04/05/2007

A «Recuperação do Campo Pequeno» na OE #4

A Estrutura

A estrutura da zona exterior à Praça é composta, no essencial, por 4 pisos com uma solução em lajes fungiformes maciça com capiteis e sem juntas. Apesar da elevada área por piso, de aproximadamente 16.000 m2, a estrutura da zona exterior à Praça foi prevista de tal forma a manter uma modelação de vãos que assegurasse a uniformidade da solução estrutural. As distâncias entre pilares, apesar de serem bastante variáveis, por razões da geometria da área de implantação e da própria arquitectura, têm valores, em geral, entre os 6.0m e 7.5m tendo, excepcionalmente, nalgumas zonas, valores superiores da ordem dos 9.0 metros. É de salientar a concepção da estrutura sem recorrer a juntas estruturais, apesar das dimensões máximas em planta de cerca de 200m (Fig. 13), tendo este aspecto merecido uma análise criteriosa ao nível do seu dimensionamento e pormenorização.


Fig. 13 - Esquema de um piso, com indicação de algumas dimensões globais da estrutura

As soluções definidas para os pisos enterrados de estacionamento e de índole comercial foram semelhantes com espessuras da laje de 0.18m e 0.20m, respectivamente, e capiteis com espessamentos de 0.15m numa área de 2.7m x 2.7m. Obtiveram-se, assim, esbeltezas, referidas à espessura da zona central, para um vão de referência de 7.0m, de 39 e 35, respectivamente. Estes valores são extremamente competitivos em termos económicos, até porque a zona maciça limita-se a menos de 15% da área total. A eficiência desta solução é evidente em termos de resistência ao punçoamento, mas também no controlo das deformações. Uma simples extensão desta solução permitiu também, quando necessário, vencer vãos maiores, definindo-se bandas entre pilares e adoptando, em princípio, a mesma altura do capitel. Na Fig. 14 apresentam-se vários aspectos da obra durante a sua execução.


Fig. 14 - Alguns aspectos da obra durante a sua construção

No piso de cobertura que deverá suportar em média 1.5m de terreno para permitir a passagem de outros serviços, previu-se, ainda, uma solução do mesmo tipo com uma laje maciça de 0.28m e capiteis com espessuras de 0.70m e 0.85m. Sobre a zona de cargas, de descargas e dos cinemas, a necessidade de maiores espaços sem elementos verticais exigiu a concepção de bandas pré-esforçadas com espessuras variáveis entre 0.85m e 1.25m, para os vãos máximos de 15.0m a 23.5m, respectivamente (Fig.14-5). As quantidades de pré-esforço foram definidas de forma a equilibrar 90% das cargas permanentes.

Finalmente, apresenta-se na Fig.15, a evolução da construção até ao presente estado da obra do alçado do torreão principal da Praça de Touros.

Fig. 15 - Evolução da construção da estrutura envolvente da Praça (cont. Fig. 8)

2 comentários:

Anónimo disse...

O Blog 'Odivelas de Cimento' está solidário com a luta contra os crimes prepertados pelos medíocres que nos governam.

Anónimo disse...

Como já vem sendo hábito, a culpa morre solteira.
Quem financiou, quem projectou e quem autorizou e fiscalizou este projecto?
Onde estão as Ordens Profissionais ditas de interesse público?