04/04/2007

Bairro Azul ou Bairro Arco-Íris?


Sugiro que a Rua Ramalho Ortigão, o eterno parente pobre do Bairro Azul, seja geminada com uma qualquer rua do Bairro de Chelas. De facto, os edifícios que vêm a ser reabilitados nos últimos tempos parecem sofrer do efeito arco-íris, sendo qualquer dia obrigatória a utilização de óculos escuros ao passar-se na R. Ramalho Ortigão... A paleta de cores recentes inclui o amarelo icterícia do nº17, o coral fosforescente do nº 16 e agora algo entre o amarelo vómito e o castanho diarreico para o nº 18. Não há restrições ao mau gosto? Quem autoriza estas aberrações? Esta poluição visual é um crime!


Carmen Costa
Rua Ramalho Ortigão
Bairro Azul

6 comentários:

FJorge disse...

O mal das cores berrantes já atingiu outros bairros. Na Rua Filipa de Vilhena existe um prédio da década de 40 pintado de amarelo e verde choque! E recentemente, um prédio da década de 30, mesmo em frente ao CAFÉ ÍMPÉRIO (Av. ALmirante Reis/Alameda) foi pintado de azul "fortíssimo"! E até em Alfama existem prédios pin tados em cor-de-rosa choque! Parece não existir um regulamento para as cores...

Anónimo disse...

Fica-se sem perceber que cores sugerem que se use...

Anónimo disse...

Desde 2001 que a Comissão de Moradores sugere à CML que defina uma paleta de cores que mantenha e reforce o carácter da época, retomando, sempre que possível, as cores primitivas ou possibilitando uma integração adequada com as existentes nas respectivas frentes edificadas.

À época da construção, as cores do Bairro eram, na sua maioria, para as fachadas o branco, o beije, os cinzentos-claros; para as portas, os aros da caixilharia, as persianas e os gradeamentos, o azul. Foi essa inesperada mancha azul, que se via ao longe, que individualizava e dava carácter, que deu ao Bairro o nome por que ainda hoje, cerca de 70 anos passados, é conhecido: Bairro Azul.

Comissão de Moradores do Bairro Azul

Anónimo disse...

A velhinha paleta de cores que impunha os tons pastel em Lisboa foi sendo "esquecida", embora nunca revogada, nas últimas décadas. Técnicos projectistas, técnicos e fiscais municipais, simples mestres de obras e até responsáveis políticos, em nome da sacrossanta liberdade de criação e outras liberdades, todos meteram o bedelho naquilo que não era da sua competência decidir.
Como em todas as situações em que se confia apenas no critério de cada um e não em regras claras, caiu-se na libertinagem ou pior, na bandalheira.
Mais uma situação deprimente...

Anónimo disse...

Atenção, sem ter a total certeza do que digo apontaria que neste caso a ultima decisão cabe aos moradores dos edificios em questão...

Não deveriam ser esses então os mais bem informados acerca das cores possiveis no bairro?

Conheço alguns dos edificios acima citados e concordo plenamente: as cores bem que deviam ter sido outras...

Anónimo disse...

Com uma simples "análise/estudo de cor" no local, facilmente se chega à cor original do edifício. Poupa-se tempo, discussões, e mau gosto.

JA