In DN 22-05-2007 Susana Leitão
"A Associação Nacional de Bombeiros Profissionais (ANBP) e a Associação de Cidadãos Auto-Mobilizados (ACA-M) vão juntar-se para fazer o levantamento dos perigos existentes nos túneis portugueses. Depois de uma reunião, na sexta-feira, as duas instituições acordaram a necessidade de uma ficha detalhada para cada uma dessas estruturas rodoviárias, dando destaque às deficiências e perigos para os automobilistas. O objectivo passa também por certificar se foi ou não cumprida a directiva europeia referente à construção de túneis.
Na origem do projecto esteve uma longa reunião sobre o célebre túnel do Marquês. Um mês depois da sua inauguração, as conclusões sobre a segurança daquela estrutura não são animadoras. "Está tudo bem até o dia em que acontecer um acidente grave", defende Manuel João Ramos. O responsável da ACA-M salienta o facto de já se terem registado dois acidentes na curva imediatamente a seguir à descida: "Alertámos para esse perigo. É uma curva mal sinalizada onde há um estreitamento da via. As pessoas não têm noção do perigo".
Já para Fernando Curto, presidente da ANBP, o problema do túnel do Marquês é mais grave. O responsável garante mesmo que os bombeiros não têm condições de trabalho e que em caso de acidente as ambulâncias não conseguem aceder ao local para socorrer os feridos.
Um dos principais problemas do acesso são as saídas de emergência "que não estão organizadas". A ANBP defende que não podem ser consideradas saídas de emergência os locais de acesso a viaturas e que o túnel deveria ter os dois sentidos (ascendente e descendente) separados e independentes "para permitir transferir as pessoas de um lado para o outro em caso de incêndio". Da forma como está feito o fumo invade toda a estrutura.
A largura dos passeios, que deveriam ter no mínimo 90 centímetros, também "não permite que os bombeiros consigam passar com uma maca portátil ou que as pessoas circulem à vontade em caso de necessidade de evacuar o túnel. As saídas de emergência só permitem a saída de uma pessoa de cada vez", frisa.
Fernando Curto alertou ainda para o facto "não terem sido realizados quaisquer simulacros". "Temos de imaginar a pior situação possível para sabermos como agir", defende o responsável.
Encerrado para obras
Todas as sextas-feiras, sábados e domingos, a partir das 23.00 e até às 03.00, o túnel do Marquês tem estado condicionado. O fecho deve-se a alguns trabalhos de manutenção que estão a ser feitos desde a sua inauguração.
Os trabalhos tinham sido anunciados por Carmona Rodrigues mesmo antes do dia da inauguração. O ex-presidente da autarquia de Lisboa esqueceu-se foi de referir que um mês depois da sua abertura o túnel iria continuar a ser encerrado para obras"
22/05/2007
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2 comentários:
Mas que mania de bater no morto!
O túnel está muitissimo bem e é infelizmente uma obra necessária! É a montante que está o problema de concentrar a entrada de Lisboa, ter permitido a expansão periférica de forma anarquica onde dificilmente alguma vez os transportes publico chegarão.
A culpa morre solteira, por uma deficiente estrategia metropolitana, por uma lei do territorio inadequada, por emprendimentos a vulso, por praticas urbanas retrogadas e uma paranoia dos fluxo de trafego, somado aos técnicos pouco experientes e teoricos.
Todos os que frequentam o El Corte Ingles sabem do disparate da saída e entrada do estacionamento, quem autorizou tamanha "cagada", e os acessos ao Colombo? Vão tomar banho, Pedro Santana Lopes foi corajoso, outros no seu lugar que em 1984/85 falaram tunel prefiram falsear e alterar valores dos nuemros de entrada dos veiculos em Lisboa naquele local.
E um facto deixou de haver transito no Marquês como havia, esta é uma verdade insufismável!
Deixou de haver no marquês e passou para a Fontes Pereira de Melo, que em breve vai estar tão poluída como a Avenida da Liberdade!
E mais: que pedagogia ambiental é esta em que se fazem campanhas sobre as alterações climáticas por um lado e se convida ao uso do transporte privado por outro?
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