17/05/2010

Socorro em reestruturação para ganhar mais eficácia

In Jornal de Notícias (16/5/2010)
Telma Roque


«Os Sapadores estão a preparar uma "revolução" na área do socorro e prevenção na capital. Novos veículos, uma Linha Azul para emergências e um centro de comunicações que vai juntar todas as forças da cidade na mesma sala estão entre as alterações previstas.

Daqui a pouco mais de um mês, o Centro de Comunicações e Gestão de Meios Operacionais do Regimento de Sapadores Bombeiros (RSB) de Lisboa, que funciona do quartel da 3ª Companhia, junto ao Centro Colombo, juntará, na mesma sala, todas as forças envolvidas no socorro e segurança da capital para "agilizar" as respostas a pedidos de socorro.

RSB, Polícia Municipal, Polícia Florestal e Protecção Civil Municipal passam a receber, ao mesmo tempo, os alertas, permitindo uma resposta mais rápida e adequada a cada situação, como revela ao JN o coronel Joaquim Leitão, comandante dos Sapadores Bombeiros.

Em fase de afinação está também uma nova plataforma informática e uma Linha Azul (808 215 215) para emergências, que já está em funcionamento, mas que o Regimento ainda não difundiu.

A aquisição de novas viaturas é outra das faces da reestruturação em curso na área do socorro. O comandante avança que o RSB vai ter três novos veículos especiais para as zonas históricas e 11 pequenos jipes, designados por VETA (Veículo Especial Táctico).

Dois dos jipes (ver imagem ao lado) já se encontram no quartel da Avenida D. Carlos I. Joaquim Leitão não poupa elogios aos novos carros. "São pequenos e versáteis, permitindo responder às necessidades de grande parte do trabalho operacional", explica, acrescentando que podem acudir a pequenos focos de incêndio, abertura de portas e limpeza de pavimentos, com uma guarnição de apenas dois homens.

Segundo a reforma em curso, cada um dos jipes será distribuído pelos futuros postos de socorro avançados (PSA), em substituição dos actuais quartéis, depois de construído o centro de comando de Monsanto.

O coronel Joaquim Leitão explica que a ideia é criar, em Monsanto, no terreno do antigo "restaurante panorâmico" um novo quartel com a função de Centro Estratégico de Prevenção e Socorro. Na serra, local mais seguro em caso de sismo, ficará sedeado o comando do RSB, uma componente operacional, meios de reserva, Protecção Civil e a sala de operações e comunicações. Ao todo, juntará um efectivo diário de cerca de 200 pessoas.

Os actuais quartéis serão encerrados e subsituídos por PSA, apenas de natureza operacional, de dimensões mais reduzidas e distribuídos pela cidade para "manter a proximidade e a capacidade operacional" justifica Joaquim Leitão.

O projecto de construção do quartel de Monsanto foi reformulado recentemente, reduzindo os custos para os 17 milhões de euros e sem derrube de árvores.»

...

Esta lenga lenga do "restaurante panorâmico" insiste, insiste até à exaustão, e já vem longa. Concentrem-nos todos lá em cima, estropeiem o que resta de Monsanto com o alargamento de estradas que permitam o atravessamento de carros de bombeiros e, depois, quando vier um cataclisma a sério (cruze canhoto) e ficarem lá isolados em cima, peçam socorro.

2 comentários:

Anónimo disse...

Mas alguém de boa fé pode acreditar que o socorro pode estar garantido em zonas problemáticas como é a Baixa, o Bairro Alto, a Graça, Alfama, Madragoa, Mouraria, Almirante Reis, etc., só com uma viatura pequena, com 400 litros de água de dois Bombeiros?
Isto parece é mais uma manobra da CML ir buscar rios de dinheiro ao QREN como já aconteceu há pouco tempo.
Essa coisa do socorro logo se vê. Pode ser que assim os Voluntários da cidade possam via a ter mais visibilidade e mais trabalho.

A.lourenço disse...

A notícia de que o projecto terá sido reduzido é positiva mas reparem no seguinte: não há dúvida quanto aos riscos sísmicos daquele local específico mas todas as saídas de Monsanto são feitas por vias que passam por baixo ou por cima de viadutos ou então em direcção à zona ribeirinha que será a mais atingida em caso de terramoto e portanto ficará intransitável. Que acontecerá se estes desabarem todos? Incluindo o viaduto Duarte Pacheco? Não podemos esquecer também o caneiro de Alcântara, uma barreira que se formará em caso de sismo. Não correrão os bombeiros o risco de ficar presos? E os acessos para o Panorâmico que são íngremes e estreitos vão manter-se assim ou mais tarde vão chegar á conclusão que são estreitos vão ter de se alargar estradas? Quem garante que isso não acontecerá? Foram estudadas alternativas? È urgente que os responsáveis mostrem projectos concretos do que vai ser esta obra.

Mas o mais grave não é isto, o mais grave é há muito tempo que não se via um apetite tão grande por colocar” coisas” em Monsanto. Que nada deveriam ter a ver com o parque e que vão para lá apenas por uma razão. O terreno é barato.