11/05/2007

Novo aeroporto é na Ota

In Jornal de Notícias (11/5/2007)
José , Miguel Medeiros, Militante , do PS

«As nações, no que respeita à competitividade das suas economias, necessitam de raciocinar como um grande espaço produtivo e cuidar, com redobrada atenção, dos factores que determinam a sua capacidade de competir no mercado global.

Os especialistas em processos de desenvolvimento e dos factores que o condicionam têm a noção do papel que desempenham as plataformas logísticas enquanto infra-estruturas decisivas para a competitividade das nações, sobretudo num contexto de progressivo funcionamento em rede e de acentuada globalização da economia mundial.

Não é preciso ser um especialista para perceber que bastaria invocar razões de segurança nacional, protecção civil e de natureza ambiental para justificar a deslocalização do actual aeroporto da Portela tal é a evidência do desajuste da sua posição no contexto da malha urbana residencial da cidade de Lisboa

Acresce ainda, e isso também é visível face à condição de estaleiro de obras permanente em que a Portela vive quase desde a sua construção, a óbvia incapacidade de resposta do actual aeroporto face à procura e à sua evolução previsível nos próximos anos.

Por isso, os custos de manutenção da Portela e das necessárias obras de adaptação para suportar os fluxos previstos na próxima década (estimados em mil milhões de euros, ou seja, aproximadamente 40% do custo total previsto para a Ota) e os custos indirectos decorrentes destas obras que significam, na prática, a construção de um "novo" aeroporto no espaço actual com este em funcionamento.

Nestas circunstâncias, só um Governo irresponsável poderia protelar a decisão de construção do novo aeroporto internacional de Lisboa, na Ota, mudando de opinião em relação à sua localização, em função de pressões mediáticas ou de lóbis de circunstância, associados a interesses sem rosto e atirando fora estudos consolidados há anos.

Para além das implicações financeiras, ambientais e de segurança que uma paralisação do projecto comportaria e do caos na operação do actual aeroporto, há um custo de oportunidade que se repercutiria seriamente na competitividade e no desenvolvimento do país, se a nova plataforma logística da Ota não estiver pronta nas datas previstas.

Mas a razão fundamental que, do meu ponto de vista, justifica a urgência de avançar para a nova solução decorre, principalmente, da sua importância e do seu valor estratégico para a competitividade de Portugal no contexto ibérico, europeu e mundial.

Por isso, esta é, sem dúvida, uma daquelas decisões que define a capacidade de um Governo para perspectivar o desenvolvimento do seu país, permitindo aquilatar da sua firmeza na defesa do interesse nacional e da sua visão estratégica em relação à afirmação de Portugal como país moderno e competitivo.

José Miguel Medeiros escreve no JN, semanalmente, às sextas-feiras governador@gov-civil-leiria.pt
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Pois é, é tudo muito bonito, só que a Portela vai ficar e a ameaça de nos cair um avião em cima, também ... aliás, só mesmo porque o nosso aeroporto é o «lá vem um» é que ainda não nos caiu. E, pois é, lá vamos ter que respirar e engolir células cancerígenas.

Mas o pior mesmo é para todos aqueles lisboetas que não chegaram a horas para comprarem por tuta e meia os terrenos aos agricultores da zona. Uma pena, mas chegaram atrasados.

1 comentário:

daniel costa-lourenço disse...

Que Lisboa precisa de um novo aeroporto é inquestionável.

Seja Ota, seja Margem Sul, seja refundar a Portela.

É deprimente aterrar em Lisboa e ser recebido num armazém de bananas, escuro, claustrofóbico, que até mete água nos dias de chuvae que é, claramente, demasiado pequeno para o movimento de pessoas e aviões e está situado junto das vias mais congestionadas de Lisboa.

Bem vindos ao terceiro-mundo.