14/11/2011

"Reconversão Urbana" BES Style: Rua Tomás Ribeiro

Se há banco em Portugal que tem obrigação de saber bem a diferença entre "reabilitação"/"restauro" e "construção nova" esse banco é o BES. Mas pelo que podemos observar, os imóveis em que o BES toca em Lisboa são todos tratados da mesma maneira, ou seja, sem sensibilidade patrimonial. Vejamos este exemplo na Rua Tomás Ribeiro (com projecto do atelier Aires Mateus): demolição integral de interiores e reconstrução recorrendo a novas tecnologias construtivas (betão armado). Autenticidade: 0%. Respeito pelo Património da cidade: 10% (pela manutenção da fachada principal). Respeito pelo Ambiente: 0% (como é habitual, o logradouro vai ser impermeabilizado com a abertura de caves para garagem. E é isto que o BES está a fazer no Largo do Contador-Mor (também com projecto do atelier Aires Mateus) e no Princípe Real. Construção nova mal disfarçada de "reabilitação" apenas porque mantêm a fachada. Agardecemos mas queremos para Lisboa muito mais do que fachadas. Por tudo isto, o Fórum Cidadania Lx dá nota muito negativa para o BES.

9 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

para o autor do post, respeito pelo ambiente é ter o edifício antigo ineficiente, a gastar 10 vezes mais energia em aquecimento, e com todo o desconforto das técnicas de construção antiquadas. mas porque raio se acha no direito de impor o seu (mau) gosto no património dos outros?

Crazyhead disse...

mas o cidadania agor é uma agência de rating???

Já falei sobre isto, e volto a dizê-lo. Libertem-se desses pressupostos que o que é antigo é bom. Preserva a fachada, que é o elemento identificador de um edifício (na generalidade dos casos). Claro que o resto tem que ser construido. Em relação à impermeabilização dos solos (construção das garagens), dou-vos alguma razão...

J A disse...

E eu recomendo aos dois comentadores uma voltinha pelo centro de Amsterdam....

Filipe Melo Sousa disse...

Amsterdão já estou eu farto de ver. Não sei qual é o fetiche que têm neste blog com essa cidade impraticável, incirculável, sem metro etc..

Suponho que vai propor ao BES que inclua ainda um gancho na fachada para que o novo prédio possa prescindir de elevador. Um vão de escadas íngreme e a madeirinha a chiar por todos os lados. Porque não vem a Amsterdão comprar uma casinha dessas? É um charme!

R Dias disse...

Caro blogger, não seja tão injusto e impreciso!

No Principe Real, precisaram de arranjar entrada para a garagem e por trocaram a palmeira de lugar. Mas ela continua lá! Isso deve contar qualquer coisinha, não?

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Pelos 2 primeiros comentários post, percebe-se bem porque é que as coisas assim acontecem. É uma questão de mercado. Enquanto o mercado, ou por eventual milagre, o promotores, não perceberm que é possível ter maiores margens sem esventrar todo um edifício, as coisas dificilmente mudam.

A dita "reabilitação" é apenas uma estratégia de marketing.

Ainda temos muito para aprender, e sobretudo, termos mais e melhores exemplos de como fazer.

Eu cá é que não troco o meu prédio de 1938, sem elevador e sem garagem!

Filipe Melo Sousa disse...

Eu não troco o meu prédio de 2006, com elevador, garagem, ginásio, restaurante, vidros duplos, construção sólida. Sim, fazem disto na Holanda, a vossa meca. Adaptem-se aos novos tempos, e deixem-nos viver em paz.

J A disse...

Na Holanda fazem muitas coisas....inclusive boa reabilitação do antigo....e boa construção moderna....e nenhuma estorva a outra !?

Anónimo disse...

http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=reabilitar

http://www.priberam.pt/dlpo/default.aspx?pal=restaurar

apesar de o autor querer identificar reabilitar com restaurar as duas coisas não são necessariamente sinónimas... daí a confusão.

Anónimo disse...

Por estas e por outras NÃO ME ARREPENDO DE TER DEIXADO DE SER CLIENTE DO BES!