09/11/2007

Olhar de novo para a Praça Martim Moniz



























































É mesmo no centro da Lisboa antiga, mas parece que todos fazem por esquecer um dos maiores atentados urbanísticos da cidade.

Ultimamente desculpado sob a capa de "centro multicultural da cidade", o Martim Moniz é um cancro urbanístico impensável em qualquer cidade europeia. Mesmo no centro histórico da cidade, depois das demolições criminosas do Estado Novo, sobo pretexto de eliminar a criminalidade de um bairro pobre, e depois de anos em que não passou de um terreiro digno de um país do terceiro mundo, permitiu-se a construção de 2 centros comerciais que nem no mais periférico subúrbio seriam aceites.

Mais recentemente procedeu-se a arranjo central da praça, necessário mas em termos de gosto duvidoso, em moldes muito diferentes e conflituantes . Para culminar ainda se permitiu um acrescento (gigantesco para a escala do local) ao Hotel Mundial, revestido a mármore cinzento (?!).

Na verdade, o local é interessante pela crescente mística de “melting pot” das novas culturas de emigrantes em Lisboa, tornando a praça num ponto de comércio étnico, bastante apreciado pelos turistas (que ao contrário de outras cidades, mistura as culturas estrangeiras e não as sub-divide em grupos).
No entanto, nada impede (a não ser falta de coragem e arrojo) a rectificação dos erros urbanísticos passadas, cuja soluçã apenas passará por demolir aqueles centros comerciais e fazer novos edifícios, em traça "lisboeta", re-dimensionados ao espaço e que respeitem a vizinhança dos bairros antigos da colina do castelo.
Pela Europa já se vai assistindo à demolição destes "lapsos"... Por cá.....continua o elogio da mediocridade, mais grave porque não assola apenas a periferia, mas também perfura o coração da cidade.

14 comentários:

Anónimo disse...

Os 2 centros comerciais e o acrescento do Hotel Mundial são do pior que se podia ter feito naquela zona. Não há desculpas. Deveriam ter sido já demolidos.
Na penúltima foto creio ser o velho TEATRO APOLO que se vê. Um dos que foi demolido nos anos 40/50.

Tiago R. disse...

Concordo com a demolição daqueles centros comerciais.
No entanto, deve ser garantida a continuidade da existência de espaços comerciais.
O comércio é a alma do Martim Moniz e o sustento de muita (mesmo muita) gente.
Não acho o arranjo central da praça assim tão mau, mas os quiosques infelizmente não consolidaram.

daniel costa-lourenço disse...

a demolição dos centros comerciais não implica que se advogue o fim do comércio. muito pelo contrário.
o martim moniz é o encontro das diásporas, chinesa, indianas, africanas.

já é ponto de interesse turístico.

mas, aqueles edifícios sã um crime.

Anónimo disse...

Melting Pot ??? Peço desculpa mas nota-se que não vivem na zona. Uma das coisas que aprecio é ir a pé à Baixa, subir ao Chiado e apreciar algo de único que é exactamente o Centro de Lisboa. Mas desde que tive filhos perdi a vontade de o fazer, pelo menos desclocando-me a pé. O Martim Moniz é seguramente dos piores sitios da cidade, onde sentimos o perigo de andar na Rua, e onde apesar de ter uma esquadra de policia o trânsito e o estacionamento é completamente desregrado. Um pouco mais acima o largo do Terreirinho e ruas limitrofes é uma espécie de Casal Ventoso, onde o melhor conselho que dou a quem passar por lá é que passe rápido e não se envolva em picardias. O Intendente é o que todos sabem, sendo mais uma vez curioso que apesar de ter policiamento permanente, continua a ser um mercado da droga e um local de prostituição. As restantes ruas da zona viram nos últimos 4/5 anos o ambiente degradar-se consideravelmente em virtude de muitos dos consumidores do droga virem para estas ruas consumir. Em relação ao Centro Comercial do Martim Moniz, o melhor mesmo é os leitores deslocarem-se ao mesmo, especialmente aos pisos inferiores para apreciarem o "melting pot". Poderia dizer muito mais mas acho que ja fui esclarecedor.

