17/03/2010

LARGO DO RATO: devagar, devagarinho... AÍ VÊM ELES OUTRA VEZ...

Depois de entregue uma petição pública, com mais de cinco mil assinaturas, volta a estar em cima da mesa a proposta de aprovação para este edifício que, na gíria popular, se passou a denominar de "Mono do Rato":
Espera-se que a posição dos Senhores Vereadores e das respectivas forças políticas, seja a da coerência e a do respeito pela vontade dos cidadãos que os elegeram e que se manisfestaram, atravês desse meio, em nº mais do que expressivo, percebendo que a voz dos cidadãos é aquela que devem defender.
De uma vez por todas, deverão arrumar este assunto, que é exclusivamente político, com um grande e redondo chumbo, não podendo o executivo camarário estar sujeito a qualquer tipo de coacção ou pressão, uma vez que a constituição de direitos construtivos, nunca teve lugar, dado nunca ter sido emitida a respectiva licença de construção.
Assim, a retórica falaciosa da constituição de processo indemnizatório, caso a CML persista em manter o indeferimento do processo, caí por terra, uma vez que esse valor seria zero ou quanto muito, o correspondente aos projectos elaborados, remetidos á CML e constituidos em processo camarário de OP. Tal indemnização, a haver, seria quanto a mim e apesar de tudo, uma mais valia para Lisboa, uma vez que resultaria na não construção de edifício, o que em termos urbanos seria benéfico.
E benéfico porquê?
Porque o problema passa a meu ver, por dois aspectos fundamentais, para além da referência da não legalidade, já anteriormente feita por Helena Roseta e que se resolve técnicamente.
Em primeiro lugar, passa pela imposição de uma ideia, que em nada tem a ver com a zona, descaracterizando-a, ao impôr-se monumentalmente no tecido urbano, sobrecarregando-a e rebentando com a escala do Largo do Rato .
Em segundo lugar e mais uma vez, pela forma errada de pensar a cidade:
Estamos a pensar a cidade ao contrário. Devíamos pensar no espaço, condicioná-lo, reorganizá-lo e, só depois, permitir a construção seja do que fôr, adequando os objectos, ao plano pensado e aprovado para o local.
Querem fazer um monumento á vaidade e á soberba ou querem marcar o território com as suas obras?
Ou antes, querem intervir no casco histórico da cidade, criando-lhe mais valias?
Se é esta última que pretendem, então façam-no com modéstia e com sabedoria, realçando o que nestas zonas tem que ser salvaguardado e pondo de lado, o excesso de mais valias económicas e especulativas.
Caso contrário, será por isso mesmo, que este Rato será sempre aquele Rato!
E portanto que fique bem claro que nós cidadãos, também vamos revogar a nossa deliberação de,... ficar parados:Voltamos á carga, que nem ginjas, ai isso é que voltamos; Jorge Santos Silva, Paulo Ferrero e todos os outros cinco mil e tal subscritores da petição, estamos outra vez nesta batalha!!!
e para continuar a assinar a petição:
http://www.petitiononline.com/lgrato/petition.html

5 comentários:

Ferreira arq. disse...

Numa república das bananas, qualquer especulador ou "pato bravo" faz quase sempre o que quer, e onde quer, havendo sempre que saber: a quem pagar, quanto pagar e como pagar. E a questão que se põe é se tal custo justifica ou não o "investimento"!
Mas num país ocidental, ainda por cima na sua capital?...
Sabendo nós da mais-valia do turismo, como uma das poucas vantagens que nós temos, pelas características amenas do nosso clima, dentro da Europa, como se continua a permitir este tipo de atentados à qualidade e ao património da nossa urbe???
O Largo do Rato é uma das entradas para o núcleo urbano do Príncipe Real e Baixa Pombalina! Estourar com a escala desta PRAÇA, é abrir uma fenda irreparável para a destruição de um núcleo de património de referência mundial.
Isto é matar a galinha dos ovos de ouro...

E quanto à indemnizações dos projectos elaborados: aqui não é sequer o caso. Os projectos foram chumbados; encontram-se errados; nem sequer normas básicas e directas do RGEU cumprem, tais como o respeito pela altura máxima em função do afastamento às edificações frontais - tem altura a mais; não respeitam os parâmetros do PDM!!!

A legislação não obriga ninguém a aprovar uma ilegalidade, como é aqui o caso.

Agora, que cá é habitual ameaçar e atirar com advogados ( a quem pagam ), para cima de quem quer impedir os lobos de estraçalhar os melhores espaços da cidade... isso cá já é comum.
Que numa sociedade democrática ninguém teria medo deles, nós sabemos.
O que aqui vemos é empolar tais atitudes, de assustados como coelhos que logo procuram as suas tocas...

Parabéns ao L.M.S. por esta atitude cívica, que ainda é o que nos pode dar esperanças de respeito pelos princípios básicos de ordem social, com que os nossos governantes nos deviam prendar.
É para isso que os elegemos.

Julio Amorim disse...

"matar a galinha dos ovos de ouro"

Nao se preocupe caro F. Ferreira....há (muita) gentinha que tem dedicado vidas e carreiras a esta causa....

Anónimo disse...

TNT

Anónimo disse...

O prédio é feio. E este blog deveria escrever ao arquitecto a pedir que faça outro projecto.
Já chega de mamarrachos os do cais do sodré também era de um arquitecto famoso e estamos a ver no que deu.
Queremos melhor arquitectura.

Lesma Morta disse...

Não se trata de fazer outro projecto. Existe uma petição publica entregue à AR que é do conhecimento do município. Existe também um chumbo pela em Assembleia Municipal no anterior mandato do Dr Antonio Costa. Se o problema são os custos permute-se, mas dêem Lisboa a quem pertence: aos Lisboetas e não a quaisquer arquitectos ou dono de terrenos que fizeram parte de comissões de honra de certas candidaturas autárquicas. Como diz o provérbio "em politica mais do que ser é preciso parecer". Aqui não é nem parece.

Jorge Santos Silva