09/10/2007

Metro vai chegar ao Terreiro do Paço e a Santa Apolónia nas vésperas do Natal

In Público (9/10/2007)
Ana Henriques

«Obra orçamentada em 165 milhões de euros acabou por custar 299. Túnel do Rossio não abrirá antes do início do ano que vem. Amanhã é inaugurado o último troço do Eixo Norte-Sul

O metropolitano chega às novas estações do Terreiro do Paço e de Santa Apolónia nas vésperas do Natal, dia 22 de Dezembro, anunciou o ministro das Obras Públicas, Mário Lino. Antes disso, já amanhã, é inaugurado o último troço do Eixo Norte-Sul. Já os passageiros da Linha de Sintra terão de esperar até ao início de 2008 para poderem voltar a atravessar o túnel do Rossio.
Mário Lino visitou ontem a estação do Terreiro do Paço, que, tal como a de Santa Apolónia, se encontra praticamente pronta. Custo previsto deste último troço da linha azul que vai permitir ligar Santa Apolónia à Amadora: 165 milhões de euros, a preços de 1997. Custo final após o acidente nas obras, que provocou um atraso de quatro anos: 299 milhões, a preços actualizados. A nova estação do Terreiro do Paço é desprovida de decoração, à excepção de um painel de azulejos de João Vieira. O cais está apenas forrado de painéis metálicos cinzentos. "A sua beleza foi pensada assim, com esta crueza do betão à vista", referiu o presidente da transportadora, Joaquim Reis.
O ministro fez questão de repetir por várias vezes que a segurança da estação está garantida - numa referência aos receios de muitos lisboetas depois de uma rotura ter inundado a galeria em construção, no ano de 2000. O túnel que vai entrar em funcionamento no Natal não é o mesmo onde sucedeu o acidente. Foi preciso construir uma nova galeria, ao lado da primeira, para garantir que tudo corria bem. Daí que os custos da empreitada tenham disparado. Mário Lino assegura que o Cais das Colunas será reposto exactamente como estava: "Vai ficar bonito." Mas isso só acontecerá muito depois, em Novembro de 2008, porque os arranjos à superfície vão prolongar-se. O metro terá ligação à Estação Fluvial Sul e Sueste, cujos painéis de azulejos foram mandados retirar porque as obras de reforço do edifício os estavam a danificar. Serão recolocados. "Infelizmente não foram retirados antes de os trabalhos começarem e alguns ficaram danificados - menos de dez por cento do total. Mas estão catalogados e é possível reproduzi-los", disse o presidente do metro.
Mário Lino reconheceu que Lisboa "tem estado martirizada com algumas obras". As do Eixo Norte-Sul terminam amanhã, com a conclusão do troço entre o Lumiar e o nó de ligação com a Circular Regional Interior de Lisboa (CRIL), na zona da Ameixoeira, mais de dez anos depois de inaugurado o primeiro troço. Quem vai da Margem Sul para o Norte do país deixa de ter de entrar na Segunda Circular. Outro "martírio", as obras do túnel do Rossio, será também em breve visitado pelo ministro, que espera vê-las concluídas no início do ano que vem.
Outra inauguração que poderá ocorrer em breve é a da saída do túnel do Marquês para a Av. António Augusto de Aguiar. Pelo menos é essa a opinião do presidente do metropolitano, que diz que os trabalhos em curso de consolidação da galeria da transportadora - que passa perto da infra-estrutura rodoviária - já permitem a abertura daquela saída. »

Depois do atraso verificado, o pior mesmo é aquela boca da passagem inferior junto ao torreão nascente do Terreiro do Paço: um monstro!

1 comentário:

Tiago R. disse...

E cá está a desculpa que a CARRIS precisava para cortar as carreiras de autocarros que percorrem a Infante D. Henrique até Santa Apolónia.
Aliás, temos de elogiar este timming. Duas semanas depois da CARRIS anunciar a cacetada, lá vem o ministro acenar com uma cenoura...