09/02/2012
Et Tu Ruben ?
Câmara deixa seguir projecto da EDP com o apoio do PCP
A Câmara de Lisboa aprovou ontem, com a oposição do PSD e do CDS-PP, o pedido de informação prévia da Fundação EDP para construir um centro cultural à beira-rio, em Belém. Isto apesar de o projecto violar o Plano Director Municipal (PDM), como o vereador do Licenciamento Urbanístico terá admitido na reunião.
Essa admissão de Manuel Salgado, confirmada por vários dos presentes na sessão que decorreu à porta fechada, não impediu a aprovação da proposta. Aliás Ruben de Carvalho, do PCP, votou favoravelmente, ao lado da maioria liderada por António Costa. O eleito comunista teve o mesmo sentido de voto noutra proposta polémica: aquela que previa a legalização da reconversão, a cargo do Banco de Portugal, da Igreja de S. Julião em Museu da Moeda, obra que há alguns meses Manuel Salgado admitiu que não respeitava o projecto aprovado pela autarquia.
Estas posições de Ruben de Carvalho mereceram críticas do social-democrata Santana Lopes, que se terá manifestado "boquiaberto", e do centrista António Carlos Monteiro. Este último diz que o vereador comunista age como se fosse "o advogado do vereador Manuel Salgado".
Em relação à EDP, Ruben de Carvalho diz que as violações do PDM são "discutíveis" e baseiam-se numa "leitura muito estrita" do documento. O vereador destaca ainda as vantagens da criação deste novo "centro para as artes", cujo projecto arquitectónico considera ser "muito interessante". Quanto à obra do Banco de Portugal, o comunista diz que a solução era aquela que permitia a preservação do património arqueológico descoberto durante a obra. Inês Boaventura in Público
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9 comentários:
He,he,he,que se passa com RC? Nem dá para acreditar, sobretudo porque RC tem pautado as suas intervenções pela observância do PDM. É esquisito:-)
Seja qual for o valor arquitectónico da coisa, NAQUELE LOCAL É QUE NÃO.
Mas há caebcinhas que nem isto têm a capacidade de entender...
Valor arquitectónico? Olhem bem para o desenho e não se deixem iludir, para aquelas formas serem feitas a quantidade de betão é assustadora e as dimensões então, basta olhar e multiplicar a altura de um homem estamos a falar de 3 pisos! Está tudo doido!
Se a EDP tem folgas no orçamento poderá baixar na factura ou criar posto de trabalho será bem mais útil!
http://www.amandalevetearchitects.com/portfolio/edp-foundation-cultural-centre/
Expliquem-me como se fosse muito burro.
Aquilo é uma prancha de saltos para a água do Tejo?
Eu gosto muito do projecto, tem é uma extensão demasiado grande na frente ribeirinha! Se fosse mais curto e com menos um piso não me importaria de ver o edifício ali.
Não percebo qual o problema do betão ou da quantidade de betão. Sem equipamentos, os cidadãos continuarão a permanecer separados do rio. É preciso criar dinâmicas e permanências. Em Lisboa muito se fala da relação com o rio, mas ele é sempre uma miragem! Se não são as estradas com várias faixas de rodagem, é a linha de comboio ou o o omnipresente porto de Lisboa a criar uma fronteira: o rio está lá, achamos nós, mas nunca sem termos bem a certeza.
Eu não tenho ainda bases para uma avaliação profunda deste projecto, mas pelas imagens, vejo o esforço de se manipular a topografia da margem com uma certa naturalidade, e por isso de não se criar uma barreira formal. Não é um projecto impositivo - gostos formais à parte.
Em outras zonas da cidade, o Porto é fundamental enquanto actividade económica, mas poderá coexistir com programas que sirvam a cidade e os cidadão.
Criar actividade nas margens do rio é fundamental e o PDM devia ser uma ferramenta trabalhada de forma a não contribuir para a cristalização da cidade - que o PDM, para além de coerente, seja dinâmico e flexível e que por isso certas decisões não sejam vistas como atropelos ou 'excepções'.
Manuel, se há zona em que Lisboa e os seus cidadãos convivem com o rio, é exactamente no local onde querem construir este mamarracho. Já lá foi? Já viu a quantidade de gente que ali anda diariamente? Parece-me que não. Mais uma vez, projectos feitos por pessoas que desconhecem totalmente a dinâmica da área dos os seus utilizadores. Ou então até conhecem, mas ignoram, por razõe$ de força maior.
Se querem dinamizar as margens de Lisboa, podiam começar por fazer mais passadeiras aéreas ou subterrâneas, especialmente para bicicletas e cidadãos de mobilidade reduzida, que são praticamente inexistentes! Nem sequer a estação de comboios de Belém é acessível a deficientes, o que é lamentável.
Certamente as condições para dinamizar a beira-rio são muito mais simples, baratas e menos chocantes do que construir pseudo centros culturais milionários. Mas essas medidas, apesar de melhorar a vida dos cidadãos, não enchem os bolsos a ninguém, não é?
Alguém me explica o que é um PDM e para que serve? É que a noção que eu tinha - a de um documento que serve para definir o que se pode e não pode fazer, onde, numa cidade - não é visivelmente a boa.
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