24/03/2010

Lisboa é um parque de estacionamento V: Hospital São José

3ª feira, 11h, dia normal no Hospital de São José - hospital dito público, mas cujo espaço exterior está em grande parte privatizado a uma aparente elite de pessoas que lá tem direito a estacionar o seu carro.
As seguintes fotografias exprimem um pouco daquilo que um peão (utente ou funcionário) sente no hospital.

Alguns factos:
  • Não haverá local com maior densidade de pessoas idosas e pessoas de mobilidade reduzida que um hospital.
  • Um grande número de veículos entra e circula no Hospital, desde ambulâncias a taxis, a velocidades que chegam a rondar os 30km/h. Não encontrei nenhum sinal a limitar a velocidade dentro do hospital, nem lombas.
  • A maioria dos passeios em S. José tem menos de 1m de largura; é frequente haver obstáculos como sinalização vertical ou barreiras de cimento nesses passeios.
  • Muitas vezes só existe passeio de um lado, que em algumas ruas está interdito aos peões por carros estacionados nesse passeio; noutras ruas não existe qualquer passeio.
  • Na curta volta que dei ao hospital encontrei todas as passadeiras bloqueadas com carros estacionados ou outras barreiras fixas, com excepção de apenas 2 passadeiras!
  • A zona é servida por 2 linhas de metro (verde - Martim Moniz, a 200m; azul - Restauradores, a 500m) e por várias carreiras de autocarros (767, 30, 723, 790, com paragens a menos de 200m)
  • Para além de extenso estacionamento fora do hospital, a zona é servida por 2 parques subterrâneos (C. Mártires da Pátria e Martim Moniz) ambos livres a esta hora da manhã, com avenças disponíveis, e ambos a 200m do hospital.
  • A um condutor em boas condições físicas é muito mais fácil percorrer 100m, 200m ou mesmo 500m para chegar do parque de estacionamento subterrâneo/autocarro/metro até ao hospital que é para muitas pessoas de mobilidade reduzida andar algumas dezenas de metros por entre o estacionamento descontrolado no interior do hospital.
  • Os carros com direito a estacionar dentro do hospital pertencem na sua larga maioria a funcionários do hospital, cuja tarefa é (ironicamente) ajudar as pessoas que aqui fora os seus carros prejudicam.













22 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

Título alternativo: Lisboa não tem parques de estacionamento

joao pedro barreto disse...

Caro Filipe,

Por favor lê o post:
"Para além de extenso estacionamento fora do hospital, a zona é servida por 2 parques subterrâneos (C. Mártires da Pátria e Martim Moniz) ambos livres a esta hora da manhã, com avenças disponíveis, e ambos a 200m do hospital."

Sublinho o facto de ambos estarem livres àquela hora. E de em ambos haver avenças disponíveis - logo disponíveis para quem quiser lá estacionar regularmente a um preço acessível.

Anónimo disse...

Antes de responderem a qualquer post do Filipe, leiam esta página sobre ele:
http://en.wikipedia.org/wiki/Troll_%28Internet%29

E lembrem-se que a melhor atitude é pura e simplesmente ignorar-lhe os comentários - porque são intencionalmente inúteis.

Anónimo disse...

Ainda bem que o Hospital vai fechar... belo condomínio fechado que aquilo vai dar!

Xico disse...

De facto ainda bem que vai fechar, por vários motivos:

1º Não está no local adequado ao funcionamento dum hospital que serve toda a zona oriental de Lisboa, encontra-se afogado e com maus acessos.

2º Os edificios não foram feitos para servir de hospital, estão cheios de barreiras arquitectónicas no espaço exterior conforme se vê nas fotos. No interior não há barreiras arquitectónicas porque já foi todo alterado, o que lhe tirou toda a resistência anti-sismica.

3º Gostava que me dessem exemplos dum hospital que não tem parque de estacionamento no seu interior!!! Está-se mesmo a ver toda a gente que vai ao hospital de emergencia deixar o carro em parques longe, ainda por cima em ruas inclinadas de dificil acesso, e numa zona tão mal frequentada!!! E os medicos que lá trabalham iam deixar o carro num parque pago o dia todo ou a noite toda!!!

Mais uma pérola do blog mais irrealista de Lisboa.

joao pedro barreto disse...

