05/05/2010

Comércio está pouco animado com a festa de Santo António

O programa das Festas de Lisboa, entre 14 de Maio e 15 de Julho, foi ontem apresentado publicamente. Mas nos bairros históricos há quem torça o nariz.

Apesar da crise, a Câmara de Lisboa repete o investimento do ano passado: cerca de 1,5 milhões de euros. Um verba que, segundo o presidente da empresa municipal que gere os equipamentos e a animação culturais na cidade (EGEAC), Miguel Honrado, será coberta quase na sua totalidade pelos patrocínios.

Porém, no coração das festividades populares da capital, em Alfama, não há muita disposição para grandes festas. Ainda não cheira a sardinha, as ruas só serão enfeitadas mais perto do Santo António (13 de Junho) e, pior que tudo, um sentimento de desânimo percorre muitos dos comerciantes.

Uma dose para dois...ou três!

São duas as principais queixas dos proprietários dos restaurantes, tascas e cafés. Por um lado, a crise económica rouba-lhes clientes e faz com que os turistas estrangeiros que antigamente comiam bem e bebiam melhor peçam agora apenas uma dose para duas ou três pessoas. Por outro, as exigências da fiscalização e o valor das licenças camarárias tornam cada vez mais difícil montar as esplanadas provisórias típicas.

À semelhança do ano passado, António Marques não vai pôr fogareiro nem mesas à porta do seu restaurante. "As licenças são caras, os fiscais não nos deixam trabalhar e ainda tinha de pôr mais duas ou três pessoas ao serviço. E ninguém leva menos de 100 ou 150 euros para trabalhar numa noite daquelas", explica.

O comerciante queixa-se de que a junta de freguesia local e a Câmara de Lisboa promovem animação em locais muito restritos e não criam algumas medidas de excepção para a época dos Santos Populares. "Não nos deixam pôr duas mesinhas lá fora e montar um arraial é um balúrdio, por causa dos direitos de autor. Mas sem música é difícil chamar gente", diz António Marques.

"Daqui a três ou quatro anos acabam os santos populares. Já não há São Pedro nem São João, qualquer dia deixa de haver Santo António", prevê, admitindo que as festas sempre vão ajudando a pagar algumas contas em atraso.

Outra dona de um restaurante de Alfama, Helena Costa, corrobora as queixa. "No Santo António é uma confusão. Damos o projecto para termos um espaço na rua, mas trocam-nos tudo", desabafa.

Apesar do desânimo dos comerciantes, Alfama será, mais uma vez, um dos pontos obrigatórios das Festas de Lisboa 2010. Para além das marchas populares na Avenida da Liberdade, a 12 de Junho (este ano com a participação de um grupo de Sintra e outro da Colômbia), não faltarão os tradicionais arraiais nem os casamentos de Santo António, com 16 casais. Entre as novidades estarão micro bailes (pequenas caminhadas pontuadas por momentos musicais em bairros típicos).

In JN

6 comentários:

Anónimo disse...

Engraçado é andarem por Lisboa uns eléctricos ainda a anunciar as Festas de Lisboa do ano passado!

É o progresso.

Anónimo disse...

UM GRUPO DE SINTRA NAS MARCHAS POPULARES????

Mas isto são as Festas de Lisboa não são as festas dos arredores!


Qualquer dia nem as marchas escapam à troca da cidade pelos arredores....

Anónimo disse...

A câmara como sempre a estragar tudo!

Luís Alexandre disse...

Anónimo das 5:03PM, vai ver que, de certeza, todos os integrantes do "Grupo de Sintra" são ex-moradores de Lisboa :)

Maxwell disse...

Então assim incluia-se a AML toda XD

Acho bem não se dar licença de esplanada a toda a gente. Assim como é há cafes, tascas e restaurantes a mais-- Um a cada 100 metros. Trabalhem por ter um serviço de qualidade e depois falamos.

Anónimo disse...

fartinho de santos populares, que de santos nada têm e de poulares idem. são festas popularuchas que alimentam vícios e vaidades, sem produção de riqueza ou mais valias culturais.