11/09/2007

LISBOA É...





...um paraíso para os automobilistas! Sinceramente, não percebo as queixas constantes dos lisboetas que possuem viatura de transporte individual. A cidade é tão tolerante com eles! Hoje mesmo, num percurso que fiz a pé, com início na freguesia da Graça passagem por Alfama, Baixa-Chiado e conclusão no Jardim do Príncipe Real, observei vários exemplos das regalias e completo relaxamento que gozam as viaturas de transporte individual. Eu, e outros peões como eu, é que tivemos imensas dificuldades. Escusado será dizer que foi impossível fazer este percurso continuamente pelos passeios. Mas o eléctrico 28 também sofre muito. Já ficaram a saber porque razão é que eu fiz tão longo percurso a pé. Depois de ter esperado 50 minutos pelo 28 na Graça, não tive escolha (devia estar impedido de circular por causa de alguma viatura em estacionamento irregular...). Estas imagens são apenas uma pequena amostra para provar que as viaturas de transporte individual são reis e senhores do espaço público de Lisboa:

-Rua da Verónica (ocupação de estilo "lar doce lar");

-Rua das Escolas Gerais (ocupação de estilo "aqui não passarás");

-Largo das Portas do Sol (ocupação de estilo "temos misericórdia de vós")

-Praça do Príncipe Real (ocupação de estilo "neo-romântico")

Não tenhamos ilusões: existem demasiados carros dentro de Lisboa. O transporte individual destronou o transporte público nas últimas duas décadas. É preciso inverter essa tendência dificultando a entrada dos carros na cidade, em paralelo com uma melhoria dos transportes públicos. Também é essencial que os lisboetas recuperem o hábito de andar a pé, e para isso é essencial oferecer espaços públicos com qualidade: passeios livres de carros (pilaretes!), em bom estado (sem buracos!) e com sombra (árvores de alinhamento!).
Caro Presidente Costa, acabe de uma vez por todas com o imperialismo do transporte individual!

16 comentários:

Anónimo disse...

uma sugestão: organizar uma jornada de uma tarde e chamar a polícia em todos os casos de transgressão malévola (como as aqui documentadas (AS, QUE TÊM PREJUIZO NOTÓRIO PARA A CIDADE,deixando um papel de alerta no vidro do carro. se fosse uma acção massiva e com cobertura mediática, poderia ter impacto.
Há também que exigir à PSP que cumpra a lei, fazendo-a cumprir. o desleixo,desorganização e irracionalidade começa na própria PSP

Anónimo disse...

Apoiado.
Só uma coisa: a principal medida para melhorar os transportes públicos em Lisboa não é aumentar carreiras, melhorar horários, colocar veículos mais confortáveis, etc... É pura e simplesmente limitar a entrada de automóveis na cidade. Os transportes público são forçados a circular a baixíssimas velocidades (mesmo comparando com outras cidades), o que impede qualquer serviço de qualidade. Exigir melhores transportes antes de limitar a circulação automóvel é demagógico (não é isso que faz no texto, eu sei!).

Julio Amorim disse...

Aquela na Rua da Verónica quase de certeza que se escapava na maioria das capitais da Europa como...... "instalação de arte".

Anónimo disse...

Este problema é mesmo uma questão de mentalidade e em Portugal ninguém mexe no MEU carro nem no meu "quintal" mesmo que vá contra a lei e os Outros. Cidadania é ainda vocábulo desconhecido.

Onde está a fiscalização?! Andam a ver passar os comboios?!

Anónimo disse...

