22/10/2008

Projecto escolhido para a recuperação do Capitólio vai servir de âncora para a revitalização do Parque Mayer

In Público (22/10/2008)

«A Câmara de Lisboa deverá aprovar hoje a proposta vencedora do concurso público lançado para reabilitar o degradado edifício do Teatro Capitólio


O projecto do atelier do arquitecto Souza Oliveira, que integrou a equipa do Plano Director Municipal de Lisboa no início dos anos 90, foi o vencedor do concurso público para a reabilitação do edifício do Capitólio, no Parque Mayer. A proposta escolhida prevê a reposição de uma "grande sala" e uma grande praça ao lado do edifício.
De acordo com o relatório final do júri do concurso, que será votado hoje na reunião do executivo municipal, o projecto do atelier Souza Oliveira - Arquitectura e Urbanismo, Lda recolheu 4,5 dos cinco valores da escala de classificação.
Para seleccionar as melhores propostas o júri teve por base três situações distintas: a qualidade do projecto apresentado, com uma ponderação de 50 por cento, o mérito técnico da proposta (30 por cento) e o valor estimado da intervenção (20 por cento).
O concurso público de concepção do projecto de reabilitação do Capitólio sofreu algumas vicissitudes, tendo sido suspenso em Maio devido aos recursos apresentados por dois concorrentes.
A recuperação do edifício do Capitólio será a âncora do reabilitado Parque Mayer e custará 10 milhões de euros, provenientes das contrapartidas do Casino Lisboa. Reabilitar o espaço como "um lugar de teatro" e repor a "grande sala" do Capitólio, abrindo-a lateralmente "para uma grande praça", são algumas das linhas orientadoras do projecto vencedor, segundo a memória descritiva a que a agência Lusa teve acesso.
"A reabilitação do edifício deve repor e melhorar o seu desempenho, atingindo a versatilidade compatível com os níveis de exigência das produções contemporâneas de espectáculos", lê-se no documento. O projecto pretende ainda ampliar a capacidade de uso do Capitólio, mas para tal sugere que o "esqueleto técnico" seja minimizado para evitar a descaracterização do edifício. Concebido pelo arquitecto Luís Cristino da Silva, o Capitólio é considerado o primeiro edifício do Movimento Moderno em Portugal e abriu em 1931.
O vereador do Urbanismo, Manuel Salgado, já assumiu o compromisso de as obras começarem nos próximos dois anos. Resolver os problemas estruturais e funcionais existentes no edifício, devolvendo-o à traça original, são objectivos da requalificação cujo caderno de encargos determina a manutenção da fachada principal, da sala principal de espectáculos, do piso superior e da esplanada ao ar livre.
O projecto prevê a remoção - segundo o caderno de encargos - do balcão existente a meia altura da sala de espectáculos, da cobertura do piso superior e dos foyers laterais criados nas fachadas laterais em 1935.
A zona afecta ao palco e aos camarins, as caves técnicas, o subpalco e as arrecadações são, segundo o mesmo documento, estruturas passíveis de alteração ou ampliação de volumetria.
Para repor são os paramentos em vidro das fachadas laterais, os tapetes rolantes - os primeiros do género em Portugal -, como memória do projecto original, e o palco superior para variedades e projecção de cinema.
O teatro deverá tornar-se um espaço para várias artes de palco, funcionando como o centro da reabilitação do Parque Mayer, cujo plano de pormenor foi sujeito a um concurso de ideias e que se encontra em debate público.»

A minha preocupação em relação ao Capitólio é só uma, concursos e polémicas à parte:

O Capitólio tem que ser reabilitado cumprindo escrupulosamente o projecto inicial de Cristino da Silva. Tudo o que passar daí será 'travesti'.

Por outro lado, enquanto cidadão, entrego nas mãos da Arq. Ana Tostões a RESPONSABILIDADE de isso acontecer.

3 comentários:

Anónimo disse...

Desculpem lá, cabe na cabeça de alguém que o Capitólio sirva de âncora àquele espaço?

Anónimo disse...

Não, não cabe nas cabeças pequenitas que por aí abundam!

Mas para essas mesmas cabeças já cabia um shopping ou um devaneio de Genry!

Anónimo disse...

Genry? Quem é esse? Cabecinhas ignorantes!