares ainda habitados, certificam o que não carece de certificação: as fendas que rasgam as fachadas de alto a baixo não param de alargar. Basta olhar para ver. A estrutura delgada, encavalitada na encosta - mesmo por baixo das ameaçadoras muralhas também elas fissuradas, imagine-se, do Comando Distrital de Operações de Socorro de Lisboa -, dá a ideia de se inclinar para o prédio contíguo, o de Emília Santos, no interior do pátio que dá acesso a ambos. Lá dentro, passando o arco de entrada no pátio da antiga vila, com o número 18 da Calçada do Lavra, percebe-se que os passageiros da Carris podem ter mais a temer do que os velhos vizinhos.
Para estes, o perigo que sentem mais próximo chama-se fogo, até porque nos últimos dias não têm faltado notícias de incêndios em casas, provocados por descuidos de ocupantes enregelados. "A PSP já cá veio duas vezes tirá-los lá de dentro, mas eles voltam sempre. Entram pelas janelas", queixa-se Emília Santos.
"Se a câmara fizesse a sua obrigação, já tinha tapado as portas e janelas e não entrava ninguém", acusa um vizinho do mesmo prédio. Os tijolos no chão da calçada, por baixo da janela mais baixa, mostram por onde entra o medo que alastra na rua.
Mas também há quem esteja mais atento às fissuras e barrigas do prédio. "Não tenha dúvidas. Tenho medo de que aquilo me caia em cima. Tenho uma criança, tenho a minha família, tenho a minha vida cá dentro e não quero ficar sem nada por incúria de quem devia resolver o problema", confessa Pedro Penha, residente numa casa recentemente reconstruída, logo abaixo do número 18.
Os restos das fitas de interdição de passagem colocadas no Verão passado pela Polícia Municipal no interior do pátio mostram que o risco é conhecido na Câmara. E as fotos que os vizinhos conservam indicam que em Fevereiro de 2008 foi afixado na porta um edital a notificar os proprietários (não identificados) de que, por despacho do vereador Manuel Salgado, a câmara ia tomar posse administrativa do prédio para "execução coerciva das obras de demolição".
Só que, desde então, nada aconteceu. "Já não foi a primeira vez. Eles vêm aí, mas não fazem nada", lamenta Emília Santos, mostrando a cópia da sua última queixa nos serviços da câmara, em 30 de Junho de 2008. "Vieram cá depois dois engenheiros, olharam para isto e só me disseram que o prédio não é da câmara."
Na memória dos moradores há pelo menos mais dois editais, um de 2004, logo que o prédio foi despejado por falta de segurança, e outro de 2006, a intimar os proprietários a fazer obras. Até agora nem o o dono nem a câmara as fizeram. E o medo não pára de crescer entre os vizinhos.
Sem que isso a alivie, Emília Santos aponta o prédio fronteiro, do outro lado da calçada. "Está na mesma, foi desocupado há dois anos e também está a cair." Por cima da porta uma placa em pedra indica o nome do dono: Santa Casa da Misericórdia de Lisboa.»

10/10/2008

A lista

O Público disponibiliza aqui a lista das casas do "Lisboagate".

01/10/2008

Nojo (3)

Baptista Bastos, no Diário de Notícias de hoje:
«O apartamento foi-me atribuído após inspecção dos técnicos à minha casa, em Alfama, onde vivi 32 anos. Chovia no interior, paredes rachadas, perigos vários. Procederam, outros técnicos, ao varejo cuidadoso dos meus réditos de então. Escassos: eu estava desempregado. Abandonara o jornalismo, ou o jornalismo abandonara-me em 1990. O contrato assinalava que a renda aumentaria consoante os ritmos da inflação.»
A isto se chama tapar o sol com a peneira, desmonstrando à saciedade que a melhor maneira de não contar a verdade (a de que não houve cunha) é a de misturar uns pós de verdade (chovia na casa de Alfama).
Mas não esclarece: Casa que era de quem? Do próprio? Deu-a de arrendamento? Já era da CML e devolveu-a? O que aconteceu à casa de Alfama? Vendeu-a para comprar, no mesmo ano, a casa de Constância, como noticia o Expresso?.
Mas por fim, o próprio Baptista Bastos confessa: em 1990 beneficiou de uma casa social, sem concurso (pelo menos não refere como é que sacou a casa...) porque estava desempregado.
Pergunto: mantêm-se as condições que - em 1990 - determinaram a atribuição da casa ao paladino da justiça?...

29/09/2008

Nojo (2)

No site da Câmara Municipal de Lisboa está colocado este comunicado sobre o Lisboagate.
Nada tenho a opor às disposições quanto ao futuro. Porém, no que respeita ao passado, discordo da (não) solução apresentada:
«2. Em relação a situações ocorridas no passado, no mandato de anteriores executivos, e como é do conhecimento público, a sua investigação está a cargo das autoridades judiciais, com a total colaboração da CML.»
O âmbito criminal é apenas uma parte do problema. A divulgação da lista dos arrendamentos efectuados, procedimentos administrativos que os precederam, nomes dos arrendatários e valores das rendas pagas, não depende de qualquer conclusão do inquérito em sede processo crime.
A Câmara Municipal de Lisboa não se pode esconder atrás do processo crime para evitar publicar os nomes daqueles se locupletaram indecentemente do património público:
temos direito à verdade!