Xico disse: "3º Gostava que me dessem exemplos dum hospital que não tem parque de estacionamento no seu interior!!! Está-se mesmo a ver toda a gente que vai ao hospital de emergencia deixar o carro em parques longe, ainda por cima em ruas inclinadas de dificil acesso, e numa zona tão mal frequentada!!! E os medicos que lá trabalham iam deixar o carro num parque pago o dia todo ou a noite toda!!!"

Repito o que está escrito no post: o hospital tem 2 parques de estacionamentos a menos de 200m, ambos livres na altura em que as fotografias foram tiradas.
O hospital não é perfeito, antes pelo contrário, mas nada justifica estacionamento ilegal e -especialmente- perigoso para os peões.

Caro Xico, ter e usar carro implica custos, que incluem: compra do carro, manutenção, seguro, selo, gasolina e estacionamento.
- Não um direito de ninguém ter estacionamento gratuito.
- Se quem optou por levar o carro para o trabalho não tem dinheiro para pagar a avença do parque (ambos os parques aqui citados têm avenças disponíveis), claramente fez mal as contas quando escolheu qual o transporte a usar para vir para o trabalho. Felizmente, vai sempre a tempo de re-ponderar a escolha. Se o problema é dinheiro, dou-lhe alguns exemplos de transportes mais baratos: metro (2 linhas por perto) e várias carreiras da carris.
Antevendo que vai argumentar que nem todos têm o metro à porta de casa: aí há sempre a hipótese de deixar o carro num parque gratuito/barato às portas da cidade e lá apanhar o metro.

Anónimo disse...

Completamente de acordo JP Barreto, querem andar de carro mas nao teem dinheiro para o estacionamento...comprem um modulo da carris que fica mais barato.

Filipe Melo Sousa disse...

o meu amigo joão pedro barreto gosta muito de me dar conselhos ruinosos. Ora vejamos:

Ordenado médio Português: 700€
Avença mensal: 143,80€ (ou seja, 10 rendas de casa médias mensais sendo inquilino nesta cidade)

Preciso de dizer mais alguma coisa, ou estes simples factos já bastam para ter vergonha das propostas que faz? Acha que o estacionamento deve custar 10 vezes o custo da habitação?

Anónimo disse...

Caro Filipe:

Acho que o estacionamento deve ser caro sim! E mais acho que a gasolina devia custar 5€ o litro porque assim só eu andava de carro e não apanhava transito!

Xico disse...

As coisas que o João Pedro Barreto (que eu nem faço ideia quem é) me ensina!
Como isto é conversa de xaxa e nada vai mudar no estacionamento do Hospital de S. Jose nem digo mais nada. Queres ir para lá a pé vai. Eu não vou de certeza. A ultima vez que fui a esse hospital fui de carro e volto a ir. Não ia levar uma miuda em coma alcoolico a pe desde o Martim Moniz, ás 4 da manhã, ainda por cima ela era pesada.

joao pedro barreto disse...

Pena que a mensagem não passe:

Filipe disse:
"o meu amigo joão pedro barreto gosta muito de me dar conselhos ruinosos. Ora vejamos:
Ordenado médio Português: 700€
Avença mensal: 143,80€ (ou seja, 10 rendas de casa médias mensais sendo inquilino nesta cidade)"

O conselho foi precisamente o contrário: quem não tem dinheiro deve escolher a opção mais económica. Usar carro implica pagar estacionamento legal (que raramente é gratuito, em Lisboa e em qualquer cidade europeia).
Se o dinheiro é tão importante para ti (digo isto porque é o centro dos teus dois comentários), então porque insistes sempre na opção mais cara - o carro?
Para aqueles a quem a avença mensal parece cara (juntando todos os outros custos do carro), então há opções mais económicas: transportes públicos, ou alguma combinação carro+estacionamento barato/gratis na periferia+transporte público.
Uma grande porção dos portugueses (de todas as classes de rendimentos, de todas as profissões, morando tanto no centro como na periferia) optam por estas últimas opções - e são pessoas como todos nós.

Xico disse:
"Como isto é conversa de xaxa e nada vai mudar no estacionamento do Hospital de S. Jose nem digo mais nada. Queres ir para lá a pé vai. Eu não vou de certeza."

Xico, este post é sobre quem estaciona dentro do hospital, e que prejudica quem lá anda a pé. São esses que causam os problemas que se vêem nas fotos, não os que lá chegam (a pé, de carro, de ambulância, de taxi).

