24/05/2007

Feiras do Livro a definhar

IN JN 24-05-2007 Sérgio Almeida

"crise já chegou também às feiras do livro. Depois de anos a fio de crescimento sustentado, as feiras de Lisboa e Porto - as duas maiores do país, com abertura marcada para o final da tarde de hoje - conhecem este ano uma redução do número de stands e um sentimento de desânimo geral entre os participantes, cientes de que o actual modelo em vigor caminha a passos largos para o esgotamento.

"Hoje, ao contrário do que acontecia até há bem pouco tempo, participa-se nas feiras do livro apenas para mostrar o catálogo. Retirar benefícios financeiros desse investimento é um cenário que a maior parte dos editores já nem colocam", sintetiza o director-geral das Edições Afrontamento, Emídio Ribeiro.

Motivos para este definhamento progressivo não faltam, mas, além da recessão no mercado editorial, Emídio Ribeiro destaca a ampliação da oferta. "Ao longo do ano, já existem centenas de eventos paralelos - das feiras concelhias aos mercados do livro - que contribuíram para esvaziar a sua importância".(...)

Repensar os actuais modelos de funcionamento é um cenário que, para o presidente da APEL, carece de fundamento, embora reconheça que há áreas onde é possível melhorar. "Os actuais stands são pequenos para algumas das editoras presentes que, por isso, têm que se desdobrar por quatro ou cinco. E isto, por vezes, é pouco prático para os visitantes. A solução multimodelar seria a ideal".(...)

O Parque Eduardo VII volta a partir de hoje a fazer parte do roteiro de muitos dos habitantes da grande Lisboa. O pretexto é mais que justificável. O parque acolhe, como é habitual nesta época, aquela que é a maior montra de livros do país - a Feira do Livro.

Acabadas as obras do túnel do Marquês, o parque surge mais desafogado e mais propício para a visita dos amantes da leitura.

A distribuição dos pavilhões dos expositores é semelhante à de anos anteriores e o espaço para os mais novos surge concentrado do lado direito de quem sobe o Parque. É aí que estão as edições infanto-juvenis e é também nesse local que se encontra uma pequena tenda onde decorrerão várias actividades lúdicas e de animação.

Este ano o certame conta com 189 stands, menos 20 do que na edição anterior. Grande parte dos eventos da programação vão decorrer numa grande tenda instalada no topo do parque. Será neste espaço que acontecerão não só os lançamentos de livros, as representações teatrais e os concertos, mas também a homenagem, no dia 31, a António Carlos Manso Pinheiro, responsável pela editora Estampa e presidente da mesa da assembleia geral da APEL, recentemente falecido.

A feira é inaugurada hoje, às 18 horas, e poderá ser visitada até 10 de Junho"

1 comentário:

Anónimo disse...

Para quem esteve no passado Sábado na Feira, custa a crer na teoria do "definhar". A meio da tarde, os 4 corredores estavam cheios de cima abaixo, na maior parte dos locais onde eram dados autógrafos, a fila para os mesmos era desencorajadora, estacionar o carro nas imediações era um golpe de sorte, e o semblante geral era de alegria por mais uma edição da Feira do Livro. Definhar ???