05/02/2012

Antecipar, prevenir e ocupar o tempo com aulas de dança



Combate ao isolamento dos idosos

E os idosos? É claro que ainda os há nos últimos andares de prédios envelhecidos, sem campainhas, sem luz nas escadas dos prédios da Baixa. Há-os por toda a cidade, mas à noite, quando a frequência lá em baixo, nas ruas, é reduzida, esta freguesia
possui um sistema pró-activo singular: antecipa os problemas, as situações de risco; a própria comunidade idosa criou uma rede de entre-ajuda.
"Convivo com essa realidade, e é por isso que 80% do que fazemos na junta é direccionado para esse problema. Em 2007 caracterizámos a população idosa, através de um estudo da Universidade Católica. Detectámos que o isolamento é um dos maiores problemas da população. Os proprietários, no fundo, para forçarem a saída dessas pessoas, por vezes não melhoram as condições de conforto e acessibilidades. Nem campainha têm ou trincos de portas. É dramático. E assim vêem partir familiares e vizinhos", diz o presidente da junta, que enumera um arsenal de acções de prevenção: "Fizemos protocolo com a Fundação PT e o centro paroquial de S. Nicolau e foram-nos fornecidos 117 aparelhos emergência. Estamos a instalar à medida que detectamos situações de risco. Basta premir um botão, ou através de uma pulseira acciona-se um de quatro números pré-memorizados (de preferência a PSP, ou familiares), e a chamada faz-se. O sistema tem funcionado e algumas situações foram resolvidas."
No salão da junta realizam-se convívios que juntam 50 pessoas, onde convivem e lancham, e onde agentes da PSP falam sobre questões de segurança. "Fazemos rastreios de saúde, temos médico um dia por semana para essa população, aula de fisioterapia, hidroterapia, e acabámos de fazer um protocolo com a companhia Olga Roriz [na Rua da Prata] para aulas de dança. Eles ficam ocupados toda a manhã."
Os próprios idosos criaram uma rede de solidariedade orgânica na freguesia, de permanente atenção à vizinhança. "Quando algo está a falhar, são eles que nos alertam. É o instrumento mais operacional para evitar que mais situações de solidão e emergência aconteçam", diz o autarca. A mais recente novidade foi a criação de um número verde de emergência, que após o encerramento da junta reencaminha o pedido de auxílio para o Guarda Nocturno da zona. C.F.

1 comentário:

Carlos Tendeiro disse...

Finalmente começamos a ser vistos com outros olhos, se cá andamos, não custa nada contar connosco.
De Louvar a iniciativa da Junta de Freguesia.