Anónimo disse...

xico e filipe, as peças do cidadanialx

Filipe Melo Sousa disse...

se calhar, porque a outra opção é ficar sem emprego, certo? ,)

joao pedro barreto disse...

E, no entanto, o autocarro e o metro estão todos os dias cheios de pessoas com empregos.

E, no entanto, países muito mais produtivos que o nosso têm taxas de utilização de transportes públicos muito maiores (e preços de estacionamento também superiores).

3º comentário do Filipe ao post, 3º argumento falacioso.
Da minha parte, a discussão acabou.

Xico disse...

Pois têm, aqui deixo uma imagem do metro do Japão, um dos países mais produtivos do Mundo:

http://www.youtube.com/watch?v=T4IPI82-D8U

Agora acharem que isto é um modelo a seguir!!! Para mim não é de certeza, mas cada um sabe do prato onde come.

David R Foster disse...

Caro Filipe:
Parece-me que ter carro é um luxo ao qual não se pode dar. Ou então tem de gerar mais rendimentos.
Não sei o que lhe disseram no stand onde comprou o seu carro, mas com a sua viatura não vem nenhum lugar de estacionamento, nem cabe ao resto dos contribuintes pagarem-lhe um do seu bolso.
E estar-se "lixando" para o resto dos utentes de um Hospital (Hospital!) recorrendo ao álibi de não puder ou querer pagar estacionamento não me parece válido.
Mas pronto, insista na sua politica pequenina e egocêntrica, ponha o CD de Kizomba bem alto e siga para bingo...

David R Foster disse...

Ah!
E já agora um video mais recente do metro em Tokio, uma metrópole com muito mais pessoas que Lisboa.

http://www.youtube.com/watch?v=7oUEPgb8HOE&feature=channel

Anónimo disse...

"ou seja, 10 rendas de casa médias mensais sendo inquilino nesta cidade"

Caro Filipe sabe tão bem como eu que esta relação acontece devido ao facto de grande parte das rendas em Lisboa estarem congeladas nos 4 euros e meio! Temos que ser sérios quando comentamos e se o mercado de arrendamento funcionasse como deve ser obviamente que a relação não era essa!

Mais, é óbvio que se um bem apresenta muita procura e pouca oferta o preço desse bem vai subir. Só cabe ao estado intervir nessa subida de se tratar de um bem de 1a necessidade o que claramente não é o caso.

Filipe Melo Sousa disse...

Caro Sr. Foster: face a tamanho analfabetismo económico nem sei o que lhe responder. Até lhe podia pedir para contabilizar o valor dos impostos que paga um detentor de um carro, e de comparar esse valor com os benefícios que para aí alega. Tarefa essa, que demonstra ser cabalmente incapaz de fazer.

Sr. Leonardo: eu argumento de acordo com a política de rendas que é preconizada neste blog: e são rendas de 10-15€. Ou já viu aqui alguém defender o despejo dos "inquilinos" (na verdade ocupas) que pagam esse valor?

Anónimo disse...

Caro Filipe a meu ver os inquilinos não devem ser despejados porque quem criou este problema não foram eles. Foi a actuação desastrosa do estado, que decidiu implementar uma politica social deixando aos proprietários a totalidade dos encargos da mesma.

De qualquer forma se quer fazer uma comparação séria devia argumentar com base nos verdadeiros valores dos bens, ou vai-me dizer que uma casa no centro de Lisboa não chega a valer uma nota azul?

Filipe Melo Sousa disse...

Deixe-se de tretas. Nem você nem os intervenientes aqui defende o pagamento de rendas, nem o despejo em caso de não-pagamento. Defende a continuação do estado actual das coisas, e logo as rendas de 10 euros.

Xico disse...

E por não terem sido os inquilinos a criarem o problema porque terão eles que ser levados ao colo? Em minha opinião espero que se continue a degradar predios à força seja por inundação ou fogo, e já agora que eles caiam sozinhos. Está visto que é a unica forma de por fim ao XUPISMO.

Se é para o senhorio só ter prejuizo, que ao menos sirvam só para albergar pombos.
Dá um enorme prazer ver o inquilino exitar se continua a morar numa casa onde chove ou se muda para uma mais cara e com boas condições. Muitos são de tal maneira estupidos que preferem ter os moveis debaixo de lonas.