26/11/2011

No Mercado de Santa Clara o biológico é rei



No Mercado de Santa Clara o biológico é rei
Por Inês Boaventura in Público

Até amanhã, entre as 10h e as 18h, realiza-se em Lisboa uma feira de produtos biológicos nacionais

O atum dos Açores em azeite é uma das estrelas da Feira Nacional de Produtos Biológicos, que decorre até amanhã no antigo mercado de Santa Clara, em Lisboa. O vereador José Sá Fernandes não resistiu a levar uma embalagem para casa, num saco de serapilheira onde também havia vinho, compotas, feijão e enchidos, entre outras coisas.
"Os produtos nacionais e exemplos bons como o da agricultura biológica têm de ser muito divulgados. Nós temos coisas muito boas e temos mesmo de valorizar isto", defendeu o vereador da Câmara de Lisboa. Ontem Sá Fernandes marcou presença na abertura da feira LisboaBIO e além de fazer compras não resistiu a provar alguns produtos, como um queijo de cabra do Norte do país.
Até amanhã, no antigo Mercado de Santa Clara (junto à Feira da Ladra), onde foi recentemente instalado o Centro das Artes Culinárias, é possível ficar a conhecer uma miríade de produtos biológicos. Quem quiser também pode experimentar alguns deles, como as bolachas com pepitas de chocolate e o licor de pêra-rocha, e adquirir todos aqueles que a gula pedir e a carteira deixar.
Ângelo Rocha, da organização da feira e proprietário das lojas de produtos biológicos Miosótis, guia os curiosos pelo espaço, e vai apontando algumas das novidades. Como os chocolates de um produtor acabado de se lançar do mercado, o piri-piri de um outro que até aqui se dedicava apenas à agricultura convencional e o peixe fresco apanhado em Sesimbra "à linha, por pequenas embarcações".
Também à venda nesta feira estão as galinhas da raça preta-lusitânica, uma espécie autóctone portuguesa, criadas por Carlos Cristo e a sua filha em Montargil, no Alentejo. Este antigo comerciante de automóveis tem o seu produto à venda desde Agosto e a aceitação foi tão boa que neste momento não consegue responder a todas as solicitações.
Tiago Sousa, gerente da marca Próvida, diz que tem vindo a crescer o número de pessoas que sabem o que são os produtos biológicos e os procuram. Ângelo Rocha acrescenta que "quem consome normalmente gosta e não recua", mas reconhece que há ainda muito a fazer para "democratizar" o acesso a estes produtos, "com vantagens óbvias para o ambiente e para os consumidores".

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