15/02/2008

Indemnização por fecho do túnel pode custar 18 milhões à Refer

In Público (15/2/2008)
Carlos Cipriano

«O túnel do Rossio reabre amanhã, três anos e três meses depois de ter encerrado para obras, período durante o qual os passageiros da CP tiveram que recorrer ao metro para chegar à Baixa. As duas empresas pedem agora indemnizações à Refer para serem ressarcidas por esses prejuízos. A CP está a negociar 11 milhões de euros e a Metropolitano de Lisboa (ML) diz que o apuramento das suas perdas está a ser avaliado por uma comissão formada por elementos das duas empresas (ML e Refer), estimando que, no fim de 2006, esse montante já atingia os cinco milhões de euros.
As estações do metro entre os Restauradores e o Zoo e Entrecampos estiveram abertas para que os clientes da CP pudessem usar títulos de transporte daquela empresa, mas a partir de domingo os acessos fecham-se. Amanhã, a festa da reabertura do túnel inicia-se às 10h45 em Campolide, onde o primeiro-ministro, José Sócrates, embarcará num comboio Alfa Pendular para o Rossio, onde se realizarão os discursos da praxe.
Na estação, a CP e a Refer preparam uma exposição de material ferroviário onde, a par de várias gerações de comboios suburbanos, poderá ser vista uma locomotiva a vapor em estado operacional, embora esta vá estar apagada para não encher de fuligem a agora asséptica nave que cobre a gare.
Só a partir das 15h é que se poderá visitar a estação e estrear o túnel em viagens de comboio gratuitas. A CP terá uma navette a fazer o percurso Roma-Areeiro e o Rossio. Durante todo o fim-de-semana, os comboios da Linha de Sintra serão gratuitos.
O serviço suburbano só terá início no domingo, voltando a empresa a repor o horário de 2004, embora com menos duas circulações por hora nos períodos de ponta, pois não se espera que a procura regresse de imediato aos valores de então. Da Linha de Sintra para Lisboa haverá, portanto, famílias de comboios para o Rossio e outras para Roma-Areeiro.
Contudo, e apesar de parte da Linha de Sintra já estar quadriplicada e os sistemas de sinalização e controlo do tráfego serem de última geração, a oferta da CP não será superior à que existia nos anos 70 quando só existia via dupla e tecnologia mais antiga. Nessa altura, nas horas de ponta, havia um comboio, em média, em cada quatro minutos, quando agora é de cinco. E, fora das horas de ponta, a média é de 11 minutos entre cada comboio quando há 30 anos era de oito minutos.»

E, já agora, ninguém pede imdemnização ao Metro e ao Estado pela 'derrapagem' nas obras do Terreiro do Paço?

2 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

E quem é que colocaria o Estado em tribunal? Talvez o próprio Estado, representando os cidadãos.

Esquece-se o Paulo Ferrero que tudo o que entrar na algibeira esquerda terá de sair da algibeira direita do Estado.

Anónimo disse...

Realmente é engraçado constatarmos que nos inícios dos anos 90 havia comboios engalfinhados uns nos outros na linha de Sintra, com sinalização eléctrica, via dupla, atravessamentos diversos a nível que ocupavam linhas de circulação inversa e ainda os comboios do Oeste para o Rossio/Santa Apolónia.

Hoje a linha está quaduplicada, os atravessamentos a nível cessaram, a sinalização é electrónica, a velocidade aumentou, apareceram as modernas UQE e os comboios do Oeste ficam-se por Meleças deixando de atravessar a linha de Sintra...mas a oferta na linha de Sintra diminuiu brutalmente!

Sinais do tempo?