03/09/2007

Avenida de Madrid: pedido de embargo desrespeitado


A empreitada de remodelação da iluminação pública na Av. de Madrid, iniciada a 26 de Fevereiro deste ano, não pára de criar espanto. É uma séria candidata a "case study" da má gestão do espaço público em Lisboa.

Fomos informados pelo Departamento de Ambiente e Espaços Verdes-Divisão de Jardins (DAEV-DJ) que a empreitada de remodelação da iluminação pública na Av. de Madrid recebeu um parecer negativo daqueles serviços. Os engenheiros da Divisão de Jardins deslocaram-se ao local para analisarem a instalação dos novas colunas de iluminação, e constataram o seguinte:

- o projecto de remodelação da iluminação pública não está compatibilizado com as árvores de alinhamento da Av. de Madrid. As novas colunas de iluminação, em 50% dos casos, foram implantadas a menos de 1 metro de distância das árvores o que é considerado inaceitável. Isto significa que vamos ter as luminárias dos novos candeeiros dentro das copas das árvores.

Por esta razão, a Divisão de Jardins da CML pediu o embargo da empreitada. Resumindo os factos desta atribulada história:

- Á suspensão da empreitada, a 6 de Março, por ordem do ex-vereador António Prôa, para reavaliação do projecto, juntou-se o pedido de embargo por parte da Divisão de Jardins da CML.
- Apesar disto, e dos protestos da Junta de Freguesia e de Moradores, as obras foram retomadas no dia 19 de Julho; após uma nova suspensão, que durou cerca de três semanas, retomaram-se as obras no passado dia 28 de Agosto.

-Após uma denúncia junto do Gabinete de Apoio ao novo presidente da CML, Dr. António Costa, fomos informados pela própria DIP na sexta-feira seguinte, dia 31 de Agosto, que a empreitada estava novamente "parada conforme decisão superior."

-No entanto, a empresa responsável pela obra não acatou a ordem superior pois encontra-se a trabalhar desde as 8:00 da manhã de hoje, dia 3 de Setembro. Mais, informamos que houve mesmo um aumento do número de operários e de maquinaria, uma situação que parece ser uma clara provocação à ordem superior de paragem dos trabalhos.

A falta de consideração pela opinião dos moradores, pelo executivo da Junta de Freguesia e pelo pedido de embargo da Divisão de Jardins da CML revela bem como a Divisão de Iluminação Pública (DIP) desenvolve os seus projectos de remodelação da iluminação na cidade.

Lamentamos que a DIP não respeite nem os pareceres dos quadros superiores técnicos da própria CML, assim como não respeita a opinião nem dos munícipes nem do executivo da Junta de Freguesia.

Veremos se o novo Presidente da CML, assim como o novo Vereador dos Espaços Verdes, conseguem fazer respeitar o parecer dos técnicos da Divisão de Jardins e que esta empreitada seja embargada conforme o relatório da DAEV-DJ. E vamos também ver se este caso serve de exemplo para que não se voltem a repetir abusos desta natureza no espaço público de Lisboa.

4 comentários:

Anónimo disse...

Essa história ainda NÃO ACABOU?! Isto não é normal...

Anónimo disse...

É lamentável toda esta história. Uma história cheia de questões e dúvidas que até agora não foram respondidas. E lamento que seja esta - também - a forma de trabalhar do novo executivo. Outros interesses ultrapassam "decisões superiores"?! E o decisor superior deixa-se ultrapassar, assim? de forma tão clara? O que isto? excesso de burocracia? direitos adquiridos de alguns? Alguém explica aqui como tudo isto pode acontecer mesmo mudando o executivo da Câmara?!

Se assimé, começamos mal sr. Presidente António Costa. Não se esqueçam dos lisboetas, dos cidadãos.

Anónimo disse...

É fazer uma auditoria à Divisão de Iluminação Pública da C.M.L.

Parece haver indícios de corrupção, clientelismo entre departamentos e/ou funcionários da autarquia e as empresas que fornecem serviços como a Visabeira e outras.

FJorge disse...

Não há modo de explicar o que se está a passar; NUNCA chegaram a parar as obras! Que significado tem a informação oficial de que as obras estavam "paradas por ordem superior" (isto foi na sexta-feira passada!)?

São estas situações que nos provam como Lisboa não é nem gerida pelos vereadores/autarcas, nem muito menos pelos munícipes, mas sim pelos interesses económicos que se alimentam das falhas da estrutura municipal e, claro do vazio de muitas décadas, de cidadania...

Face ao poder exagerado que as empresas de construção civil têm na nossa cidade, tudo o que podemos fazer é denunciar na praça pública.