15/10/2007

ALERTA: LISBOA EM VIAS DE DEMOLIÇÃO


Caro(a) Amigo(a)

Constatámos muito recentemente que Lisboa está a confrontar-se com uma autêntica avalanche de pedidos de ... demolição. Brevemente, se nada se conseguir em contrário, estaremos sem muitos dos prédios e palacetes da Lisboa do séc. XIX / início do séc. XX.
As zonas mais ameaçadas são as de génese oitocentista, isto é, as Avenidas Novas, o Bairro da Estefânia e o eixo da Av. Almirante Reis. Mas é precisamente nestas áreas urbanas onde encontramos alguns dos prédios de rendimento oitocentistas mais notáveis da capital - ali trabalharam os melhores arquitectos nacionais e até estrangeiros.

Está confirmado que muitos dos imóveis abandonados nestas áreas urbanas já entregaram "pedidos de demolição" à Câmara Municipal de Lisboa - e isto apesar dos pedidos de licenciamento não estarem devidamente publicitados como obriga a lei (o habitual "AVISO" afixado na fachada dos imóveis). Esta ilegalidade tem de ser denunciada para que os infractores paguem a multa prevista na lei.

A situação é grave e todos somos poucos.

Por isso, vimos por este meio incentivá-lo(a) a fazer um levantamento desta tipologia de imóveis na zona da sua residência e indagar junto da URBE-CML se deu entrada algum pedido de licenciamento para os exemplares mais «suspeitos» - isto é, abandonados e sem o "AVISO" obrigatório.

TELEFONE URBE-CML: 21 798 96 17 / 34 / 36

Para denunciar pedidos de licenciamento que não estão devidamente publicitados, deve-se contactar a Polícia Municipal.

TELEFONE POLÍCIA MUNICIPAL: 21 782 52 00

FOTO 1: Rua Luciano Cordeiro, 122 e 124
FOTO 2: Rua Aquiles Monteverde, 12-14, 16 e 18-20

4 comentários:

Anónimo disse...

devia ser "Lisboa Em Vias de Classificação" e nunca "Lisboa Em Vias de Demolição"...

Pedro Cruz Gomes disse...

A maioria dos prédios destas zonas tem uma qualidade de construção muito má - sendo previsível que não terão condições de segurança face a um sismo mais violento.
A maioria destes prédios não sofrem obras de conservação há muitas décadas - as quais são obrigatórias de 8 em 8 anos - obras cuja existência deveria ser fiscalizada pela CML.

Junta-se a má construção à má conservação e o que fica? Prédios sem segurança e cuja demolição e reconstrução é muito mais barata do que a sua reconstituição.

A demolição é inevitável (por isso os senhorios preferem acentuar a degradação em vez de a parar).

A solução possível poderia(acto arquitectónico à parte) ser a obrigatoriedade de reconstrução - nos moldes que não na estrutura - existentes.

FJorge disse...

na maioria dos países desenvolvidos o que se faz, nas situações de imóveis com deficiências estruturais mas com fachadas importantes para a história/imagem de uma zona urbana específica, é o desmonte para posterior reconstrução. No caso de Lisboa é absolutamente primitivo destruir a martelo cantarias artísticas e varandas de ferro forjado! Todos estes elementos - molduras de pedra dos vãos, colunas / pilastras, varandas de ferro forjado, azulejos, etc - deviam ser desmontados e armazenados cuidadaosamente para serem reutilizados na reconstrução do imóvel. Mas continuamos numa fase de pura barbárie.

Rui Cláudio Dias disse...

Significa que um prédio muito velho, se não tiver um "aviso" afixado não está legal? Se não tiver pode significar que o dono não o quer demolir certo? Não estou a perceber... :-(