28/09/2008

Nojo

Os nomes que têm vindo a ser divulgados na imprensa como destinatários de casas atribuídas no "Lisboagate" causam nojo. Aquilo que começou por ser um ataque a Santana Lopes por via da sua putativa candidatura à Câmara Municipal de Lisboa, acabou por tomar vida própria: já não são só as cunhas por pessoas carenciadas.
Afinal, descobrimos quase todos, ser jornalista ou artista também dá direito a uma casa com uma renda anormalmente baixa face ao mercado, o que explica em grande parte a razão pela qual este foi um segredo muito bem guardado durante anos.
Como cidadão, sinto-me roubado. Como cidadão, exijo justiça. Como cidadão, espero uma lista pública de todos os arrendatários da Câmara Municipal de Lisboa, do procedimento prévio de selecção e do montante da renda mensal pago por cada um.

20/08/2008

Blogue que retrata o mau estado de Lisboa tem sido grande sucesso entre internautas

in Público, 20.08.2008, por Ana Henriques
Dezenas de imagens de uma cidade onde nenhum lisboeta gostava de viver: uma Lisboa imunda, desmazelada, ao deus-dará

«Chique, chique é Campo de Ourique. As imagens falam por si: há prédios antigos entaipados, lixo a monte acumulado nas ruas, automóveis encavalitados roubando espaço aos peões nos passeios. O quadro é deprimente, mas nada tem de original em relação ao resto de Lisboa. O blogue Lisboa SOS existe há mês e meio para chamar a atenção dos cidadãos para a degradação dos espaços públicos de Lisboa, na qual "muitos lisboetas já nem reparam pela força do hábito". A julgar pelas mais de 400 visualizações diárias das páginas do blogue e pelas apreciações que tem merecido na blogosfera, a aposta está ganha. "Ficámos surpreendidos com o sucesso disto", admite um dos seus quatro autores, que, tal como os restantes parceiros, defende ferozmente o seu anonimato. Porquê? "Não temos quaisquer intenções obscuras, este é um blogue de intervenção cívica completamente apartidário. Mas não queremos protagonismos", justifica. A maioria das fotografias publicadas é tirada por esta equipa, que inclui dois docentes universitários da área das Ciências Sociais e Humanas e uma mulher com experiência na área da fotografia. Também há muitos visitantes a enviar os seus contributos. "Infelizmente, vou ter muitas fotografias para mandar", comenta o especialista em Ciência Política Pedro Magalhães, no seu blogue Margens de Erro.

A ironia e o choque são as principais armas do Lisboa SOS, que tanto publica séries de retratos de degradação com a simples menção do local fotografado como inventa histórias mirabolantes a propósito das situações encontradas. Da Tapada à estaçãoVale a pena ler o post do passado domingo Tumultuosa reunião da Junta de Freguesia dos Prazeres, uma comédia publicada no domingo passado a propósito do abandono a que chegou a Tapada das Necessidades, com estátuas decapitadas, janelas escaqueiradas e edifícios esventrados. Há imagens que são sentidas como um verdadeiro soco no estômago. É o caso de uma porta lateral da estação ferroviária de Santa Apolónia onde dormem sem-abrigo, à mistura com sacos de lixo. Alguém chegou mesmo a baptizar o local escrevendo na parede "Hotel Paludismo".

O jornalista Pedro Rolo Duarte escolheu no mês passado o Lisboa SOS para blogue da semana. "Imagens, dezenas de imagens da Lisboa onde nenhum lisboeta quer viver: degradada, suja, absurda, ridícula, alarve, esquecida, pobre, perdida", descreve. "São sequências de fotografias alucinantes - dos prédios devolutos aos maltratados, de monumentos de arquitectura arruinados pelos ares condicionados ou pela sujidade, dos perigos que espreitam nas ruas aos absurdos mais estranhos e inesperados", acrescenta. A imundície que grassa em muitos pontos da cidade é alvo de especial atenção, tal como os tags, os rabiscos grafitados que se abateram sobre a cidade inteira.E qual tem sido a reacção das entidades oficiais? Os autores do blogue afirmam não saber ao certo, até porque muitos dos problemas retratados nas páginas do blogue estão sobretudo relacionados com a chocante falta de civismo de quem habita na cidade. Mas o certo é que os grafitti que conspurcavam a estátua de S. Vicente, no Largo das Portas do Sol, e o Ministério das Obras Públicas, na Rua de São Mamede ao Caldas, foram limpos depois de terem sido mencionados no blogue Lisboa SOS.»

Foto: "espaço público" na Praça do Chile, exemplo de Lisboa SOS

13/04/2008

Rua Vila Correia, Restelo



Há muito mais de 10 anos que este terreno, situado na esquina da Rua São Francisco Xavier com a Rua Vila Correia no Bairro do Restelo quase a chegar a Belém, está no estado que as imagens documentam, com obras paradas há espera de ver melhores dias. Esteve em obras, depois pararam e assim se mantiveram por alguns anos, altura em que foi demolida a semi-construção que lá estava e começou a construção do que lá está agora que não tardou a ser interrompida e assim tem estado desde pelo menos há 8 anos.


É uma situação que não só é desagradavel pelo triste espectáculo que proporciona a quem passa nesta zona da cidade ali tão perto da turística zona de Belém, como também pelo facto de antes das ultimas obras terem sido interrompidas os trabalhos levaram à destruição de uma parte do passeio evolvente. Este passeio só não está em terra batida porque o musgo lá se instalou tornando-o escorregadio e perigoso.