24/10/2008

E como um mal nunca vem só:


Avenida Casal Ribeiro, Nº 26

É assim, este prédio com resquícios modernistas. Mas o promotor, 'Propower', pretende incutir-lhe 'power' e bombeá-lo até às cerceas dos prédios que o ladeiam e torná-lo assim, a modos que lingrinhas insuflado de algodões:




Trata-se do Processo n.º 1834/EDI/2007, referente a pedido de Informação Prévia sobre viabilidade de operação urbanística de licenciamento de obras de ampliação com alteração (interior/exterior).

O engraçado é que este processo já teve 2 pareceres desfavoráveis antes, quando propunha a demolição pura e simples da totalidade deste prédio que consta do Inventário Municipal do Património (para quê?). E agora vai para aprovação da homologação de parecer favorável do pedido de informação prévia.

Vai a reunião de CML na próxima 4ªF. Haja Deus!


PROJECTO APROVADO!
Votação
Votos a favor: 9 (6 PS e 3 PPD/PSD)
Votos contra: 4 (2 CPL e 2 PCP)
Abstenções: 4 (3 LCC e 1 BE
)

Texto editado

7 comentários:

Anónimo disse...

Desculpem se mal pergunto: então a Renault paga à CML cerca de 22 mil euros por usar como sua propriedade a Av. da Liberdade, no sábado e domingo próximos?

22 mil euros é o quê para a Renault e para a CML e "paga" essa utilização?

Os saldos já começaram?

Julio Amorim disse...

Enxerto, mutação...ou enxerção?

Anónimo disse...

Como arquitecto que lida com promotores devo dizer que estas soluções ridículas passam diariamente pelas reuniões á margem de qualquer sugestão dos profissionais contratados.
Exemplo recente:

"Mostre lá o seu projecto: O QUÊ? Isso leva á vontade mais dois apartamentos ora veja lá o PDM sr. Arquitecto- faça o volume máximo e arranje uma fachada boa para "unir" tudo- próxima reunião no dia 12?"

...

Anónimo disse...

Japp....Sr. Pedro N.,cada profissional responde por si próprio. A verdade é que, sem a COLABORACãO de arquitectos, Lisboa nao seria destruída da maneira que podemos observar diariamente....

JA

FJorge disse...

Este prédio de rendimento modernista - do arq. João Simões (geração do Cassiano Branco, Pardal Monteiro, Cristino da Silva) - faz parte do Inventário Municipal do Património / PDM...

Na reunião de 4ª feira a CML pode mostrar aos cidadãos se o património arquitectónico do século XX, inventariado pela própria, é ou não para preservar e se o PDM ainda serve para alguma coisa!

Anónimo disse...

É bem verdade caro anónimo e é também verdade que foi sem a colaboração de arquitectos que se fez a paisagem feita por desenhadores e engenheiros com "jeitinho" (como o nosso 1º ministro) que se vê de Norte a Sul do país.

Existem bons e maus profissionais em todas as áreas de actividade e eu já recusei por duas vezes fazer algo que ia totalmente contra o que considerava positivo para a cidade e projecto- perdi clientes mas mantive a consciência o que não põe comida na mesa mas ajuda a dormir de noite. Outra pessoa que não se pode dar a esse luxo terá acatado as exigências.

Não pretendo fazer uma apologia deste disparate que vem aqui ilustrado. O que sucede aqui é precisamente o que aconteceu no Largo do Rato, no projecto do Byrne acima ou no Museu dos Coches, etc., etc.:

Um programa sobredimensionado com vista á rentabilização máxima dos edifícios faz qualquer arquitecto, com talento ou não, fazer enormes bacoradas.

Pagamos todos nós que não podemos "desligar" os edíficios de que não gostamos quando os temos que usar ou cruzar com eles todos os dias...

Anónimo disse...

Eu gosto bastante desse edifício do arq. João Simões. Mas não tenho dúvidas que se não soubessem que era antigo, aqui neste blogue e no site "o corvo" iriam chama-lo de mamarracho, taveirada, e coisas do género.