28/02/2008

Lisboa liberta 20,4 milhões de euros para pagar dívidas a pequenas empresas

In Público (28/2/2008)

«António Costa salienta que "o grosso da dívida continua por pagar" e que situação nas empresas municipais levará a "endividamento em cadeia"


A Câmara de Lisboa aprovou ontem, por unanimidade, uma alteração ao orçamento que liberta 20,4 milhões de euros para pagar as dívidas a 1287 empresas as quais a autarquia deve dinheiro.
O presidente da câmara, António Costa (PS), explicou que o dinheiro sai da verba prevista para pagar os juros do empréstimo, parte do plano de saneamento financeiro que o Tribunal de Contas chumbou na semana passada. "É incerto quando virá [o empréstimo], pelo que a câmara não irá utilizar para já este dinheiro para pagar juros", afirmou o autarca.
Embora 15 milhões de euros estejam abrangidos pela mobilidade da verba reservada para os juros, os restantes 5,4 milhões terão que ser cobertos, frisou António Costa. "O problema não está resolvido, o grosso da dívida continua por pagar", frisou António Costa, lembrando que os 100 maiores credores têm a haver 232 milhões de euros.
António Costa reiterou a necessidade de os serviços da autarquia terem "um cumprimento escrupuloso do orçamento e contenção na despesa", uma vez que o orçamento da câmara é feito "a 12 meses e "à pele", o que quer dizer que qualquer imprevisto gera uma pressão muito grande" sobre as contas, nomeadamente as cheias que se verificaram na semana passada.
A alteração aprovada "esgota a capacidade de financiamento próprio" da câmara, havendo "incerteza na realização do orçamento" para este ano, afirmou António Costa.
Os 20,4 milhões disponibilizados visam "responder a empresas com pressão muito grande" pela dívida da câmara.
António Costa destacou a situação igualmente difícil das empresas municipais, muitas vezes desvalorizada porque "são da casa", mas que acaba por criar dificuldades a outras empresas suas fornecedoras, configurando um "endividamento em cadeia". O vereador das Finanças, Cardoso da Silva, disse que a câmara já iniciou as reuniões bilaterais com os 100 principais credores - os que restarão depois de serem pagos as dívidas aos 1287 - para arranjar soluções alternativas. As dívidas individuais destes credores vão dos 21,3 milhões de euros aos 130 mil euros. Lusa
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