"Ex-administradora da Gebalis alega que acusação do Ministério Público é infundada-PUBLICO
25.10.2008, Ana Henriques
Namorado de Clara Costa acompanhou-a várias vezes ao estrangeiro e quem pagou parte das despesas foi a empresa municipal, diz a investigação
A ex-administradora da empresa municipal que gere bairros sociais de Lisboa, Clara Costa, disse ontem que são infundadas e injustas as acusações de peculato e gestão danosa feitas pelo Ministério Público a si e a dois colegas seus responsáveis pela Gebalis entre 2006 e 2007.
Nos 20 meses em que foi vogal da empresa que tutela a habitação dos mais desfavorecidos, Clara Costa - que foi indicada para o cargo pelo então líder do PSD Marques Mendes - gastou à empresa perto de 34 mil euros em viagens e hotéis. De acordo com a investigação, algumas dessas deslocações (Cracóvia, Belfast, Dublin, Marraquexe, Viena e Sevilha) foram feitas na companhia do namorado, Luís Silva. Em Marrocos, a administradora ficou quatro noites num hotel que cobrava 254 euros de diária.
Os investigadores também descobriram que, graças aos conhecimentos que uma colaboradora da Gebalis tinha numa agência de viagens, a agora arguida conseguia que a empresa municipal pagasse parte das passagens e estadias dos seus acompanhantes particulares. De resto, segundo a investigação, a administradora realizou algumas viagens no seu período de férias, prática também usada pelos seus dois colegas.
A situação altamente deficitária da empresa não demoveu os membros do conselho de administração da Gebalis de despesas consideradas pelo Ministério Público inúteis e excessivas, como almoços e jantares em restaurantes de luxo. Os cartões de crédito da Gebalis que Clara Costa tinha em sua posse pagaram um Regime Jurídico das Empreitadas, é certo, mas também um guia de Marrocos e vários DVD, como O Segredo de Brokeback Mountain, Saraband ou Toc Toc Senhor Croc.
Num comunicado ontem enviado para as redacções pelo seu advogado, a ex-vogal da Gebalis diz estar preparada para demonstrar a sua "total inocência".
Exercício de funções
"As despesas em causa foram feitas, exclusivamente, para e no exercício das minhas várias funções, nomeadamente no âmbito dos pelouros das relações internacionais, jurídico, recursos humanos, comunicação e sistemas de informação", assegura Clara Costa no comunicado. "Não beneficiei ninguém e nunca a Gebalis suportou quaisquer despesas que aproveitassem terceiros", acrescenta.
Não é esse o entendimento da acusação, para quem muitos dos gastos se destinavam a satisfazer interesses pessoais da agora arguida, que só em refeições gastou à empresa 11.530 euros, 1228 dos quais em fins-de-semana ou períodos de férias.
Durante os 20 meses que esteve na Gebalis, Clara Costa sobrecarregou o orçamento da empresa com uma média de 570 euros mensais de almoços e jantares. Só na marisqueira Sete Mares, foram gastos de uma vez perto de 400 euros, em vésperas de Natal. A estas despesas, há que juntar o abono para alimentação que a administradora recebia mensalmente."
25.10.2008, Ana Henriques
Namorado de Clara Costa acompanhou-a várias vezes ao estrangeiro e quem pagou parte das despesas foi a empresa municipal, diz a investigação
A ex-administradora da empresa municipal que gere bairros sociais de Lisboa, Clara Costa, disse ontem que são infundadas e injustas as acusações de peculato e gestão danosa feitas pelo Ministério Público a si e a dois colegas seus responsáveis pela Gebalis entre 2006 e 2007.
Nos 20 meses em que foi vogal da empresa que tutela a habitação dos mais desfavorecidos, Clara Costa - que foi indicada para o cargo pelo então líder do PSD Marques Mendes - gastou à empresa perto de 34 mil euros em viagens e hotéis. De acordo com a investigação, algumas dessas deslocações (Cracóvia, Belfast, Dublin, Marraquexe, Viena e Sevilha) foram feitas na companhia do namorado, Luís Silva. Em Marrocos, a administradora ficou quatro noites num hotel que cobrava 254 euros de diária.
Os investigadores também descobriram que, graças aos conhecimentos que uma colaboradora da Gebalis tinha numa agência de viagens, a agora arguida conseguia que a empresa municipal pagasse parte das passagens e estadias dos seus acompanhantes particulares. De resto, segundo a investigação, a administradora realizou algumas viagens no seu período de férias, prática também usada pelos seus dois colegas.
A situação altamente deficitária da empresa não demoveu os membros do conselho de administração da Gebalis de despesas consideradas pelo Ministério Público inúteis e excessivas, como almoços e jantares em restaurantes de luxo. Os cartões de crédito da Gebalis que Clara Costa tinha em sua posse pagaram um Regime Jurídico das Empreitadas, é certo, mas também um guia de Marrocos e vários DVD, como O Segredo de Brokeback Mountain, Saraband ou Toc Toc Senhor Croc.
Num comunicado ontem enviado para as redacções pelo seu advogado, a ex-vogal da Gebalis diz estar preparada para demonstrar a sua "total inocência".
Exercício de funções
"As despesas em causa foram feitas, exclusivamente, para e no exercício das minhas várias funções, nomeadamente no âmbito dos pelouros das relações internacionais, jurídico, recursos humanos, comunicação e sistemas de informação", assegura Clara Costa no comunicado. "Não beneficiei ninguém e nunca a Gebalis suportou quaisquer despesas que aproveitassem terceiros", acrescenta.
Não é esse o entendimento da acusação, para quem muitos dos gastos se destinavam a satisfazer interesses pessoais da agora arguida, que só em refeições gastou à empresa 11.530 euros, 1228 dos quais em fins-de-semana ou períodos de férias.
Durante os 20 meses que esteve na Gebalis, Clara Costa sobrecarregou o orçamento da empresa com uma média de 570 euros mensais de almoços e jantares. Só na marisqueira Sete Mares, foram gastos de uma vez perto de 400 euros, em vésperas de Natal. A estas despesas, há que juntar o abono para alimentação que a administradora recebia mensalmente."
1 comentário:
Ora finalmente um bom post. Ja estava a ficar farto da polemica de contentores. isto sim e servi;o publico. So que essa gaja tem um alto descaramento, politica como e, aproveitou-se a fartazana e hade voltar a fazer o mesmo.
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