21/10/2008
RUÍNAS do JARDIM DA PRAÇA JOSÉ FONTANA (III)
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Um blogue do Movimento Fórum Cidadania Lisboa, que se destina a aplaudir, apupar, acusar, propor e dissertar sobre tudo quanto se passe de bom e de mau na nossa capital, tendo como única preocupação uma Lisboa pelos lisboetas e para os lisboetas. Prometemos não gastar um cêntimo do erário público em campanhas, nem dizer mal por dizer. Lisboa tem mais uma voz. Junte-se a nós!
1 comentário:
Nasci em Lisboa, no Hospital D. Estefânia.
Vivi toda a minha infância e adolescência no Largo D. Estefânia.
Em criança, o meu avô levava-me a brincar ao Jardim da Praça José Fontana, a 5 minutos de casa, e a que chamávamos o Jardim do Matadouro (porque teria existido outrora um matadouro no local onde hoje se situa o Fórum Picoas.
Foi neste jardim que andei de triciclo pela primeira vez.
Foi neste jardim que conheci a minha primeira amiga - a Marisa (a quem perdi o rasto há muito tempo).
Brincávamos no coreto e na pequena sala que havia em baixo e que tinha uma pequena porta de duendes.
Foi neste jardim que dei o meu primeiro beijo.
Estudei no Liceu Camões, defronte do Jardim.
Foi neste jardim que eu e os meus colegas e amigos fazíamos as nossas travessuras nos intervalos das aulas, sobretudo no intervalo grande de 20 minutos, a meio da manhã.
Lembro-me de nos sentarmos nas escadas do coreto a comer castanhas assadas nas manhãs frias de outono.
Lembro-me sobretudo de uma árvore enorme, centenária, que abarcava todo o recanto do jardim junto à Av. Duque de Loulé.
Eram necessárias quatro pessoas para a abraçar.
Tinha no seu canteiro uma placa com um poema sobre a árvore, dirigido a um eventual viajante. É um poema muito conhecido que se costuma ver pelos jardins, um pouco por todo o país.
Mas um dia, sem aviso, cortaram a árvore.
Nunca percebi porquê.
Mas nesse dia morri um pouco.
Hoje sinto que morri um bocadinho mais.
C.
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