Anónimo disse...

Para não ser totalmente injusto estou confiante que os edificios que a EPUL está a construir no Martim Moniz, e que me parecem bastante bem enquadrados do ponto de vista arquitectonico, e o edificio igualmente promovido pela EPUL na Rua do Bem Formoso, tragam uma melhoria ao ambiente da zona, especialmente pela presença de pessoas jovens.

Tiago R. disse...

Sr. "anónimo por razões óbvias" (óbvias?):
O que é que a insegurança e a toxicodependência têm a ver com a presenças das comunidades imigrantes?
Esse discurso é falacioso e, a meu ver, inaceitável!

Anónimo disse...

Caro Tiago r.

Não me referi em nenhum local a alguma comunidade em termos especificos. Lamento não entender as minhas palavras mas julgo perceber porque não as entende.
Inaceitável é eu sair à Rua mais os meus filhos e estarem á porta da garagem grupos de pessoas a drogarem-se. É passar no Largo de Terreirinho e ver jovens com bastões de baseball, é como disse ir aos pisos inferiores do C.C Martim Moniz e ver o que vejo. Mas o Senhor não entende pois não ?

daniel costa-lourenço disse...

Apenas me debrucei sobre o colorido do comércio prarticado pelas comunidades estrangeiras, que deve ser preservado e incentivado.

Outra coisa é a insegurança da zona,que se espalha pela mouraria e sobre a Av. Almirante Reis.

E o centro vomercial da mouraria até é potenciador dessa insegurança, dada a construção ultrapassada, a falta de iluminação e a falta de regras de segurança. Aquilo é um desastre à espera de acontecer.

Por isso, com outros edifícios, mantendo a tradição cultural do local de convívio de culturas, com mais segurança, seria perfeito.

Ainda assim, com insegurança, sou cliente assíduo dos supermercados japoneses.

Pena que me tenha de deslocar a um quase submundo.

Anónimo disse...

Caro VM

Sim, o que vê é o Teatro Apolo, sendo ainda possivel identificar nestas fotos a Igreja do Socorro e o Arco do Marquês do Alegrete, todos os 3 desaparecidos julgo que nos anos 50.

aeloy disse...

O Martim Moniz sempre foi assim. Uma prça menor que marcava o inicio de uma rua, a almirante reis que é uma mostra da cidade de classes, da pobreza e operariado da zona do intendente, as classes médias da zona do bairro das colónias, á alta a partir do Império.
Penso que é um problema complicado que requer uma intervenção de fundo, que não pode ficar por simples paliativos (pensaria uma coisa tipo Les Halles em Paris), mas para isso era preciso um poder forte e uma sociedade empenhada e um empresariado moderno. Nada disso existe.
António Eloy

Anónimo disse...

Dada a degradação do Martim Moniz, que não é de agora, penso que já tiveram tempo suficiente para arranjar soluções.
E ainda assim construiram 3 monos!

Como já aqui se disse, espero que os novos edificios da EPUL alterem o ambiente da praça. Para melhor.
Realmente parecem enquadrar-se no ambiente, o que nos dias de hoje é de louvar.

Para os 3 monos, nada menos que dinamite...
(e estou a falar a sério)

Anónimo disse...

Como vao agora as obras no martim moniz?

jose disse...

Mas afinal o que se passa com o centro comercial da mouraria, no Martim Moniz? Nunca lá entrei mas toda a gente diz que é do pior que há. Passei algumas vezes no Martim Moniz e mentiria se por um segundo me senti seguro.

Anónimo disse...

vixe
e eu querendo ir ao mundial nas minhas ferias
que bom que vim aqui e vi que é melhor procurar outro sitio
obg pelas informações