Em Portugal existe a capacidade de produzir energia eléctrica através de sistemas eólicos ou hídricos, o que permite diminuir as necessidades de importação de energia e consequentemente diminuir o volume monetário que saí do pais. Com esta capacidade seria de supor que os decisores políticos, nos aspectos que dependem de si privilegiassem a aplicação de meios produzidos no pais, mas vezes há em que acontece o oposto. Um exemplo ocorreu recentemente na área metropolitana de Lisboa, quando praticamente se acabou com o Eléctrico como meio de transporte público na zona de Lisboa privilegiando os Autocarros. Sendo o Eléctrico um transporte que consome energia eléctrica, produzida em Portugal, torna-se incompreensível substituir este meio por outro que além de mais poluente, obriga à importação de energia, sem que com isso se consiga uma melhoria significativa do serviço prestado. Para além disso as zonas "servidas" por eléctrico eram regra geral mais "protegidas" do estacionamento em 2ª fila. Desde que o eléctrico desapareceu, artérias como a Avenida Afonso III ou a Rua Morais Soares, deixaram de ter duas vias em cada sentido porque uma está permanentemente ocupada por veículos em 2ª fila, criando por isso problemas na fluidez do trânsito.

Espiga disse...

Há um parque de estacionamento gratuito às portas de Lisboa que costuma estar a meio gás. Falo do parque da Pontinha, onde há metro e dezenas de autocarros. Os parques já existem. Alguns nem sequer são utilizados. Vejo com frequência lugares de estacionamento vazios e pessoas que insistem em estacionar em segunda fila ou no passeio, simplesmente porque fica mais perto de casa ou do local onde vão tratar de algo.

Vejam mais um triste exemplo na Amadora
http://ambientalistasdaamadora.blogspot.com/2007/09/amadora-uma-cidade-sem-barreiras-quando.html

FJorge disse...

o mesmo acontece com o novo Parque das Portas do Sol que custou milhões de euros; está práticamente vazio pois é tão fácil estacionar "gratuitamente" em toda a envolvente do parque! Não percebo prque é que a EMEL nada faz para acabar com aquele caos à porta do seu novo parque.

Luís Pedro Correia disse...

A EMEL nunca fará nada contra esta situação nas Portas do Sol porque os carros que vemos na foto pertencem maioritariamente ao seu próprio patrão CML que acha muito trabalhoso arrumá-los no silo deserto que ele próprio construiu.

Tiago R. disse...

Concordo em parte com o que disse o Miguel sobre os transportes públicos. Mas o grande problema é que a CARRIS, apesar de ter posto ar condicionado nos autocarros e ter lá colocado o selozinho da certificação da qualidade (Mas como???), reduziu drasticamente a frequência das carreiras e acabou mesmo com algumas.
Actualmente só se viaja na carris como sardinha em lata, esmagado, incómodo e sem o mínimo de dignidade. Um transporte pobre, para os pobres.
Melhorar esta situação é a base da resolução do problema!

Anónimo disse...

Obrigado !
Desrespeitar todas as leis...este feeling de liberdade...a certeza de se encontrar neste momento numa cidade de Portugal...era uma vez e nunca mais vai ser a mesma.
Peço de tirar muitas fotografias destas...um dia serão umas lembranças aos velhos tempos.
Ralf

FJorge disse...

Lisboa, "Safari urbano" para os cidadãos aborrecidos da europa desenvolvida?!

Anónimo disse...

as pessoas são umas abusadoras. em frente à porta do prédio onde vivo (são mamede) estão sempre carros estacionados em cima do passeio. às vezes a minah vizinha nem tem espaço para sair ou entarr com o carrinho do bébé. já por diversas vezes tivemos que chamar a polícia municipal.

Anónimo disse...

eu tinha exactamente o memso problema quando vivia na rua da glória! carros estacionados em cima do passeio, mesmo encostados à porta de entrada do edifício onde viviamos! e depois os políticos admiram-se da desertificação do centro histórico. naturalmente, e após 10 anos difíceis, vendi a minha casa da rua da glória e abandonei o centro histórico de Lisboa.

Anónimo disse...

DEPRIMENTE

Anónimo disse...

DEPRIMENTE! DEPRIMENTE!

Anónimo disse...

LISBOA É... UMA GRANDE...