(proj. de ampliação com destruição de interiores e de logradouro, ENA!)
Idem
Idem
Trata-se dos prédios mais importantes e mais bonitos da Av. Duque de Loulé. Paulatinamente, têm vindo a ser despejados os inquilinos. Os prédios têm interiores e traseiras fabulosos. Só gente sem gosto algum, incompetente em distinguir um prédio de valor de uma porcaria feita de cimento e tectos falsos, é que se pode dar ao luxo de permitir que prédios como estes sejam estropiados. Estamos numa cidade e num país sem rumo, a saque e que a breve prazo terá uma capital digna de um país do novo mundo. Fazer-se da Duque da Loulé, da Avenida da Liberdade, de todas as Avenidas Novas, avenidas de subúrbio parece ser o mote da nossa classe de técnicos e dirigentes. Talvez a única solução seja, realmente, um terramoto.
Trata-se, pois, do reagendamento de um abominável projecto de destruição de interiores e ampliação de um conjunto de 3 edifícios da Duque de Loulé, 'apenas' os prédios mais valiosos daquela artéria nobre da cidade, que deviam ser classificados como IIP e que não o são porque o IPPAR 'não existe'. Complemento: a transformação integral de um pequeno prédio da Luciano Cordeiro de modo a construir-se o acesso ao estacionamento subterrâneo.
No conjunto, uma ernormidade fruto de uma CML, de um Ippar e de projectistas e promotores ignorantes. Um conjunto urbano como o da Duque de Loulé devia ser estimado e protegido custe o que custasse. Uma CML como devia ser nunca traria um projecto destes a discussão, os serviços se encarregariam de o chumbar internamente.
Acresce que estes 3 prédios estão incluídos em pedido de classificação da Avenida Duque de Loulé (ou o que resta dela) como conjunto de imóveis de interesse público. Esse pedido foi apresentado, e devidamente fundamentado, por mim ao IGESPAR já neste ano.
PROJECTO (*) APROVADO
Votação
Votos a favor: 12 (6 PS, 3 PPD/PSD, 2 CPL e 1 BE).
Votos contra: 2 (PCP).
Abstenções: 3 (LCC).
(*) O projecto foi razoavelmente mudado para melhor, desde a sua 'ida a banhos', sendo que agora, ao que é dito nos pareceres dos técnicos da CML há uma lista clara e detalhada com os elementos decorativos e estruturais dos interiores dos prédios em apreço que devem ser MANTIDOS enquanto tal, e foi com essas condicionantes que foi aprovado, enquanto pedido de informação prévia. Há-de voltar sob a forma de projecto de arquitectura. O que aqui foi aprovado foi um pedido de informação prévia. Nada mais. O único ponto grave que se mantém é a usurpação do logradouro para estacionamento automóvel. Não se trata de batalha perdida. Seja como for, haverá muito tempo para visitar o edifício, inventariar o que de facto está em perigo e há que preservar. Embora não seja a situação ideal, não é caso para entrar em pânico. Aguardemos.
Texto editado
4 comentários:
Se estão com pedido de classificação e, por consequência, em vias de classificação, estão sujeitos a medidas preventivas, carecendo de parecer vinculativo do IGESPAR, pelo que não podem ser mexidos.
Aqui, pode ser interposta uma acção popular.
Isso mesmo.
Como é que alguém com o mínimo sentido de estética e amor/compreensão pelo história da arte pode pensar que, só por manter a fachada de um prédio (muitas vezes alterada)o prédio foi salvo e recuperado? Será que não é óbvio que no futuro, quando historiadores da arte e arquitectura quiserem estudar as soluções arquitectónicas de um determinado período não vão poder contar com estes exemplos porque não exemplificam absolutamente nada? e para não falar de que é o NOSSO património artístico que está a ser delapidado. AJUDEM LISBOA!
Efectivamente dá muita pena porque tenho uma ligação especial a estes edificios e vejo-os serem estorpiados dos seus inquilinos, na sua maioria de vestusta idade, por tuta e meia para ali crescer mais um centro de escritórios.
Se irão manter os magníficos interiores (dos quais o meu espaço é disso exemplo) é uma incógnita!!!
Que cidade é esta em que se permite que edificios como este cheguem a este ponto?
Pela degradação só o senhorio pode ser culpado porque muitos dos inquilinos têm reclamado obras, sempre recusadas, chegando mesmo a oferecer-se para custear parte delas.
o Dr. António COSTA, em vez de colocar "aprovados" nas fachadas dos edificios, deveria era proteger o património arquitectónico da cidade.
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