26/02/2012

Propriedade eventual. Grupo BPN comprou a sociedade em 2009.


A metade do quarteirão do Alto de Santo Amaro que ainda está por urbanizar passou para as mãos do grupo BPN em 2009, quando o Igespar já tinha dado "luz verde" ao projecto de Souto Moura, agora encalhado no tribunal e na crise do sector imobiliário. Detida até então pela família fundadora, a Sociedade Agrícola Valle Flôr, que tem interesses noutras zonas do país e também em São Tomé e Príncipe, foi vendida naquele ano, quando o BPN ainda era liderado por Oliveira e Costa. O negócio foi feito através de uma sociedade offshore denominada Monialla Ventures, que, por sua vez, é detida por uma outra offshore, a Marazion Holdings. De acordo com o relatório e contas de 2010 do grupo Galilei, que resultou da mudança de nome da Sociedade Lusa de Negócios (detentora do BPN), a Monialla e a Marazion fazem parte de uma lista de 81 offshores nas quais o grupo "eventualmente terá interesses". O relatório diz que em 2010 foi prosseguido um trabalho destinado a identificar a totalidade das entidades "eventualmente participadas pela Galilei SGPS", tendo sido obtida informação sobre aquelas 81 "sociedades não-residentes em território nacional em que a sociedade eventualmente terá interesses". O documento acrescenta que a identificação das sociedades "eventualmente participadas", quer directa, quer indirectamente, ainda não foi concluído, dada a sua "complexidade e morosidade", sendo "expectável" que até ao final de 2011 seja possível saber quais as entidades "em que efectivamente a sociedade detenha participação social".
Em todo o caso, a compra da Sociedade Agrícola Valle Flôr pelo grupo BPN foi explicada por Oliveira e Costa, na comissão parlamentar que investigou o caso BPN, entre outras razões, com as avultadas indemnizações que poderá vir a receber em São Tomé se a exploração do petróleo ali for por diante. O actual presidente da empresa, Rui Meneses Ferreira, é também administrador da Galilei Imobiliária, a holding do grupo para o ramo imobiliário. A presidência do grupo Galilei é assegurada por Fernando Lima, grão-mestre do Grande Oriente Lusitano, que assumiu aquelas funções depois da nacionalização do BPN. J.A.C

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