05/02/2012

Capital Europeia da demolição: Rua de S. Marçal / Travessa de S. José

FRAUDE NA CIDADE. Falsa Reabilitação. Construção nova mal disfarçada de recuperação. Redução do património arquitectónico a imagem simplista e pueril (a querida «traça antiga»? o vazio da fachada!). As técnicas construtivas do passado, as tipologias, os materiais, as cores, as texturas e até certas alterações cuidadas adicionadas ao longo do tempo, tudo isso é património cultural. É verdade que este imóvel estava em muito mau estado de conservação. Mas também é verdade que esta não é a única maneira de o por de novo ao serviço da cidade - como já foi diversas vezes provado aqui com exemplos nacionais e não só. A identidade cultural de uma cidade histórica não se pode fazer só com "fachadas" esvaziadas dos seus conteúdos. Lisboa está a perder, velozmente e cegamente, os seus "conteúdos arquitectónicos", sem fazer qualquer reflexão séria e participada do assunto. Cabe à CML, mas não só, ter um papel pedagógico na mudança cultural que é preciso fazer na nossa sociedade. Mas o que vemos é uma demissão dessa responsabilidade, e um desinvestimento, um desinteresse até, na reabilitação autêntica de Lisboa.

1 comentário:

Anónimo disse...

quantas fracções tinha o edifício original e quantas vai ter o novo? eu vivo num edifício assim que teve o tratamento que este está a ter. antes tinha uma fracção, agora tem quatro. se tivesse sido renovado como o original certamente que não viveria lá, e provavelmente ninguém o teria comprado....