In Diário de Notícias (12/9/2007)
FILIPE MORAIS
«Lojistas entendem que é difícil travar o fecho de lojas na baixa da cidade
Os comerciantes da Baixa de Lisboa gostariam de ver a zona ocupada por lojas de marcas de prestígio, defendendo a qualidade dos produtos e do atendimento aos clientes, segundo explicou ontem ao DN José Quadros, presidente da Associação de Dinamização da Baixa de Lisboa.
Em causa estão as declarações da ex-vereadora da Câmara de Lisboa, Maria José Nogueira Pinto, que deverá ser nomeada comissária para o projecto de revitalização da Baixa- -Chiado. Nogueira Pinto defendeu, ao Expresso, a necessidade de "travar a proliferação das lojas chinesas, porque se continuam naquele território, nunca mais vai ser possível deitar mão ao pequeno comércio". A ex-vereadora sugeriu ainda que se pudesse criar uma chinatown em Lisboa, tal como noutras capitais europeias.
José Quadros refere que o ideal "é haver marcas de prestígio nos centros históricos. Gostaria muito de ver as lojas que estão na Avenida da Liberdade na Baixa de Lisboa, porque é isso que nos diferencia". Sobre as lojas chinesas, diz que "enquanto comerciantes, todas as lojas têm que cumprir a lei portuguesa, tanto em termos de preços, como de publicidade ou em relação aos trabalhadores. Isso é imprescindível". José Quadros referiu ainda o exemplo do centro histórico de Setúbal "que já tem 17% de lojas chinesas. Em Lisboa, seriam 300 lojas".
A posição da futura comissária lançou a polémica: de imediato se levantaram as vozes contra a criação de "guetos" ou contra "limpezas étnicas". A Associação SOS Racismo emitiu um comunicado em que considera que "não é admissível que uma personalidade com as responsabilidades públicas e políticas que já desempenhou e irá desempenhar, promova o racismo e a xenofobia", pedindo ainda uma tomada de posição ao executivo municipal de Lisboa (...). »
1 comentário:
Em Agosto de 2005, num Domingo de manhã apeteceu-me ir beber um café à Baixa. A zona apesar da altura do ano e da semana estava cheia de turistas. Após procurar por várias ruas, onde todos os estabelecimentos estavam fechados, tive de beber café num Centro Comercial, o único local onde era possível. Se a isto juntarmos a tradicional antipatia dos empregados de comércio da zona ( na Brasileira é perfeitamente cómico a falta de profissionalismo), os horários restritos, as lojas com artigos já desadequados das necessidades actuais, é fácim perceber as razões da "crise". Se não resolverem estes pequenos aspectos, será inviável qualquer projecto.
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