08/02/2008

Costa tirano põe Ramos de castigo

O presidente da Câmara de Lisboa não é um homem nada fácil. São conhecidas as suas fúrias quando as coisas lhe correm mal e o seu habitual mau feitio. Provavelmente só assim é que se consegue governar uma casa como a câmara, que alguns equiparam a uma nave de loucos.

A última vítima de António Costa foi Manuel João Ramos, vereador eleito nas listas de Helena Roseta. Tudo começou com o trágico acidente no Terreiro do Paço, quando um automóvel desgovernado atropelou várias pessoas. Como pertence a um movimento de cidadãos automobilizados, Manuel João Ramos é ouvido por tudo e por nada sempre que se fala em estradas, desastres e automóveis. A regra foi cumprida e o vereador aproveitou a ocasião para atirar umas valentes farpas à Câmara de Lisboa. António Costa esperou pela reunião do executivo camarário posterior ao acidente, deixou acabar a ordem de trabalhos e quando os vereadores e respectivos assessores se preparavam para ir às vidinhas depois de mais uma maratona o presidente pediu para saírem da sala todos os que não eram do executivo, solicitou que fosse desligado o sistema de gravação das sessões e foi o bom e o bonito. Durante uns largos minutos atirou-se positivamente a Manuel João Ramos. Foi uma verdadeira sova à antiga portuguesa que até meteu dó aos corações mais empedernidos. Amuado, envergonhado com o violento ralhete de Costa, Ramos decidiu castigar-se a si próprio. E durante 12 longas reuniões não pôs os pés na câmara.

in Correio da Manhã, 2008-02-08


Será que o vereador Manuel João Ramos terá ficado mesmo amuado e envergonhado? Porquê? Qual a intenção desta notícia? Será que o presidente da câmara pretende demonstrar assim a sua autoridade?


António Prôa

8 comentários:

Filipe Melo Sousa disse...

O Manuel João Ramos não é propriamente um vereador eleito pela maioria. Daí não se percebe porque este último teria de responder ao presidente da Câmara. Os vereadores da oposição não estão ali propriamente para receber ordens.

daniel costa-lourenço disse...

Ainda me pergunto qual o interesse desde post para os objectivos deste blog....

Perdoem-me a sinceridade, mas estas "cusquices políticas" teriam lugar em outra sede e não aqui.

Paulo Ferrero disse...

O que me parece é que, independentemente da veracidade e do (i)rrelevante da coisa em si, a oportunidade da notícia é, no mínimo, 'oportuna' uma vez que o próprio MJR está estrangeiro. Coisas... aguardemos por dar tempo ao tempo para vermos a razão de tal 'oportunidade'.

Filipe Melo Sousa disse...

Qualquer dia as reuniões autárquicas acabam como aqui

http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1318984&idCanal=11

Anónimo disse...

Este comentário é muito opurtuno. Então um ralhete do Costa sem som nem testemunhas não eleitas e o amuadinho não voltou mais... continuem assim.... falam tanto cá fora... e tão pouco onde devem..... A Roseta caladinha também, ou com uns rabitos de palha?!

postman disse...

Este comentário tem toda a oportunidade, porque em política não deve haver "a oportunidade". Ou bem que queremos uma política de verdade e transparente. O que me deixa de perplexo é de facto o silêncio do próprio MJR e da Helena Roseta. Se bem me lembro nesse acidente, o vereador Marcos Perestelo apressou-se aparecer na televisão , barba por fazer e muito pouco cuidado, como quem teve que sair do regaço ás pressas. Na segunda intervenção (outro directo) já estava "mais composto" e mais sorridente. Ou seja, a politização do acidente por parte do PS foi imediata. Não fosse o "Ramos" tecê-las.

aeloy disse...

Pois a notícia peca por ter dado largas à imaginação.
1- Não vou comentar o que se passou entre membros da vereação e só entre eles, tendo obviamente o vereador que deu a notícia para o jornal " a fonte" ou como coe dizer-se o "bufo" saberá com que intençao o fez.
2- Venho todavia desmentir que o Manuel João Ramos tenha amuado e decidido castigar-se (fantástica esta invenção...). Tem o Manuel João rodado com os restantes membros da lista Cidadãos por Lisboa, consoante os temas discutidos na veração e 12 poderão ter sido as vezes que foi substituido, por essas razões e no âmbito da decisão política do colectivo. 12 intercaladas sendo que com as extraordinárias já se terão realizado desde Agosto mais de trinta, tendo ele estado em mais de dois terços.
Mas enfim o jornalismo e os seus avatares emproados ou não gostam de treta.
CC
António Eloy

aeloy disse...

E só um acrescento....
3- O amuo teria agora uma ressaca dado que por motivos profissionais (está fora do país) o MJR pediu a suspensão do mandato por 1 mê e meio. Ou será a continuação da auto-punição??'