03/03/2014

Palácios de Lisboa - 4 - Palácio do Patriarcado

Fachada do Palácio do Patriarcado atribuído a João Frederico Ludovice e António Mateus Vicente. Século XVIII, fachada barroca de grande qualidade e aparato. Já há anos, neste blogue, se chamava a atenção para o estado do palácio. Já em 2009 houve uma entrevista aos autores do projecto de reconversão em hotel. Manter-se-ia o edíficio do meio, os laterais seriam demolidos. Desde há cinco anos que nada acontece. Só cresce o abandono. Lisboa, Fevereiro de 2014

Duas janelas do andar nobre. Raro trabalho de cantaria e magníficos ferros das varandas. Os vidros já estão partidos. Lá dentro há salas de grande brilho e uma rara esacadaria. Até quando?

O último saíu há cinco anos. Esta é a entrada do palácio. Que fácil será pegar-lhe fogo. 

Tem Lisboa muitas fachadas como esta?. Alguém pode ter a decência de nos explicar o que se passa com um dos mais notáveis prédios barrocos da cidade? 

Num dos laterais, quem saíu deixou muito atrás de si. Entrada fotografada através de uma janela partida. Papeis, madeiras, vidros. Haverá melhor combinação para uma catástrofe?

Outro aspecto da fachada abandonada. Já roubaram dois dos batentes em forma de cabeça de leão. Este é, também, um palácio histórico. Espera a CML demoli-lo, emparedá-lo, emducê-lo como coisa sem graça e sem vida?


Não há nenhma janela das águas-furtadas com os vidros inteiros. Há quanto tempo a deixar entrar chuva, pombos, desleixo?

Por toda a parte as ervas crescem e os tags já começaram a adornar uma das fachadas mais opulentas de Lisboa

Aspecto do extrardinário trabalho de pedra da entrada nobre. 

Ao longo da fachada os cabos voam ao vento. Alguns porão em perigo o palácio. Estão soltos, descarnados.

A pedra também "adoece". Cantarias do Palácio do Patriarcado em avançado esatdo de degradação. Não se fez o hotel, não se esclarece o público quanto ao destino a dar a este palácio único, não se tenta evitar o pior. Casas destas tornam singulares as cidades onde existem. Só em Lisboa se acha que não. Assiste-se ao avançar da ruína como se tudo fosse uma fatalidade.  

3 comentários:

Anónimo disse...

"A pedra também "adoece". Cantarias do Palácio do Patriarcado em avançado estado de degradação""

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E a que não adoece é partido para servir os caprichos de uns tantos inválidos que infelizmente não tem para com o seu património o mesmo sentimento que esperam que os outros tenham para com eles!

Como foi o caso da Igreja São Mamede.
Manteram a balaustrada principal mas deram cabo da estrutura de ferro e da estrutura de pedra que suportava o gradeamento.
Revestiriam-na com outro tipo de " calhau", de gosto, no mínimo, duvidoso, assim como inseriram mais uma porta!

O Paulo bem tinha avisado que o acesso podia ter sido feito pela porta ao lado.
Eu também lá fui e garantiram-me que iria ser tudo reposto;
"pedra por pedra", disseram eles.
Parece que não!
Descaracterizaram por completo a fachada lateral da Igreja!

Toca a escrever mais umas cartas para ouvir o mesmo blá blá blá de de sempre!

Anónimo disse...

Aqui se passou um dos grandes momentos do verão quente de 1975 com o cerco do patriarcado e milhares de catolicos dentro do edificio! merecia um melhor fim

Nuno Castelo-Branco disse...

Foi a Embaixada Imperial alemã até à declaraçãod e guerra de 1916. Belíssimo edifício. Provavelmente acabará transformado num "ó-tél"