26/02/2008

Lisboa pouco amiga dos lisboetas. Tristeza de cidade esta, caramba!

O Relatório da Luta contra a Pobreza é impressionante. Mesmo que alguns dados não sejam muito actuais e se centrem em 2001, a verdade não deixa de magoar: Lisboa é uma terra pouco amiga dos seus habitantes e até inimiga de muitos deles. Trago-lhe para reflexão duas citações: uma relativa a desemprego; outra a condições e qualidade dee vida nas habitações dos lisboetas. São dados de arrepiar.

Desempregados
«Ao nível da distribuição da população desempregada pelas diferentes freguesias de Lisboa, as estatísticas mais recentes são os dados referentes aos Censos de 2001. Não sendo possível aceder a dados mais actualizados, é no entanto importante conhecer, a título indicativo, as freguesias com maiores taxas de desemprego em 2001. Assim, nesse ano, segundo o cálculo do INE, a taxa de desemprego em Lisboa era de 7,3%. Charneca (11,3%), Marvila (10,1%), Santa Justa (9,8%), Madalena (9.2%), São João (9.1%), Sé (9.1%) e Encarnação (9%) foram as freguesias mais atingidas pelo desemprego. No extremo oposto encontravam-se as freguesias de Mártires, São Francisco e Lumiar com taxas de desemprego de 2.3%, 4.6% e 5.2% respectivamente».

Sem infra-estruturas mínimas
«O número de alojamentos familiares (clássicos ou não clássicos) sem pelo menos uma infra-estrutura básica (electricidade, instalações sanitárias, água canalizada, instalações de banho ou duche) é outro aspecto importante para perceber as condições de habitabilidade da população de Lisboa. Em 2001, 5% dos alojamentos familiares de residência habitual não possuíam pelo menos uma infra-estrutura básica. Refira-se que, a este nível, Lisboa encontra-se numa situação mais favorável face a média nacional (9%) e ligeiramente pior que a média regional (4%). É ainda de se assinalar uma melhoria face a 1991 onde 9% dos alojamentos familiares não possuíam acesso a,
pelo menos, uma infra-estrutura básica.
É ao nível das instalações para o banho ou duche e das instalações sanitárias que se verificava, em 2001, uma maior privação, com 3,2% dos alojamentos familiares de Lisboa sem instalações para banho (7 270 alojamentos) e 2,2% sem instalações sanitárias (4 852 alojamentos). Refira-se ainda que 0,6% das habitações de Lisboa ainda não possuíam água canalizada (1 461 alojamentos), 0,4% não estavam ligadas à rede de esgotos pública (803 alojamentos) e 0,2% não possuíam electricidade (399 alojamentos)»
.

Triste, não é?

Pode consultar o Relatório aqui.

1 comentário:

Filipe Melo Sousa disse...

Ainda bem que não sou eu. O que vale é que com o mal dos outros posso eu bem. Bom, espero que os afectados lutem contra a pobreza e comecem depressa a trabalhar, pois não estou interessado em viver numa cidade em que este ambiente deprecie o valor da minha casa.