In Público (14/5/2007)
Alexandra Reis
«O campo de tiro, gerido pelo Clube Português de Tiro a Chumbo (CPTC), vai permanecer no Parque Florestal de Monsanto até que seja eleito um novo executivo camarário, disse fonte da Câmara de Lisboa.
O prazo para que fosse alcançado um acordo entre a autarquia e o CPTC com vista à continuidade do campo de tiro em Monsanto termina hoje, mas o facto de o executivo liderado por Carmona Rodrigues ter caído na passada quinta-feira deixa a questão pendente. O campo de tiro foi instalado em Monsanto em 1962, altura em que o município cedeu o terreno ao CPTC a título precário, através de um contrato que tem sido renovado de dez em dez anos e que terminou a 13 de Fevereiro. Em Agosto do ano passado, a câmara denunciou o contrato de concessão com o CPTC, mas admitiu a continuação do equipamento no parque florestal desde que o clube apresentasse uma solução em que fossem preservadas questões ambientais e de segurança.
O CPTC apresentou em Setembro de 2006 um estudo de incidência ambiental a propor uma determinada solução, mas uma parte foi rejeitada por não respeitar as condições impostas pela câmara e implicar grandes abates de árvores e movimentação de terras. Em Fevereiro deste ano, a autarquia comunicou então ao CPTC que tinha três meses para desocupar os terrenos do Parque Florestal de Monsanto, mas afirmou ao mesmo tempo que era "possível" a permanência do campo de tiro desde que fossem salvaguardadas determinadas exigências, entre as quais, a não contaminação dos solos, a segurança de pessoas e bens e o ruído.
A continuidade ou não do equipamento em Monsanto fica então pendente até haver novo executivo. O funcionamento do campo de tiro no parque florestal tem sido contestado pela oposição na Câmara de Lisboa e por associações ambientalistas. Estes consideram que aquele equipamento é incompatível com o uso do parque por provocar ruído e a contaminação dos solos com chumbo, além de atentar contra a segurança dos utentes daquela ampla zona verde.
500
mil pratos são atingidos, anualmente, no coração
da mata. A poucos metros
fica o centro de acolhimento
do parque ecológico, que recebe por dia centenas de visitantes, muitos deles crianças»
Ora aí está a primeira pedra (chumbo) no sapato do próximo executivo: acabar com este local deprimente e perigoso!
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